terça-feira, 30 de abril de 2019

FRACASSA O PUTSCH DA REAÇÃO: OU O GOVERNO MADURO ADOTA TRÊS MEDIDAS BÁSICAS OU NA PRÓXIMA OFENSIVA DA DIREITA SERÁ DERROTADO PELOS EUA


Como já havia prognosticado a LBI no final da manhã desta terça (30/04), o putsch impulsionado pela oposição reacionária, em aliança com setores militares venezuelanos que já seguem diretamente as ordens do Pentágono, fracassou política e militarmente. O governo Maduro retomou, logo cedo, com certa facilidade controle da Base Aérea de “La Carlota”, de onde teria partido o foco militar “rebelde”. Expulsos do quartel os militares dissidentes se perfilaram nas redondezas, em frente a um trevo rodoviário, de onde armados com artilharia pesada conclamaram a Forças Armadas a um motim contra o regime chavista, não tiveram sucesso em seus apelos golpistas. No campo civil, o fantoche Guaidó convocou uma mobilização para a praça Paris, na região central de Caracas, e foi aí que sofreu sua maior derrota política, foi um fiasco o ato em apoio ao golpe de Estado. Na outra trincheira, Maduro tratou de prometer anistia aos oficiais rebelados, evitando assim um confronto militar de grandes proporções e desdobramentos políticos imprevisíveis. Os chavistas também convocaram um ato de apoio ao governo Maduro, simbolicamente em frente ao Palácio presidencial de Miraflores, onde conseguiram uma boa audiência popular. O sinistro establishment do imperialismo ianque se esforçou ao máximo para atrair a cúpula castrense venezuelana na “aventura” militar de hoje. John Bolton avisou o chefe das Forças Armadas da Venezuela, Vladimir Padrino, sobre o que seria sua "última chance", afirmando que se permanecer leal ao governo Maduro, ele "afundará com o navio", sinalizando o prenúncio de uma guerra desde um ataque aéreo externo. Mesmo assim, apesar das ameaças de Trump, o comando da Forças Militares Bolivarianas “bateu continência” ao presidente Nicolas Maduro, selando o destino dos golpistas, pelo menos por enquanto. Um dos idealizadores do putsch, o direitista veterano Leopoldo López, que escapou de sua prisão domiciliar graças a ajuda de uma brigada “rebelde”, já pediu asilo na embaixada do Chile. O paradeiro do fantoche Juan Guaidó ainda é desconhecido. É exatamente em que condição permanecerá Guaidó na Venezuela que reside o ponto mais delicado da atual crise, ou seja, foi por manter em plena liberdade o conspirador mor que Maduro demonstrou seu maior sinal de fraqueza. Se é absolutamente seguro caracterizar esta tentativa de golpe militar como uma derrota, também é certo afirmar que hoje abriu-se uma clara fissura na cúpula das FFAA Bolivarianas. Diante de uma crescente crise econômica, a base social do regime nacionalista se deteriora a cada dia. Ou o governo Maduro adota três medidas básicas, ou na próxima ofensiva da direita corre seriamente o risco de ser derrotado política e militarmente. Quais sejam as três medidas básicas: 1) Prisão imediata para toda a oposição golpista, sejam militares de alta patente, empresários ou parlamentares da direita, 2) Expropriação completa (sem indenização) de todos os ramos da economia capitalista, 3) Armamento pleno das milícias Bolivarianas, dos destacamentos do Partido Comunista da Venezuela (PCV, maior organização da esquerda) e principalmente dos sindicatos e associações de bairros e distritos do país. Sem a adoção destas iniciativas o regime nacionalista burguês, cairá inexoravelmente diante dos novos golpes urdidos pela Casa Branca contra as conquistas sociais e históricas do povo venezuelano.
VENEZUELA URGENTE: APLASTAR COM A FORÇA MILITAR E POLÍTICA DO PROLETARIADO A TENTATIVA DE GOLPE MILITAR PATROCINADO POR TRUMP E SEUS FANTOCHES!


Um pequeno setor de militares da força aérea da Venezuela tentou deflagar nesta manhã um golpe militar contra o regime chavista, hoje encabeçado legitimamente pelo presidente Nicolas Maduro. Os militares golpistas aliados da oposição patrocinada pela Casa Branca, se postaram com metralhadoras, num trevo rodoviário defronte à Base Aérea “La Carlota”, na região leste da capital Caracas. Pelas redes sociais, o autoroclamado presidente Juan Guaidó anunciou o levante militar contra o Governo Maduro e convocou os civis a cercarem esta base militar supostamente “rebelada”. O fantoche Guaidó, com a ajuda de militares venezuelanos que seguem as ordens do Pentágono, também conseguiu libertar da prisão o fascista Leopoldo López, antiga liderança da forças da direita pró-ianque. O comandante das Forças Armadas da Venezuela, general Vladimir Padrino, assegurou que não há adesão de outras unidades e chamou de “covardes” os militares que, segundo ele, ocuparam a via pública com armas de guerra. O ministro da Informação, Jorge Rodriguez, reiterou que “o governo da Venezuela está desativando um grupo de militares que tentou promover um golpe de Estado contra a paz e a Constituição”. Fica evidente que o “putsch” de Guaidó e de uma pequena fração militar que se alinha com a Casa Branca fracassou. O apoio do regime nacionalista burguês pôde  ser aferido quando Maduro convocou as massas chavistas nesta manhã para o Palácio Mira Flores em solidariedade ao seu governo, a resposta foi imediata e multitudinária. Porém está absolutamente cristalino que já existem sinais de corrosão na cúpula do regime chavista, que até o momento segue a linha de conciliação de classes se opondo a uma expropriação total dos bandos capitalista que conspiram abertamente contra o governo Maduro. Neste quadro de profunda polarização social, confiar todas as forças do regime nacionalista exclusivamente na cúpula militar é um grave erro histórico, e que poderá custar a “cabeça” de Maduro e a derrota de todo o campo popular.A única alternativa política segura para aplastar a reação interna e os abutres como Trump, Bolsonaro e Duque, é o armamento pleno das brigadas populares e a expropriação completa do capital, rumo a um governo genuinamente operário e camponês!

Golpistas se entrincheiram com armamento pesado contra Maduro

segunda-feira, 29 de abril de 2019

HÁ 4 ANOS DO LEVANTE DE BALTIMORE (EUA): OS EXPLORADOS NEGROS SE LEVANTARAM CONTRA O ESTADO DE TERROR POLICIAL. CAMINHO PARA DERROTAR O RACISMO E A VIOLÊNCIA ESTATAL É A LIQUIDAÇÃO REVOLUCIONÁRIA DO MONSTRO IMPERIALISTA!



O levante de Baltimore ocorreu no final de abril de 2015, quando a polícia dos Estados Unidos, prendeu 34 pessoas que participavam de protestos por causa da morte do jovem negro Freddie Gray, de 25 anos, que estava sob custódia policial na cidade e morreu após sofrer lesões na coluna vertebral. Forças policiais circularam com ele no carro durante 30 minutos, antes de chamar socorro médico. Várias pessoas e organizações afirmam que o jovem foi torturado até a morte. As circunstâncias da morte do jovem negro são de clara violência policial contra o preso, como demonstram os vídeos no momento da sua detenção. O assassinato provocou uma série de protestos e manifestações da população negra local. Desde o ano passado, dois casos mobilizam os explorados na luta contra o rascimo. O primeiro ocorreu em julho de 2014, com o assassinato do jovem negro Michael Brown, de 18 anos. O policial branco que, de acordo com a promotoria e com os familiares do rapaz teria atirado no garoto, foi inocentado pela Justiça de Fergunson. Em outro caso, Eric Garner, de 43 anos, foi espancado até a morte no mesmo mês em Nova York. Ele morreu estrangulado. O processo de Garner teve o julgamento adiado, segundo a Justiça, por falta de provas contra os policiais envolvidos. Os protestos se estenderam a várias cidades dos EUA expondo mais uma vez a divisão de classe e de cor no coração do monstro imperialista! Este cenário reafirma o estado de terror policial imposto contra o povo pobre enquanto o imperialismo ianque incrementa sua ofensiva belicista por todo o planeta.

