domingo, 9 de junho de 2013


PIG tenta ressuscitar candidatura natimorta de Eduardo Campos

Como já tínhamos prognosticado há algumas semanas, a permanência de José Serra no “ninho” Tucano do PSDB teria o efeito imediato de “desmontar” a candidatura presidencial do governador pernambucano Eduardo Campos. Não podia ser diferente pelo simples fato do “socialista”, neto do lendário Miguel Arraes, não contar com uma mínima base política de apoio para além do próprio estado nordestino que governa. Uma ruptura de Serra dos quadros do PSDB, migrando para o MD (antigo PPS), era a condição elementar para que o PSB pudesse contar com um partido coligado com relativo peso eleitoral no sudeste do país. Mas, o MD sem o ingresso do ex-governador de São Paulo não passa de uma sublegenda dos Tucanos e sem a menor densidade política, sob o comando do de um arrivista da pior espécie, o deputado (eleito por SP) Roberto Freire. Como um bom funcionário de Serra, Freire anunciou na convenção nacional do PSDB sua desistência em apoiar o conterrâneo Campos e jurou sua fidelidade ao Tucano “debutante” Aécio Neves. Mas quem pensa que as dificuldades em decolar a candidatura de Campos param por aí muito se enganam...

O PSB nacional, controlado com mão de ferro pela oligarquia Arraes, não encontrou na base aliada do governo Dilma (da qual ainda faz parte) nenhum partido que se dispusesse a acompanhar Campos em sua empreitada “aventureira” rumo ao Planalto. Mas, o pior mesmo é que nem mesmo no interior do PSB há adesão à ideia do lançamento de uma candidatura própria em 2014. Dos seis governadores eleitos pelo PSB, Campos conta no máximo com o apoio de Ricardo Coutinho da Paraíba. Já os governadores “socialistas” do Amapá, Piauí, Ceará e Espírito Santo não querem nem ouvir falar em candidatura própria do PSB à presidência da república, declarando apoio incondicional à reeleição de Dilma. O nome mais forte do PSB no sudeste do país é o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, encontra-se no campo eleitoral oposto da maioria dos governadores de seu partido, ou seja, comprometido até a medula com a postulação de Aécio Neves, por sinal seu “padrinho” político. No maior estado da federação do Brasil, o PSB encontra-se completamente “rachado” entre o apoio a Tucanos e Petistas, sendo apenas uma pequena minoria do partido fiel às aspirações “Campistas”. Em um quadro tão desfavorável assim, que no desespero obriga o PSB a procurar o ex-jogador Romário como “salvador da pátria” da candidatura de Campos no sul do país, fica evidente a inviabilidade eleitoral da “tese” da candidatura própria até mesmo para o governador pernambucano... só não para o PIG... que insiste na necessidade de um segundo turno em 2014 para o “bem” de seus negócios.

Para os magnatas do PIG as pretensões nacionais de Campos servem como uma luva aos interesses da oposição burguesa conservadora em tentar levar as eleições presidenciais para um segundo turno. Nesta altura dos acontecimentos políticos, já ficou absolutamente cristalino que o foco dos esforços do PIG concentra-se em alavancar o inexpressivo Aécio, cabendo a Campos o papel descartável de coadjuvante, fato já percebido pelo próprio PSB. A realização de um segundo turno, mesmo sabendo da inexorável vitória petista, tornaria muito mais frágil o novo mandato de Dilma, transformando-a em refém das negociatas intermediadas frequentemente pelos barões “murdochianos”. Não por coincidência, começaram a surgir na mídia novas pesquisas eleitorais apontando a queda da presidenta e a repentina ascensão do candidato Tucano. Na corrida ao Planalto os “respeitáveis” institutos de pesquisa (IBOPE, DATAFOLHA etc...) já reservaram um “honroso” quarto lugar para Campos, bem atrás de Aécio e da eco-motoserra Marina Silva.

Como afirmamos anteriormente, a burguesia nacional tratou de antecipar o debate eleitoral de 2014 para o ano vigente, temendo uma vitória acachapante do PT já no primeiro turno. O movimento operário “embriagado” com um sindicalismo de “poucos resultados”, carece de um projeto político estratégico de poder, oscilando entre o governismo neoliberal do PT e a tática reformista do “terceiro campo (unindo PSOL, PCB, PSTU e o REDE), impulsionada pela Frente de Esquerda. Os Marxistas Leninistas vem pacientemente publicitando a necessidade de unificação programática das forças revolucionárias, seja no combate direto das massas, seja na construção de uma plataforma política socialista que se contraponha as candidaturas burguesas (de esquerda e direita) que se apresentam na conjuntura nacional.