PIG, a serviço dos
rentistas, ordena alta dos juros. Dilma e seu BC como capachos acatam!
Na véspera da reunião do
COPOM, organismo colateral do BC, a mídia “murdochiana” em estado de “surto
imperativo” já determinava qual seria o caminho que seguiriam os tecnocratas do
BC na questão da definição da taxa básica de juros (SELIC) do próximo período.
Como porta-voz dos rentistas internacionais, o pastelão “O Globo”, anunciava
que os juros deveriam subir para o “bem” da economia nacional, ou seria melhor
ter afirmado... para o bem dos barões de Wall Street... A campanha midiática
montada em cima do “retorno galopante da inflação” não tinha como alvo, é
claro, preservar o parco poder de compra da população trabalhadora, seu
objetivo estava focado na elevação do spread que o estado brasileiro paga aos
banqueiros que detém os títulos de nossa dívida pública, cada elevação em um
ponto percentual da SELIC corresponde a bilhões que o Tesouro Nacional tem que
desembolsar para “honrar seus compromissos financeiros”. Mas, a alta da SELIC
também afeta as taxas de juros praticadas no chamado “varejo” bancário, ou seja,
nas operações de crédito contraídas por pequenos produtores e pessoas físicas.
Com o viés de alta apontado pelo BC, que no último período elevou a SELIC em
0,75% (somente na reunião que se encerrou no dia 29/05 o aumento foi de 0,5%)
todas as operações de crédito direto ao consumidor subiram seus índices em mais
de 2 pontos percentuais, em uma espiral financeira que vai muito mais além dos
parâmetros estabelecidos originalmente pelo BC. Roberto Setúbal, dono do ITAÚ,
levantou a bandeira da alta dos juros e como um líder nato de seus pares
rentistas acionou os “funcionários” do PIG para a adesão imediata a sua “campanha
anti-inflacionária”, restou ao governo Dilma recuar em seu discurso dos “juros
baixos” atendendo servilmente às reivindicações desta “categoria tão sofrida”...
os agiotas do mercado financeiro!
Por ironia da história,
a “choradeira” do Sr. Setúbal, que se diz “prejudicado” com o “intervencionismo
petista” na economia, acontece no mesmo momento em que os bancos privados
anunciam um lucro recorde no primeiro trimestre de 2013. Somente o ITAÚ,
atualmente líder do mercado, faturou 3,5 bilhões de Reais, seguido de perto
pelo BRADESCO que registrou a marca de 3,0 bilhões de Reais, ambos os
resultados representam um crescimento de cerca de 5% em comparação ao mesmo
período do ano anterior. Basta uma rápida avaliação dos números do setor
financeiro para constatar a completa falácia nas “teses” que afirmam que houve
perdas com a tímida redução da taxa de juros operada pelos bancos estatais, que
seguiram a orientação do governo Dilma. Os juros praticados no Brasil estão no
patamar da lista dos dez mais elevados do planeta, ao que parece que muito
agrada aos magnatas capitalistas da mídia, sempre tão “empenhados” em causas
absolutamente “patrióticas”, principalmente no que se refere à política
econômica neoliberal.
Talvez por coincidência
(ou não), no mesmo dia em que o BC anunciava a nova taxa SELIC, o IBGE divulgou
o resultado oficial do crescimento do PIB correspondente ao primeiro trimestre
de 2013. A variação positiva foi de 0,6%, contra uma expectativa da equipe
econômica palaciana de 0,8%, vale lembrar que o PIB do conjunto do ano passado
alcançou a marca de 0,9%. Logo após ao anúncio do IBGE formou-se o tradicional “coro
da catástrofe”, reunindo desde os banqueiros, passando pelos seus funcionários
do PIG até chegar a “Frente de Esquerda” e o Tucanato. Este bloco já declara a chegada
da “estagnação econômica”, mesmo que com a projeção mais pessimista de um PIB
de somente 3% em 2013 (cálculos do próprio mercado) representaria o triplo do
crescimento do ano passado. Somente completos idiotas ou muito “espertalhões” (a
turma dos subsídios) podem afirmar que apesar do “PIBINHO” em 2012, o Brasil
atravessou algum quadro recessivo, pelo contrário, assistimos uma explosão do
consumo e o significativo aumento da poupança interna (aferindo uma melhora da
renda familiar), isto sem falar no relativo aumento do nível de emprego, agora
imaginem a estabilidade do mesmo cenário no ano vigente com um PIB três vezes
maior! É obvio que um PIB na casa de 3% não representa nenhum “orgulho nacional”,
ficando inclusive abaixo da média dos parceiros dos BRICs, mas com um quadro
macro econômico sob controle (equalização das contas correntes e “gordas”
reservas cambiais) estamos bem longe da “catástrofe” econômica tão sonhada pelo
PIG e seus amiguinhos das oposições consentidas (direita e esquerda).
Por outro lado, os
economistas “chapa branca” e os partidos da “base aliada” não param de
comemorar o “enquadramento” da inflação (dentro das metas do BC) e a leve
retomada do crescimento industrial, após dois anos de estancamento. Pelos dados
do IBGE, a indústria nacional (leia-se também as transnacionais que operam em
território brasileiro) apresentou um crescimento de 1,8% neste início de ano (mês
de abril), o maior desempenho desde agosto de 2010. A verdade é que os limites
de nossa expansão econômica (variação entre 1% e 4%) estão previamente
definidos dentro das margens estabelecidas pelo próprio mercado mundial, não se
pode romper esta “lógica” seguindo o cardápio neoliberal imposto pelo
imperialismo às gerências da Frente Popular. Não existe, por parte deste
governo, a vontade política de “tocar” um projeto capitalista nacional, capaz de
criar uma autonomia tecno-científica para desenvolver um poderoso parque
industrial no país. Somos o país das “maquiladoras”, a única diferença com o
México é que as rudimentares fábricas não estão instaladas na fronteira com os
EUA para não pagar impostos. Sem uma “marca” própria, a gerentona Dilma vai
administrando a economia do país sob as exigências da divisão do mercado
mundial, vendendo commodities e absorvendo uma enorme massa de crédito, além de
avalizar (com o financiamento do BNDES) para a burguesia nacional a conquista
de “novas praças”.
Os Marxistas Leninistas não
precisam de nenhum artifício demagógico para sustentar suas posições revolucionárias,
mesmo diante de uma conjuntura adversa. Somos uma oposição operária aos
governos de Frente Popular pelo seu caráter de classe (capitalista) e não
porque estejam à “beira do colapso político” ou da “catástrofe econômica”. O
projeto de gestão do PT, baseado na colaboração de classes, tem se mostrado
exitoso para a burguesia, estabilizando o regime político e assegurando
garantias econômicas para a impotente burguesia nacional. Essencialmente por
estas duas razões, mantendo-se o atual cenário, Dilma será reeleita apesar de
enfrentar forte resistência em setores mais reacionários da burguesia. Com uma
boa “gordura para queimar”, atendendo desde as reivindicações dos rentistas e
até financiando os “chiliques” do PIG (sem falar é claro na manutenção dos
chamados programas sociais), o PT deve emplacar em 2014 seu último mandato na
gestão do Estado burguês, cedendo obrigatoriamente lugar à “cláusula da
renovação democrática”, para somente em 2018 “começar pra valer” o início de um
novo ciclo gerencial capitalista.
LIGA BOLCHEVIQUE
INTERNACIONALISTA
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