sábado, 27 de abril de 2019

82 ANOS DA MORTE DE GRAMSCI: A REVOLUÇÃO RUSSA E O STALINISMO NA VISÃO DO GENIAL DIRIGENTE COMUNISTA ITALIANO


Passados oitenta e dois da morte do grande comunista Antonio Gramsci em 27 de abril de 1937, é importante retornar à leitura, que em 1917, o militante sardo, então com vinte e seis anos, fez dos acontecimentos da Rússia, e também ao que dessa interpretação permaneceu em sua bagagem teórico-política mais madura como uma formulação rica em revigorar de forma principista o Marxismo. A revolução Bolchevique liderada por Lenin e Trotsky, constituiu para o jovem sardo, transplantado para Turim, um ponto de virada política, teórica e existencial, a partir do qual iniciou o amadurecimento de seu pensamento e a sua história de comunista. Para compreender como Gramsci se relacionou com a Revolução de Outubro é preciso, portanto, partir do reconhecimento de que Gramsci foi sempre, dos anos turineses às obras do cárcere, não apenas um teórico da revolução, mas um revolucionário em sua plenitude, Isso foi sublinhado pelo histórico dirigente do PCI, Palmiro Togliatti, ao afirmar: “Gramsci foi um teórico da política, mas sobretudo foi um político prático, isto é, um combatente. É preciso buscar na política a unidade da vida de Antonio Gramsci: o ponto de partida e o ponto de chegada”. Militância política como revolução, no caso de Gramsci, política como luta pela transformação socialista do mundo. Inicialmente, na vida do futuro dirigente comunista, política como rebelião ativa do proletariado. Como o próprio Gramsci recordou em uma carta, de 1924, à esposa, isto que o havia conduzido a um estado de rebelião em relação às condições sociais do seu tempo e do seu país teve origem nas dolorosas experiências pessoais, que remontavam aos anos de infância, quando (depois da prisão do pai) a família foi lançada na miséria, obrigando o pequeno Nino, ainda menino, a suspender por algum tempo a escola, ao fim do primário, para trabalhar no cartório de registro de imóveis de Ghilarza. Isto que então o tinha salvado de “tornar-se um trapo engomado”, como ele escrevia. Foi o: “Instinto da rebelião, desde menino era contra os ricos, porque não podia estudar, eu que tinha obtido dez em todas as matérias da escola primária, enquanto iam para a escola os filhos do açougueiro, do farmacêutico, do negociante de tecidos”. Já na Sardenha, porém, Antonio havia começado a ler os livros e revistas daquela cultura de oposição a Giolitti e ao giolittismo, que foi o terreno sobre o qual ele inicialmente se formou política e culturalmente. Em 1911, Gramsci se mudou para Turim, para frequentar a faculdade de Letras e Filosofia, graças a uma bolsa de estudo, suficiente apenas para sua sobrevivência. Em Turim aderiu, já antes da Grande Guerra, ao movimento socialista. Mas o seu marxismo, a sua concepção de mundo, era então muito particular: pela sua formação cultural, o marxismo do jovem Gramsci foi subjetivista, antideterminista, antieconomiscista, influenciado precisamente pelo neoidealismo e pelo bergsonismo mediado por Sorel. Um marxismo original, portanto, também ingênuo em alguma medida, baseado no primado absoluto e idealista da vontade. Não faltavam nestes anos traços importantes de uma visão dialética e antideterminista dos processos revolucionários. No artigo “Socialismo e cultura”, por exemplo, Gramsci apresentava uma definição da cultura como conquista e valorização do próprio eu e, portanto crescimento da subjetividade . Era clara, para ele, a importância nos processos de transformação, e também nas grandes revoluções – da aquisição da consciência, das ideias, dos valores. De fato, escrevia Gramsci:”Toda revolução foi precedida por um intenso e permanente trabalho de crítica, de penetração cultural, de impregnação de ideias. O último exemplo, o mais próximo de nós e por isso menos distinto do nosso, é o da Revolução Francesa. O período cultural que a antecedeu, chamado de Iluminismo, tão difamado pelos críticos superficiais da razão teórica, não foi, de modo algum, ou pelo menos não foi apenas um fenômeno de intelectualismo pedante e árido, similar ao que vemos diante de nossos olhos e que encontra sua maior manifestação nas universidades populares de baixo nível. Foi ele mesmo uma magnífica revolução, mediante a qual, como observa agudamente De Sanctis em sua Storia della letteratura italiana: “Formou-se em toda a Europa uma consciência unitária, uma internacional espiritual burguesa, sensível em todos os seus elementos às dores e às desgraças comuns, e que foi a melhor preparação para a sangrenta revolta que depois teve lugar na França”.

sexta-feira, 26 de abril de 2019

ENTREVISTA COM LULA NA CARCERAGEM DA “REPÚBLICA DE CURITIBA”: O PRESO POLÍTICO PELO REGIME DE EXCEÇÃO AINDA DEPOSITA SUAS ESPERANÇAS NA CORTE SUPREMA, A MESMA QUE COORDENOU O GOLPE...


Lula acaba de conceder sua primeira entrevista após sua prisão política pela “República de Curitiba” há um ano atrás. Aos jornalistas Mônica Bergamo e Florestan Jr, Lula reafirmou integralmente sua estratégia de colaboração de classes, defendendo sua inocência e apostando todas as fichas políticas em uma absolvição no marco de um recurso a Suprema Corte, a qual teceu “rasgados” elogios, inclusive a qualificando como uma instituição “corajosa”... só faltou afirmar que a “coragem” do STF é no sentido de subtrair direitos históricos do proletariado e avalizar institucionalmente a ofensiva neoliberal lançada pelo imperialismo contra nosso país. O ex-presidente defendeu sua estratégia de colaboração de classes em se entregar ao justiceiro Moro, alegando defesa de sua “honra”, porém contraditoriamente admitiu que a Lava Jato é uma farsa montada pelo Departamento de Justiça dos EUA, apesar de não reconhecer que foi a gestão petista de Dilma Roussef que “abriu as portas” do Estado para que os bandidos da “Força Tarefa” do MPF iniciassem o planejamento do golpe parlamentar desferido em 2016, exatamente contra a primeira presidenta da história republicana. Lula insiste na velha senda do respeito a institucionalidade burguesa, acreditando nas eleições de 2020 como sua redenção política, após o fiasco do governo chefiado por um “maluco”, evitando caracterizar Bolsonaro como um fascista, o que não seria palatável para a classe dominante tupiniquim. Os Marxistas defendemos intransigentemente a liberdade de Lula, não por acreditar em sua equivocada plataforma programática de “ilusões democráticas”, mas por combatemos em frente única de ação em conjunto com a esquerda reformista o avanço da direita reacionária em nosso país. Este é o nosso ponto de intersecção política com a Frente Popular, porém com absoluta independência para postularmos nossa estratégia revolucionária na construção de uma alternativa de poder operário. Mantemos em relação ao PT e suas lideranças completa autonomia de crítica, principalmente no campo de suas seguidas capitulações ao segmento considerado “progressista” da burguesia nacional, ao qual o governo de Lula foi excepcionalmente “generoso”... Nós do Blog da LBI assistimos a um pequeno trecho da entrevista de Lula, até agora disponibilizado publicamente, e podemos concluir que após um ano de encarceramento político, o principal dirigente do PT não abre mão de sua concepção reformista, prometendo reeditar a “era de prosperidade” baseada no crédito consignado e incentivo ao “consumo do mercado interno”, desgraçadamente este “ingrato mercado” lhe colocou na prisão por interesses comerciais...
1º DE MAIO UNIFICADO DAS CENTRAIS SINDICAIS: NADA DE LUTA E GREVE GERAL, SÓ “LIXO CULTURAL” E PARALISIA POLÍTICA... COM ESSA ORIENTAÇÃO DESPOLITIZADA NÃO DERROTAMOS AS REFORMAS DO “MERCADO” E O GOVERNO FASCISTA BOLSONARO!


O conjunto da burocracia sindical vem convocando atos unificados de 1º de Maio em São Paulo e em todas as capitais do país. Nas reuniões preparatórias a cúpula das centrais (CSP-Conlutas, CUT, Força Sindical, CTB, UGT, CSB, CGTB, Nova Central, Intersindical) decidiu não convocar a Greve Geral para derrotar a reforma neoliberal do governo Bolsonaro, não marcar qualquer data pelo menos para sinalizar que o movimento operário vai lutar de verdade contra o ataque brutal que os rentistas exigem que seja imposta imediatamente. As centrais se limitaram a lançar o chamado vazio “Em defesa dos direitos dos trabalhadores” sem apontar nenhuma medida concreta de luta. Ao contrário, o cartaz do ato de 1º de Maio de SP não passa de convocatória para um show de música sertaneja de péssima qualidade, com representantes típicos desse “lixo cultural”, duplas mercenárias bancadas pelas gravadoras como Simone e Simaria, Maiara e Maraísa... Os sindicalistas revolucionários da LBI alertam que com essa política de sabotagem das lutas e despolitização dos trabalhadores não se derrota a investida do grande capital e seu gerente fascista contra os explorados, não é essa a unidade que almejamos! A Conlutas, por sua vez, está eufórica saudando a “unidade histórica de todas as centrais sindicais”, declarando em seu site que “O 1° de Maio este ano no Brasil será histórico. Diante do brutal ataque aos trabalhadores que representa a Reforma da Previdência do governo Bolsonaro, as centrais sindicais brasileiras estão organizando atos unificados no país... Em São Paulo, o evento terá início às 10h, com apresentações artísticas e culturais”. Espertamente, chegou a lançar um micro-comunicado de poucas linhas a “boca miúda” no Face dizendo “Não temos acordo com esse formato do panfleto, seja pelo estilo exageradamente de ‘show’, seja por reproduzir um viés machista”. O fato desse “comunicado” não constar sequer em sua página oficial na internet demonstra que a Conlutas e o PSTU não desejam enfrentar a política traidora e despolitizada da burocracia sindical, com essa manobra covarde para “consumo interno” suas direções visam apenas “calar a boca” de meia dúzia de militantes descontentes dentro do partido que perceberam o óbvio caráter traidor dessa “unidade”. Fica evidente que as centrais sindicais apostam suas fichas no lobby parlamentar no corrupto Congresso Nacional, alimentando ilusões que os trabalhadores podem derrotar a proposta do Planalto pressionando deputados e senadores, cuja esmagadora maioria está comprometida com os planos da burguesia e do imperialismo de liquidar a previdência pública, acabar com o direito da aposentadoria e pensões, dando um verdadeiro “Deus lhe pague” para o povo. A “ala esquerda” da Frente Popular (PSOL e PSTU) embarcou de cabeça nesse engodo. Em nome da “unidade” vem subordinando seus aparatos sindicais (Conlutas, Intersindical) a política de colaboração de classes do PT, PCdoB, CUT, que por sua vez cedem cada vez mais a política da Força Sindical, UGT, ou seja, da máfia sindical ligada diretamente a burguesia que aceita que passe o grosso da proposta do governo, “opondo-se” apenas a seus aspectos mais brutais e menos importantes, como inclusive vem atuando o “Centrão” no parlamento. Paulinho da Força é o porta-voz dessa ala, o mesmo que estará como figura de proa o “1º de Maio unificado”. A LBI alerta que essa “unidade” longe de ser um ponto de apoio para a luta direta dos trabalhadores é um freio para uma mobilização radicalizada e para a construção imediata de uma verdadeira Greve Geral desde as bases operárias e populares, com piquetes e que paralise a produção, tendo os trabalhadores do campo com suas ocupações de terra e os sem-teto nas cidades como aliados. Intervimos nesse 1º de Maio com um eixo político oposto ao do conjunto da burocracia sindical, defendemos a convocação imediata da Greve Geral, com a assembleias de base nos locais de trabalho, estudo e moradia, no campo e na cidade, a fim de construir uma poderosa mobilização classista para derrotar os planos do fascista Bolsonaro e do parlamento, ambos capachos da burguesia e do imperialismo!

quinta-feira, 25 de abril de 2019

45 ANOS DA “REVOLUÇÃO DOS CRAVOS”: SOCIAL-DEMOCRACIA E STALINISMO APROFUNDAM SUA TRAIÇÃO A CLASSE OPERÁRIA... INTEGRAÇÃO AO GOVERNO DO PS PROVOCA RUPTURA NO “BLOCO DE ESQUERDA” E CRISE NO PCP



Neste 2019 completa-se 45 anos da Revolução dos Cravos, mais de quatro décadas e meia se passaram do histórico e memorável 25 de abril de 1974 que sacudiu as ruas de Portugal! Hoje, os trabalhadores lusitanos estão sendo governados pelo PS sob o comando de Antônio Costa depois de vários mandatos de gestão de direita PSD/CDS. Para celebrar essa data fazendo coro com a política de colaboração de classes do PS, o PCP afirma “Neste sentido, as comemorações do 45.º aniversário da Revolução de Abril devem ser um tempo para a convergência e unidade dos democratas e patriotas, dos trabalhadores e do povo, em defesa dos valores de Abril, da Constituição da República Portuguesa, de exigência de ruptura com a política de direita e de afirmação de uma política alternativa, patriótica e de esquerda” (PCP, 45.º aniversário da Revolução de Abril. Os valores de Abril no futuro de Portugal). Esta política de apoio “crítico” ao PS tem levado a crise no PCP, que vem perdendo peso político. Por sua vez, o Bloco de Esquerda (BE) declara “As comemorações do 25 de Abril e do 1º de Maio são momentos de reivindicação em torno do Estado Social e dos direitos de quem trabalha, pilares da democracia. O Bloco de Esquerda participa nestas manifestações e apela a uma ampla mobilização popular”. O programa abertamente socialdemocrata do BE levou a sua ruptura às vésperas das comemorações dos 45 anos da “Revolução dos “Cravos”. Mais de duas dezenas de militantes apresentaram o pedido de desvinculação do partido e enviaram uma carta à Mesa Nacional onde criticavam o rumo tomado nos últimos anos.  Nela está incluída a assinatura de dois irmãos de um dos fundadores do partido e antigo coordenador Francisco Louçã, ex-dirigente do SU: Isabel Maria Louçã e João Carlos Louçã. "Camaradas, conscientes de que pouco resta do projeto original do Bloco de Esquerda de ser uma força política em alternativa à sociedade existente, resolvemos deixar o partido no qual militámos ativamente até agora. Resolvemos deixar o Bloco porque não podemos ignorar o caminho de institucionalização dos últimos anos que transformaram o partido, de instrumento de luta política, num fim em si mesmo". O BE como o Syriza na Grécia e o PSOL no Brasil são partidos sociais-democratas que almejam gerenciar o Estado burguês em crise. Neste marco, as comemorações desse fato histórico que marcou o fim da ditadura de Salazar e o retorno da democracia burguesa em Portugal ocorrem em um clima de patrocinar ilusões na gestão burguesa do PS, neste sentido deve ser compreendida a Revolução dos Cravos e seus efeitos ainda hoje sobre a luta de classes não só em Portugal, mas como parte integrante da crise por que passa o continente europeu como um todo. Foi chamada de Revolução dos Cravos porque as tropas lideradas pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), em vez de baionetas, saíram às ruas com cravos na ponta dos fuzis para simbolizar solidariedade com a população. Mas, ao contrário do que afirmam os arautos da conciliação de classes, esse movimento resultou numa profunda derrota para proletariado português, confirmando a inviabilidade histórica de uma transição pacífica para o socialismo. O movimento de 25 de abril de 1974, ao pôr fim ao regime fascista de Salazar-Caetano, que durante 46 anos oprimiu o proletariado português e os povos as colônias de Portugal na África, se constituiu em um golpe militar preventivo para evitar que uma insurreição popular destruísse as bases da ordem capitalista. Um “convidado” inesperado, o proletariado, surge no processo desta transição política que foi operada inicialmente “por cima”, mas a ausência do partido revolucionário no cenário português impede que se transforme a crise política da “agitada” transição em Revolução Socialista.


MORRE JIM ROBERTSON, FUNDADOR DA LIGA ESPARTAQUISTA (EUA): O TROTSKISMO PERDE UM QUADRO MILITANTE QUE DEDICOU TODA SUA VIDA A CONSTRUÇÃO DA LIGA COMUNISTA INTERNACIONAL (LCI)


Na primeira quinzena de abril faleceu Jim Robertson, um dos fundadores da Liga Espartaquista dos EUA e também da Liga Comunista Internacional (LCI). Robertson tinha 90 anos e foi militante do movimento dos trabalhadores por mais de 70 anos. Nascido em 1928, Robertson aderiu ao Partido Comunista em Richmond, Califórnia em dezembro de 1946. Foi membro ativo em sua organização juvenil, a American Youth for Democracy. Enquanto estudava química na Universidade da Califórnia em Berkeley, ele deixou o PC. Robertson foi dirigente do grupo de jovens do SWP, a Young Socialist Alliance, quando foi fundada em 1960. Robertson, Tim Wohlforth e Shane Mage se opuseram ao que consideravam uma posição acrítica a Fidel Castro pela direção do SWP. Jim Robertson fundou a Tendência Revolucionário (TR) com David North, a TR era a representação do Comitê Internacional da IV nos EUA. Depois, na década de 60, rompeu com o próprio Gerry Healy, então dirigente do CI-QI. A maioria do TR deu origem a Liga Espartaquista. Ele permaneceu um colaborador ativo e um componente essencial da direção da Liga Espartaquista (EUA) e de sua corrente internacional LCI até os últimos dias de sua vida. Sua morte é uma tremenda perda para a LCI e para os que se reivindicam trotskistas. Em nome da direção nacional da LBI damos nossas condolências à família de Jim Robertson e seus inúmeros amigos e camaradas de partido. Apesar das profundas divergências que temos com a LCI, respeitamos a trajetória militante de seu fundador, dedicada ao Trotskismo assim com sua contribuição em defender a URSS e os Estados operários, ainda que burocratizados, da restauração capitalista em oposição a orientação stalinofóbica da esmagadora maioria das correntes revisionistas do Trotskismo. Jim Robertson Presente! Na luta pelo Socialismo sempre!

quarta-feira, 24 de abril de 2019

“DOIS LADOS DA MESMA MOEDA”: A ESMAGADORA VITÓRIA DE BOLSONARO NA CCJ E A PASSIVIDADE IMPOSTA PELA CUT/ PT (LOBBY PARLAMENTAR) AO MOVIMENTO OPERÁRIO E POPULAR! 


A vitória do governo Bolsonaro na CCJ no final da noite desta terça-feira aprovando a admissibilidade da Reforma neoliberal da Previdência por um placar folgado (48 a 18) após um acordo com o chamado “Centrão” costurado pela presidência da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), abriu um debate importante no ativismo classista: porque o PT e a CUT não moveram um dedo para mobilizar os trabalhadores antes da aprovação da “constitucionalidade” da PEC, porque negaram-se a convocar pelo menos uma Greve Geral de 24hs ou 48hs para demonstrar a força da classe trabalhadora diante do ataque a conquistas históricas? Como já vínhamos alertando, a estratégia do conjunto da Frente Popular (integrada pelo PCdoB e também pelo PSOL) limita-se a desgastar eleitoralmente o governo Bolsonaro, sem chamar nenhuma mobilização de peso que possa romper com as regras institucionais da democracia burguesa. Por essa razão o conjunto da centrais sindicais (CUT, Conlutas, Intersindical) limitaram-se a ir ao aeroporto de Brasília a fim de fazer “lobby” para os parlamentares votarem contra a proposta do Planalto. No máximo lançaram um “abaixo-assinado” contra a Reforma. Esses burocratas sindicais e as suas lideranças partidárias tem uma estratégia definida: apostam suas fichas nas eleições de 2020 e na disputa presidencial de 2022. Os governadores do PT, por exemplo, apoiam vários pontos da Reforma neoliberal de Bolsonaro, onde administram já inclusive levaram adiante ataques da mesma natureza, como Camilo Santana no Ceará, marionete da Oligarquia Gomes (PDT), também apoiadores dos retrocessos nas regras da previdência pública. Por sua vez, o PT negocia nos bastidores a libertação de Lula das garras da justiça burguesa (via o STJ, STF) oferecendo em troca a “inação” do movimento operário diante da ofensiva neoliberal. A decisão do STJ de ontem aponta que o acordo avança nesse sentido: prisão domiciliar para Lula após a aprovação da PEC. Esse engodo ficou tão evidente que muitas ativistas já estão denunciando abertamente esse golpe da Frente Popular contra uma verdadeira mobilização para barrar a reforma neoliberal de Bolsonaro. Registre-se que tanto nos governos Lula e Dilma, o PT levou ataques a previdência pública e as conquistas sociais que pavimentaram o caminho para a investida atual de Bolsonaro. Agora a piada da vez que sai da boca da burocracia sindical é o lema “Se a reforma passar o Brasil vai parar!” quando faz-se necessário uma Greve Geral já para barrar nas ruas as reformas exigidas pelo “mercado”. O que vimos nesses dias foram “dois lados da mesma moeda”: o governo Bolsonaro avançando em seus ataques enquanto a Frente Popular sabota as lutas...A tarefa dos revolucionários é lutar pela superação dessa orientação traidora, convocado a resistência direta ao governo do fascista Bolsonaro que conquistou uma grande vitória no parlamento! 

terça-feira, 23 de abril de 2019

EM “CONCHAVÃO” PRÉ-ACORDADO: POR UNANIMIDADE STJ DIMINUIU A PENA DE LULA A ESPERA DA APROVAÇÃO DA (CONTRA)REFORMA QUE LIQUIDARÁ A PREVIDÊNCIA


Acabou agora a votação na 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que decidiu por unanimidade (4 a 0) que Lula tenha pena reduzida, dando-lhe de fato o direito a prisão domiciliar em setembro/outubro, ou seja, após a aprovação da reforma neoliberal da previdência pelo governo Bolsonaro no parlamento. Esta é a decisão final da “corte”, um "conchavão" pré-acordado entre a máfia de toga do STJ. O relator do recurso em agravo regimental impetrado pela defesa do ex-presidente propôs a revisão da pena de 12 anos e um mês para 8 anos, 10 meses 20 dias. Isso implica, caso de mantenha essa tendência, na redução do tempo para a concessão do regime semiaberto para perto de 1 ano e seis meses (um sexto da pena), dos quais Lula já cumpriu quase 13 meses, o que levaria sua liberação para outubro deste ano. Jorge Mussi, o segundo dos integrantes da 5ª Turma do STF também se manifestou pela redução da pena dada a Lula pelo TRF-4. Ele rearbitrou a pena em 5 anos e 6 meses pela acusação de corrupção e outros 3 anos e 4 meses pela alegação de lavagem de dinheiro. Oito anos e 10 meses (e vinte dias), o mesmo que foi fixada pelo ministro-relator, Félix Fischer. Ministro Reynaldo Soares, presidente da Quinta Turma, votou e acompanhou o relator nas dosimetrias das penas de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, colocando a pena em 8 anos, 10 meses e 20 dias. O último "ministro" fez o mesmo!. Desta forma, a “turma” confirmou a decisão de progressão do regime, isso daria a Lula a prisão domiciliar em setembro/outubro. Todos os elementos levam a crer que essa decisão seguiu à risca o calendário da agenda neoliberal imposta ao país pelos rentistas e a Rede Globo. Manter LuLa encarcerado pela “Lava Jato” em Curitiba enquanto o governo Bolsonaro aprova a Reforma da Previdência mas acenando para sua prisão domiciliar até o final do ano. Em troca desse “relaxamento” do regime de prisão, o PT e a CUT mantêm o movimento operário em “banho maria” acumulando força eleitoral com o desgaste do governo para as eleições municipais de 2020 e, fundamentalmente, para a disputa presidencial em 2022. Fica evidente que a direção nacional do PT segue negociando nos bastidores da “república” e em suas cortes (STJ, STF) uma barganha em torno da liberdade de Lula em troca de sua “inação” no marco da radicalização da luta contra o projeto neoliberal do mercado financeiro. É necessário organizar desde já a construção de uma vigorosa Greve Geral por tempo indeterminado para derrotar não só as (contra)reformas, mas o conjunto do regime de exceção, vigente após o golpe parlamentar que resultou na fraude eleitoral, empossando o fascista Bolsonaro no Planalto. Somente forjado uma alternativa revolucionária de poder, para romper com a farsa da democracia burguesa, a classe operária será capaz de se insurgir no cenário histórico de forma independente para iniciar uma nova etapa do desenvolvimento humano: a sociedade socialista! Está claro para qualquer observador político minimamente atento, que Lula só recuperará suas garantias constitucionais elementares com a derrubada revolucionária do atual regime vigente. Desgraçamente, o “Lula Livre” do PT não passa de uma palavra de ordem oca, demagógica, voltada apenas para cabalar voto e simpatia dos seus eleitores, não está fincada na luta concreta para romper com a legalidade burguesa. A estratégia adotada pela cúpula do PT consiste em chamar a solidariedade da burguesia nacional contra a caçada humana a Lula promovida pela Lava Jato, acontece que a classe dominante compreende que o ciclo histórico do “neodesenvolvimento” lulista está encerrado. Somente a mobilização permanente, com os métodos revolucionários da ação direta do proletariado, será capaz de libertar Lula e todos os presos políticos das masmorras do Estado capitalista, sem nutrir qualquer expectativa nas negociatas com as “cortes” da justiça burguesa. Colocar o movimento operário em luta contra a Reforma da Previdência fortalece o combate pela liberdade de Lula, mas desgraçadamente o PT segue negociando sua liberdade em troca da “inação” do movimento operário diante da ofensiva neoliberal, sabotando junto com a CUT o chamado a Greve Geral. Contra essa orientação traidora façamos dos atos de 1º de Maio um ponto de apoio para a luta direta contra as reformas exigidas pelo “mercado”, radicalizando as mobilizações pela derrubada do governo Bolsonaro e pela liberdade imediata de Lula!

O QUE REALMENTE ESTÁ POR TRÁS DOS “IMPROPÉRIOS” DE OLAVO DE CARVALHO, ENDOSSADOS POR CARLUXO, CONTRA O GENERAL MOURÃO?


O “filósofo de puteiro” e astrólogo de psicopatas na vida real, Olavo de Carvalho, resolveu baixar todos os níveis possíveis no ataque desferido Hamilton contra o vice presidente, General Mourão. Todos sabem que Olavo é o mentor original do “projeto idiotia nacional”, ainda quando poucos acreditavam na possibilidade de um “baixo clero” desqualificado vir a ocupar o Palácio do Planalto. Nas recentes palavras do próprio fascista Bolsonaro sobre o papel ocupado por seu guru: “Olavo de Carvalho teve um papel considerável na exposição das ideias conservadoras que se contrapuseram à mensagem anacrônica cultuada pela esquerda e que tanto mal fez ao país”. De uma mera figura “exótica” no contexto nacional após o golpe institucional, Olavo assumiu a função política de vocalizar toda a fração mais retrógrada e entreguista do governo Bolsonaro, o que inclui a própria família do ex-capitão fascista. Nesta conjuntura de “guerra aberta” entre as próprias frações reacionárias do novo regime bonapartista, o setor militar vem sendo alvo de grosseiro enxovalhamento por parte do astrólogo Olavo de Carvalho. Até aí o fato seria de menor importância se por trás dos ataques do “guru” não estivesse a “mão” do próprio presidente Bolsonaro e sua família de tresloucados deliquentes. O setor militar do governo, representado pelos generais Heleno e Mourão, ainda nem bem digeriu as indicações ministeriais de Olavo, agora tem que conviver no mesmo “núcleo de poder” com xingamentos e impropérios diários dirigidos a vice-presidência da república. A ira dos “olavetes” contra os militares vem aumentando na medida em que a burguesia nacional ameaça a permanência de Bolsonaro no Planalto caso não consiga aprovar as reformas neoliberais e toda a pauta de privatizações exigidas pelo mercado financeiro. Neste possível cenário de um precoce “default” do fascista Bolsonaro, o imperialismo e seus súditos no Brasil apostariam na “alternativa Mourão”, o plano B dos rentistas. O general Mourão, uma “cavalgadura” tão direitista e pró-ianque quanto seu parceiro de chapa, vem se “repaginando” com ares de “civilização”, fato que já atraiu a simpatia política da esquerda reformista e de setores considerados “progressistas” das classes dominantes. Mourão acaba de aceitar um convite para visitar uma fundação norte-americana (Wilson Center), gerando a fúria dos ”olavetes” que desta vez passaram dos limites obrigando o próprio Bolsonaro a uma retratação parcial. A questão dos atritos entre as frações não é conjuntural e vai permanecer no horizonte do governo, até porque Bolsonaro já “fidelizou” sua adesão à Olavo de Carvalho, ideologicamente mais próximo do capitão psicopata e fascista. Desgraçadamente a esquerda reformista da Frente Popular (PT, PSOL e PCdoB) insiste nas alianças com a burguesia e agora até mesmo com a fração militar do governo fascista.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

22 DE ABRIL DE 1870, 149 ANOS DO NASCIMENTO DE LENIN: O DIRIGENTE MÁXIMO DA REVOLUÇÃO DE OUTUBRO QUE PERSONIFICOU A DITADURA DO PROLETARIADO E O PARTIDO CENTRALIZADO!


Em 22 de abril de 1870, há 149 anos atrás, nascia Vladimir Lenin, o dirigente marxista que lançou as bases do Partido Revolucionário centralizado como um exército do proletariado para demolir violentamente as instituições do estado capitalista e responsável pela vitória da Revolução de Outubro . Lênin lançou as bases da política revolucionária da época atual, a fase do capitalismo imperialista. A sua vida representou a fusão da teoria e da prática revolucionária marxista. "Quando a tarefa dos socialistas consiste em ser os dirigentes ideológicos do proletariado na sua luta real contra os inimigos reais, erguidos na via real de um desenvolvimento social e econômico dado, o trabalho teórico e o trabalho prático são apenas um, segundo a fórmula tão exata de Liebknecht, veterano da social-democracia alemã: Estudar, Propagar, Organizar". A vida e a obra de Lênin transformaram o século XX, educando o proletariado para sua grande missão histórica: a Revolução Socialista Mundial! Ele era um dos filhos de uma família de classe média que morava em Simbirsk, na Rússia. Seu pai, Ilya Nikolaievitch Ulianov, exercia o cargo de inspetor e, mais tarde, diretor das escolas públicas. Sua mãe, Maria Alexandrovna Blank, era filha de um médico da província de Kazan. Dos seis irmãos que tinha, foi Alexandre Ulianov quem mais influenciou a trajetória política de Vladimir. Aos vinte anos, Alexandre começara a estudar as obras de Marx, chegando a traduzir para o russo a Introdução à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel. Em 1887, aos 21 anos, Alexandre foi preso e condenado à morte por enforcamento após o fracasso de um atentado terrorista contra o czar Alexandre III. O irmão de Lênin pertencia à Narodnaia Volia (Vontade do Povo), organização secreta populista, que congregava elementos da intelligentsia russa e que, sob o regime de opressão, encarava o terror como a única forma de ação imediata contra a autocracia czarista. Essa organização já havia sido quase que completamente esmagada pelo governo após o assassinato do czar Alexandre II (1 de março de 1881). A morte do irmão levaria o jovem Lênin a desenvolver uma reflexão crítica sobre o terrorismo como método impotente de luta contra a opressão política e buscar na organização e mobilização das massas exploradas o caminho para a derrubada do regime czarista.

domingo, 21 de abril de 2019

DERROTADO NA SÍRIA: “ESTADO ISLÂMICO” LEVA O TERROR PARA SRI LANKA, ANTIGO CEILÃO


Uma série de explosões em hotéis de luxo para turistas e igrejas católicas durante a celebração da Páscoa no Sri Lanka deixou hoje (21/04) pelo menos 207 mortos e 450 feridos, na maior onda de violência já registrada no país desde o o encerramento da guerra civil que durou 30 anos, sendo finalizada em 2009. Os atentados terroristas foram registrados na capital, Colombo, e nas regiões de Katana e Batticaloa, contabilizando oito explosões. Três igrejas da minoria católica foram alvos dos ataques, que aconteceram durante as missas de Páscoa. Os hotéis cinco-estrelas Shangri-La, Kingsbury, Cinnamon Grand e um quarto hotel, todos em Colombo, também foram atingidos,houve ainda uma explosão num complexo de casas. Autoridades governamentais no Sri Lanka dizem que os ataques foram planejados e coordenados, apesar de não terem sido ainda reivindicados por nenhuma organização política ou militar.  Porém é de conhecimento no país que destacamentos de brigadas do “Estado Islâmico” se deslocaram massivamente para o Sri Lanka vindo do Oriente Médio, mais precisamente fugindo da estrondosa derrota que sofreram na Síria. Cerca de 10% da população do Sri Lanka, antigo Ceilão, é de origem muçulmana. As ações guerrilheiras e atos terroristas contra as tropas cingalesas (a maioria da população é etnicamente cingalesa) tem uma longa história no Sri Lanka, duraram três décadas, até que, derrotados militarmente, os rebeldes da minoria étnica tâmil negociaram um cessar-fogo com o governo central, encerrando a guerra civil. Mas pelas primeiras análises da conjuntura nacional recente, tudo aponta que a guerrilha maoísta não tenha tido nenhuma participação nestes bárbaros ataques. Os Marxistas Revolucionários não compartilham o método do terrorismo individual, comumente “confundido” propositalmente pela mídia corporativa com justas ações guerrilheiras. Neste caso concreto o ataque não corresponde a uma iniciativa militar ou política da minoria muçulmana, mas sim da organização reacionária e manipulada pelo imperialismo ianque, o chamado “Estado Islâmico”. O proletariado cingalês, tâmil e muçulmano deve lutar unido pelos mesmos objetivos estratégicos no antigo Ceilão, um genuíno governo operário e camponês em direção ao socialismo!

sábado, 20 de abril de 2019

FASCISTAS DA LAVA JATO EXIGEM A CABEÇA DE TOFFOLI, O BOLSONARARISTA DE “ESQUERDA” QUE AINDA É GRATO A ZÉ DIRCEU...



Na queda de braço entre as duas frações golpistas do regime bonapartista, os fascistas da “Lava Jato” levaram a melhor e agora já se preparam para nocautear definitivamente o presidente do STF, o ex-petista Dias Toffoli. A luta escancarada teve início quando Toffoli apoiado por seus “parças” Gilmar Mendes e Alexandre Moraes, resolveu abrir um processo de defesa “intra corporis” do STF contra os supostos detratores da instituição. A tresloucada iniciativa jurídica de Toffoli e seu bando correspondia a uma enérgica resposta lançada contra a ala bolsonarista do regime que avançava a passos largos em investigações contra os escusos “negócios” dos “impolutos” Ministros do STF. Logo na sequência o bando de Toffoli parece ter dado um “passo maior que suas pernas”, ordenaram a censura contra a revista “Crusoé” e o site “O Antagonista”, ambos expressão do reacionário lixo midiático que contaminou o país após o golpe institucional. Toffoli e Moraes calibraram mal sua ação, pensaram que atacar a direita asquerosa seria tão fácil quanto “processar, censurar e prender” a esquerda burguesa da Frente Popular. O “ledo engano” dos Bolsonaristas de “esquerda” custou caro e já ameaça a sobrevivência política deste bando do STF. O Ministro Alexandre de Moraes foi obrigado a recuar na quinta-feira (18/04), da proibição do site “O Antagonista” e da revista “Crusoé” de divulgarem a matéria “O amigo do amigo de meu pai”. O referido artigo jornalístico da direita revelava que em documento entregue à força-tarefa da famigerada “Operação Lava Jato”, Marcelo Odebrecht “delatou” que a expressão “amigo do amigo de meu pai”, que constava em um e-mail seu de 2007, designava o presidente do STF, Dias Toffoli. O envergonhado recuo de Moraes na proibição do “esgoto antagônico” foi no mesmo dia em que Toffoli se desculpava: “não se trata de censura, mas de defesa do STF”. Porém para os fascistas da Lava Jato, apoiados amplamente pela famiglia Marinho e seu “mantra da liberdade de expressão”, não se trata de suspender o fogo contra Toffoli somente por esta primeira vitória. Agora fortalecidos como “paladinos da imprensa livre” os fascistas exigem a cabeça de Toffoli, o ex-petista que ainda manifesta gratidão em relação a seu antigo “padrinho”, José Dirceu que está solto (ao contrário de Lula) apesar de já condenado em segunda instância. Nada adianta para os procuradores bandidos da “Lava Jato” o fato de Toffoli ter dado seu aval ao golpe institucional e a própria prisão política de Lula que resultou na eleição de Bolsonaro, nada pregresso importa para estes criminosos do MPF. Gratidão política é um sentimento que não existe no seio das classes dominantes, vide o caso de Lula que em sua gerência estatal tanto beneficiou as transações da burguesia nacional , para depois ser abandonado e trancafiado em uma cela prisional acusado de ter se apropriado de umas “migalhas”...Dificilmente Toffoli sobrevirá ao bombardeio da extrema direita que está submetido, provavelmente renunciará ao seu cargo para se manter “vivo”, quanto aos seus “parças”, Gilmar e Moraes, como são tucanos de “plumagem nobre” deverão ser preservados, porém “neutralizados”. Obviamente não cabe aos Marxistas Revolucionários nenhuma defesa do bando “toffolista” e tampouco da corrupta instituição STF, um “supremo” instrumento do neoliberalismo contra as conquistas operárias. Chega a ser cômico, se não fosse trágico, a apologia que a esquerda reformista faz do STF e de seus nefastos Ministros, como afirmou o PCdoB: “Gilmar Mendes, o mais corajoso no enfrentamento ao arbítrio” (site Vermelho 20/04), ou mesmo a presidente do PT, Gleisi Hoffmann: “Produção de fake news e vazamentos contra STF tem de ser investigados”. A alternativa política que o proletariado deve apresentar diante da crise institucional deve ser a demolição da república do capital e todas suas instituições corrompidas! É hora de construir o poder revolucionário dos trabalhadores!

quinta-feira, 18 de abril de 2019

“UMA NOVA PRIMAVERA ÁRABE NO NORTE DA ÁFRICA?”: PTS/MRT EM UM “DILEMA”... SER OU NÃO SER “PAPAGAIO” DO MORENISMO NA ARGÉLIA E SUDÃO?


Como em um filme reprisado de Hollywood, a cena repete-se mais uma vez. O cenário agora é a Argélia e o Sudão... A mídia internacional “noticia” que mobilizações populares espontâneas colocam em xeque “ditaduras sanguinárias” desgastadas nos dois países africanos, não por acaso fronteiriços com a Líbia, também com grandes reservas de petróleo e gás natural. Alguma semelhança com a “revolução na Líbia” que derrubou o “regime assassino de Kadaffi”? De pronto todo o arco pseudotrotskista seguiu como papagaio a versão das grandes corporações de comunicação do imperialismo (Fox, CNN). A LIT logo cravou a manchete “Uma nova primavera na África?” (site LIT, 17.04). No artigo lemos o lixo que “Alguns analistas, jornalistas e historiadores começam a falar em uma 'nova era africana' que se inicia com revoluções democráticas e ditadores que não vão resistir por muito tempo. O que poderíamos chamar de ‘Primavera Africana’, ou ‘Primavera árabe 2.0’. Segue o caminho dos protestos que tomaram há mais de um ano a Tunísia, Marrocos e Jordânia, mas, em uma conjuntura que pode ser muito mais explosiva para a região, ao se combinar com a instabilidade gerada pelos conflitos militares na Líbia, Síria e Iêmen”. Seus irmãos siamenses do PTS argentino seguiram na mesma “tonada” em termos quase indêticos: “Uma nova Primavera Árabe no norte da África?” (ED, 11/04). Esta foi a manchete do “Esquerda Diário”, porta voz de sua sucursal brasileira, o MRT. Nesse portal lemos que “Nas principais cidades da Argélia e do Sudão, manifestações massivas protestando contra seus respectivos governos foram reprimidas com intensa brutalidade... Esses processos de luta democrática possuem muitas semelhanças entre si e inevitavelmente leva à expectativa do ressurgimento da ‘Primavera Árabe’ contra velhas ditaduras nacionalistas, inspirando o conjunto dos trabalhadores e das minorias oprimidas da região, especialmente no continente africano, colocando novamente em discussão mundial a implicação da luta de classes no cenário político, econômico e social”. Bingo!!! Façamos no Sudão e na Argélia o que aplaudimos na Líbia, apoiemos “o ressurgimento da ‘Primavera Árabe’ contra velhas ditaduras nacionalistas” clamam esses revisionistas. É preciso desenhar? Os filisteus do PTS/MTR copiam mais uma vez a política tradicional do Morenismo de apoiar manifestações orquestradas pelo imperialismo e as forças burguesas direitistas locais para derrubar regimes nacionalistas em crise. Como podemos ver, a família Morenista em seu conjunto, desde os membros oficiais (LIT, UIT) até os “bastardos” (PTS) seguem firmes na linha de frente única com as forças da reação burguesa contra os governos nacionalistas moribundos que são alvo da Casa Branca. Alguma coincidência com as provocações de "massa" da direita na Venezuela, Nicarágua ou mesmo com o golpismo apoiador da Lava Jato e suas manifestações "verde-amarelo" no Brasil? Trump, aprofundando a linha de Obama, deseja aniquilar o regime como de Bashar Al Assad na Síria como fez Obama e a OTAN com Kadaffi na Líbia. Nesse marco, planeja varrer do mapa a FLN, partido nacionalista que já governa quatro mandatos seguidos (desde 1999) na Argélia. O mais trágico é que o próprio PTS/MRT descreve os passos da “revolução made in CIA” na Argélia. Vejamos como nossos próprios olhos: “O ditador, pressionado pela contestação popular, desistiu de disputar as eleições, entretanto, se mantinha ainda no cargo presidencial. A população reagiu e voltou às ruas, e dessa vez exigindo a saída definitiva de Bouteflika do poder. As Forças Armadas, um dos pilares centrais do regime, e até ontem fiel aliada de Bouteflika, hoje declara seu apoio à população, reiterando que o ditador se encontra inapto para dirigir o país, no intuito de tentar salvar a própria imagem da instituição e garantir assim uma posição privilegiada na transição de regime”. (Esquerda Diário,11.04). Os generais controlam a transição planejada pela Casa Branca, como fizeram no Egito ao derrubar o presidente eleito Morsi da Irmandade Muçulmana para impor uma verdadeira ditatura militar assassina pró-imperialista, processo que foi apresentado pela LIT e seus satélites como uma “revolução democrática”! No Sudão, o mesmo script da farsesca “Primavera Árabe”. Segundo a LIT “Depois de quatro meses de protestos contra o governo, o exército do Sudão se viu obrigado a depor e prender o ditador Omar al Bashir, no poder há 30 anos”. Aqui também o alto-comando das FFAA assume as rédeas da “revolução”! Os genuínos Trotskistas denunciam mais uma vez a fraude em curso: o que estamos vendo é uma transição ordenada pelo imperialismo para impor regimes políticos alinhados com seus ditames, retirando de cena governos nacionalistas senis que de alguma forma não seguem fielmente os ritmos e os planos da Casa Branca. Os Marxistas Revolucionários não fazem frente única com a reação burguesa para derrubar governos nacionalistas decrépitos, lutam para que as massas superem as velhas direções burguesas pela via da Revolução Proletária e não da contrarrevolução, que não tem nada de democrática ou progressista! Seguimos os ensinamentos de nosso mestre Leon Trotsky e as lições do Programa de Transição! A Líbia mergulhada na barbárie social, em uma guerra civil fraticida com a volta da escravidão em algumas regiões deveria ter deixado alguma lição para esses canalhas que enlameiam o nome do Trotskismo, maculando a bandeira da IV Internacional para as novas gerações de lutadores. Na Argélia e no Sudão, assim como foi na Líbia de Kadaffi e segue na Síria de Assad, defendemos a luta contra os agentes do imperialismo que manipulam os “protestos populares”, combatemos para que os trabalhadores organizem seus próprios organismos de poder e suas milícias armadas para derrotar os aliados de Trump dentro destes países, tendo como programa a expropriação da burguesia e das empresas estrangeiras. O Pentágono sabe mais que ninguém que a Argélia tem as quintas maiores reservas de gás natural do mundo e é o segundo maior exportador de gás. É ainda o 14º país com maiores reservas de petróleo. O Sudão segue o mesmo panorama propício à rapina das metrópoles capitalistas. Contra esse retrocesso, no curso do combate vivo da luta de classes, fazemos unidade de ação pontual com as forças populares do regime que resistem as investidas neocolonizadoras, mantendo nossa total independência política para na trincheira de luta sentar as bases programáticas e ideológicas pela construção do verdadeiro partido operário revolucionário que liberte esses países do jugo do imperialismo e do sistema capitalista nativo!

quarta-feira, 17 de abril de 2019

LAVA JATO PERUANA MATA DIRIGENTE HISTÓRICO DO APRA: O “SUICÍDIO” DO EX-PRESIDENTE ALAN GARCÍA REVELA OS PLANOS DOS EUA PARA AS LIDERANÇAS DA ESQUERDA LATINO-AMERICANA


O ex-presidente peruano Alan García, dirigente histórico do PARA (Aliança Popular Revolucionária Americana) e atualmente presidente honorário da Internacional Socialista, morreu em um hospital em Lima após tentar suicídio com um tiro na manhã desta quarta-feira (17/04). García tentou suicídio na sua casa, na cidade de Lima, após a chegada de uma reacionária operação policial montada à semelhança da Lava Jato brasileira. O objetivo do “espetáculo” policial, urdido nos bastidores da embaixada norte-americana na capital peruana, era prendê-lo por uma acusação de corrupção ligada à empreiteira brasileira Odebrecht. A construtora brasileira é investigada no Peru por ter pago “comissões” a gestores estatais para ganhar contratos de obras de infraestrutura. Os supostos casos de suborno da Odebrecht no país, investigados por promotores declaradamente fascistas, já levaram à prisão o ex-presidente neoliberal Pedro Pablo Kuczynski e a líder da oposição de direita Keiko Fujimori. As operações jurídicas e policiais contra as principais lideranças da esquerda burguesa latino-americana, foram todas planejadas pelo Departamento de Estado dos EUA, ainda no governo do Democrata Barack Obama, já tendo conseguido seus obscuros “objetivos” (totais ou parciais) em países como Brasil, Argentina, Perú, Equador, etc... Agora a Casa Branca, sob o comando do tresloucado Trump, “dobra a aposta” iniciada por Obama e já “colhe” seu primeiro defunto presidencial: Alan García, outros estão a caminho...se o movimento de massas não romper imediatamente a farsa jurídica e midiática do “combate à corrupção”, levada a cabo pelos piores bandidos da humanidade!
HÁ CINCO ANOS NOS DEIXAVA GABRIEL GARCIA MARQUEZ, O GABO: A VOZ LITERÁRIA DA AMERICA LATINA “REBELDE”, UM DEFENSOR GENIAL DA LIBERTAÇÃO DE NOSSO POVO OPRIMIDO DO JUGO IMPERIALISTA!


No dia 17 de abril de 2014, há exatos 5 anos, morria o escritor colombiano Gabriel Garcia Marquez, o Gabo como era chamado pelos amigos. Sua partida comoveu não só o mundo literário, mas também o conjunto da intelectualidade política mundial. Gabo teve “gravado” na infância as histórias contadas pelo seu avô, o coronel Nicolás Marquez, que participou da guerra civil colombiana. Esta “influência” talvez tenha determinado os primeiros passos literários de Gabo, que notadamente admirava o autor tcheco Franz Kafka, em especial sua obra “A Metamorfose”. Nesta simbiose, dos contos mágicos de seu avô e no estudo do melhor acervo literário mundial, surge o escritor genial Gabo, que lançando o livro “Cem anos de solidão”, em 1967, crava seu nome no panteão dos mestres ao criar um novo estilo literário, o chamado “Realismo Mágico”. Mais do que uma “nova escola”, o Realismo Mágico representou na arte de escrever a simbologia da formação de uma nação, muito mais do que a história de só um país, o retrato mítico da América Latina, com todas suas agruras reais e sua magia peculiar fruto do “cruzamento” de várias civilizações. Além de grande escritor, Gabo era um prodigioso jornalista. Foi correspondente internacional duas vezes: a primeira em 1958, na Europa, e a segunda em 1961, em Nova York, onde foi perseguido pela CIA por suas críticas a exilados cubanos (gusanos) e suas ligações com Fidel Castro. Na época ele trabalhava em nome da agência de notícias cubana Prensa Latina e como sua situação ficou insustentável nos EUA se mudou para o México, onde passou boa parte da vida. Neste interregno escreveu: Cem Anos de Solidão, O Amor nos Tempos do Cólera, Crônica de uma morte anunciada e tantos outros livros que se tornaram referência em todo mundo. Publicado em 1967, Cem Anos de Solidão é considerado o mais importante da carreira de García Márquez e também a segunda obra mais relevante de toda a literatura hispânica, ficando atrás apenas de Dom Quixote de la Mancha, de Miguel de Cervantes. Em 1982, García Márquez foi escolhido o vencedor do Nobel de Literatura. Foi o segundo latino-americano a receber o prêmio, tendo sido o chileno Pablo Neruda o primeiro. Em 1971, em meio ao governo de Allende (1970-1973), respondendo a uma pergunta de um jornalista nova-iorquino, declarou García Márquez: “Eu tenho a esperança de que toda a América Latina seja socialista, mas agora as pessoas estão muito iludidas com um socialismo pacífico, dentro da constituição. Tudo isso me parece muito bonito eleitoralmente, mas creio que é totalmente utópico. O Chile está condenado a um processo violento muito dramático. Mesmo que a Frente Popular vá avançando – com inteligência e muito tato, a passos bastante rápidos e firmes – chegará um momento em que encontrará um muro que lhe opõe seriamente”. Nesta altura Gabo já prognosticava o desenlace trágico, para a classe operária, da experiência política chilena da Frente Popular.

terça-feira, 16 de abril de 2019

ESQUENTA A LUTA ENTRE AS DUAS FRAÇÕES GOLPISTAS: RAQUEL E OS FASCISTAS DA LAVA JATO QUEREM INTERDITAR A MÁFIA TOGADA DO STF


A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, requereu ao Supremo Tribunal Federal o arquivamento do inquérito sigiloso aberto pelo presidente Dias Toffoli para apurar ataques e disseminação de ofensas e notícias falsas contra a Suprema Corte e seus Ministros. Anteriormente os Procuradores federais da fascista “Operação Lava Jato” também criticaram a cúpula do judiciário por rejeitar qualquer participação do MPF nas investigações de fatos relacionados a “ataques morais” aos togados do STF. O clima esquentou ainda mais no início desta semana quando o Ministro Alexandre Moraes mandou censurar a reacionária revista “Crusoé” e também o site direitista “O Antagonista” por supostamente veicular acusações de corrupção contra o presidente Dias Toffoli, em um suposto envolvimento com empreiteiras. O Ministro do STF Marco Aurélio Mello, resolveu entrar no confronto entre as duas alas do golpismo, classificando como censura a decisão do colega Alexandre de Moraes que determinou à apreensão da revista digital "Crusoé". A maioria do STF parece seguir a orientação de Toffoli, até mesmo por uma questão de autodefesa, e já comunicou oficialmente que a PGR não tem poder algum para impedir as determinações da Suprema Corte. Aberta a guerra intestina no interior do regime bonapartista, a camarilha militar observa de camarote os desdobramentos da dissidência golpista, enquanto o triunvirato neoliberal do governo Bolsonaro joga abertamente em favor da “Lava Jato”. É evidente que os fascistas que se perfilam na tropa do justiceiro Moro não admitem que a “última palavra” do novo regime político seja dada pelos togados do STF. Nós Marxistas não ingressaremos na defesa de nenhum dos dois blocos reacionários das classes dominantes, desgraçadamente a esquerda reformista tem se divido ora apoiando a máfia togada do STF (PCdoB), ou dando suporte político aos bandidos da Lava Jato (PSTU). As justificativas de apologia da honra do judiciário e das instituições (STF), ou da defesa abstrata da liberdade das grandes corporações de imprensa (Lava Jato), são absolutamente nulas quando se trata dos interesses estratégicos da classe operária, que passa ao largo desta falsa dicotomia da burguesia. O proletariado e suas organizações de combate devem traçar uma linha bem nítida de independência de classe em relação a todas as alas deste regime de exceção bonapartista, instaurado no país após o golpe institucional de 2016. Os Marxistas Revolucionários são totalmente contrários a censura no âmbito de um regime político burguês e de sua justiça de classe em particular a qualquer pessoa, jornal, blog ou revista por expressar suas opiniões, pensamentos ou em função da divulgação de reportagem investigativa. Portanto não defendemos que o reacionário site Antagonista e a direitista Revista Crusoé sejam censurados pela máfia togada do STF porque essa perseguição arbitrária que se volta hoje pontualmente contra esses órgãos da imprensa burguesa que conformam o PIG tem como alvo principal a esquerda revolucionária, a imprensa operária e os lutadores sociais. Ao mesmo tempo denunciamos o covil reacionário da PGR e os fascistas da Lava Jato como agentes da reação burguesa que atacam as liberdades democráticas dos explorados. A vanguarda dos trabalhadores construirá no curso de sua luta concreta seus próprios organismos de defesa e publicidade, sem que necessitem de qualquer “autorização” institucional da decadente elite dominante para existir e cumprir seu papel histórico: o socialismo!

segunda-feira, 15 de abril de 2019

ONTEM O MUSEU NACIONAL NO RIO, HOJE A CATEDRAL DE “NOTRE DAME” EM PARIS: CAPITALISMO EM DECADÊNCIA É INCAPAZ DE PRESERVAR OS PATRIMÔNIOS HISTÓRICOS DA HUMANIDADE


Um incêndio de grande proporção, nesta segunda-feira (15/4), consome quase que totalmente a catedral de “Notre-Dame” de Paris, na França. A construção do templo de Notre-Dame pela alta cúpula católica foi dedicado à figura mítica da Virgem Maria (o termo francês “Notre-Dame” quer dizer Nossa Senhora em português) e levou 180 anos, de 1163 quando começou a ser erguida no local onde ficava uma igreja romana, a 1345. Antes, o terreno havia sediado um templo druida, altar celta e antigos ritos cristãos. Localizada na Île de la Cité (uma pequena ilha no centro de Paris, rodeada pelas águas do rio Sena), a histórica catedral foi restaurada diversas vezes em seus mais de oito séculos de existência. Dentro da igreja, há um acervo de importância artística inestimável para a humanidade, há também pinturas e gravuras que relatam a história da catedral e da própria cidade de Paris. O fogo foi relatado primeiro por religiosos em redes sociais, não está claro ainda o que o causou, mas pode estar relacionado a uma obra de restauração que vinha sendo feita no telhado do templo.A emissora “France 2” afirmou que a polícia está tratando o caso como um acidente. Como se pode constatar, a completa negligência com os patrimônios históricos da humanidade não é monopólio apenas de países capitalistas periféricos, como o Brasil que recentemente assistiu a destruição (também por incêndio) do importante Museu Nacional na cidade do Rio de Janeiro. Também nações imperialistas como a França estão “oferecendo” sua porção de descaso (para não dizer irresponsabilidade) com o acervo da cultura civilizatória dos povos, reflexo direto do estancamento das forças produtivas do capital, hoje inteiramente consumido pelo rentismo dos mercados financeiros.
CASO DANILO GENTILI: PCO ADVOGA A DEFESA DO CANALHA REACIONÁRIO EM NOME DO “DIREITO A LIVRE EXPRESSÃO”... OS TROTSKISTAS RECHAÇAM O CRIME DE “DELITO DE OPINIÃO” MAS NÃO EVOCAM A “LIBERDADE” PARA O VERME FASCISTA! 


Uma polêmica abriu-se nos últimos dias no interior da esquerda e na “blogosfera progressista” acerca da condenação do reacionário, direitista, racista e homofóbico Danilo Gentili a seis meses e 28 dias de prisão em regime semiaberto por injúria à deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). Enquanto vários ativistas e agrupamentos políticos defenderam nas redes sociais e blogs a sua prisão, o PCO saiu em defesa do canalha Gentili. Rui Pimenta logo declarou: “Condenação de Danilo Gentili: um atentado à liberdade de expressão”. Ambos os lados estão equivocados porque balizam suas posições tendo como referência as instituições do regime político burguês, entrando no debate acerca da “legalidade” ou não da decisão judicial. Os Marxistas Revolucionários rechaçam o crime de “delito de opinião” no marco do Estado burguês, ou seja, somos totalmente contrários a censura a qualquer pessoa por expressar suas opiniões ou pensamento no âmbito de um regime político burguês. Portanto não defendemos que Gentili seja censurado pela Justiça porque essa perseguição arbitrária que se volta hoje pontualmente contra ele tem como alvo principal a esquerda revolucionária e os lutadores sociais. É importante ressaltar que na sentença judicial que o condenou a prisão, Gentili foi não foi censurado ou “silenciado”, tanto que o canalha continua falando suas diatribes reacionárias livremente nas redes sociais e na TV.  Ao mesmo tempo, de forma alguma, defendemos esse reacionário racista frente a decisão da justiça burguesa, como fez vergonhosamente Causa Operária. Os Marxistas não defenderão Gentili diante da Justiça burguesa e, tampouco, o Bonapartismo Judiciário, alertamos que as manobras de espetáculos jurídico-policiais são uma expressão do regime bonapartista de exceção que vigora no país, após o golpe parlamentar que derrubou o governo do PT. É mais que correto denunciar o judiciário como um órgão da classe dominante voltado a cassar as liberdades democráticas dos trabalhadores (que não é o caso do playboy Gentili), porém em alto e bom som é fundamental também deixar claro que os revolucionários não advogam a liberdade desse verme diante da decisão judicial. A vanguarda combativa do proletariado não pode depositar nenhuma ilusão na justiça burguesa que traficam sentenças seguindo as ordens da Casa Branca em Washington, tampouco podem defender uma reacionário racista como Gentili. Na contramão dessa posição principista o PCO saiu em defesa do verme Gentili e para isso usou como pretexto a necessidade de se respeitar a “liberdade de expressão” em geral, como se os Trotskistas defendessem o direito de expressão do fascismo. Em nome da “livre expressão” esses revisionistas do trotskismo defendem que o facistoide possa vociferar um claro discurso racista e de extrema-direita, defendem o “direito” de Gentili atacar os negros, homossexuais, comunistas e mulheres em nome da democracia!!! Esta conduta escandalosa deve ser amplamente repudiada pela esquerda classista e revolucionária como um ataque ao conjunto do movimento operário e as liberdades democráticas do povo trabalhador, na medida que o fortalecimento do fascismo e de sua liberdade de fala e atuação favorece a ofensiva burguesa na luta de classes! No caso específico de Causa Operária tamanho esmero em defender esse fascista preconceituoso também se deve a identidade programática do PCO com as “teses” homofóbicas contra a diversidade sexual e não apenas pela “liberdade partidária” no geral, como já denunciamos antes no caso da fala de Levy Fidelix contra os homossexuais no debate da TV Record em 2014 assim quando Rui Pimenta advogou a “liberdade” para Bolsonaro atacar negros, homossexuais e mulheres em abril de 2017 em um evento sionista no Rio de Janeiro. Os Marxistas Revolucionários nunca defendem a “democracia” para a burguesia e seus setores mais reacionários poderem livremente organizar ofensivas reacionárias contra o povo trabalhador e as chamadas “minorias”. Os genuínos Trotskistas não defendem a “livre expressão” do fascismo! Ao contrário, intervém nos protestos e manifestações contra a homofobia e o rascismo para apresentar uma plataforma revolucionária que una a luta pelas liberdades democráticas do povo trabalhador no sistema capitalista ao combate para derrotar a burguesia e seu regime senil de conjunto, demonstrando que as posições reacionárias e preconceituosas dos partidos burgueses são as expressões mais cruentas de seu desejo de “eliminar” os trabalhadores por meio da fome, miséria, do desemprego e da exploração capitalista! Para os Marxistas Revolucionários é necessário ir muito além do rechaço democrático ao “humorista” que hoje é um dos símbolos políticos de todo o campo da direita em nosso país. Danilo Gentili representa um segmento fascista “bem vivo” não só na mídia mas também no interior do aparelho repressivo (FFAA e PM's) do Estado Burguês. A tradição programática da Esquerda Revolucionária passa bem longe desta panaceia de defender Gentili, consideramos que os fascistas devem receber outro “tratamento” por parte do movimento operário organizado. Como nos ensinou o grande mestre Trotsky: “Com fascistas não poderá haver relação alguma democrática, devemos enfrentá-los com metralhadoras e porretes”. É uma verdadeira tragédia política que grupos da esquerda que tanto verborragizam contra o “Golpe de Estado”, se mostrem tão submissos a reação burguesa quando se trata de sarjetas grotescas como Gentili, Bolsonaro e sua corja de fascistas. Os Leninistas nunca foram defensores da democracia como um valor universal e, muito menos, reféns da legalidade burguesa, ainda mais quando se trata do combate de classe contra os bandos fascistas em plena atividade. Calemos Gentili pela força da ação organizada da classe trabalhadora sem depositar nenhuma ilusão na justiça burguesa e em seu Estado repressor!

domingo, 14 de abril de 2019

ELEIÇÕES ISRAEL: NETANYAHU VENCE CONTRA UMA OPOSIÇÃO AINDA MAIS NAZISIONISTA. O HISTÓRICO PARTIDO TRABALHISTA É VARRIDO DO CENÁRIO POLÍTICO, AMEAÇANDO OS FARSESCOS “ACORDOS DE OSLO”


O resultado final das eleições para o parlamento israelense, que no regime sionista determina o comando de fato do Estado Judeu, acabou por dar a vitória ao reacionário partido Likud e por consequência a reeleição do facínora Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu. O Likud obteve 36 cadeiras no parlamento e a neófita coalizão eleitoral de “oposição”, batizada de “Azul e Branco”, formada em janeiro deste ano ficou com 35 assentos em um total de somente 120 postos no Knesset, como é chamado o parlamento israelense. Mesmo que o Likud tivesse conquistado menos parlamentares do que a coalizão “Azul e Branco” (que alguns veículos da mídia tem apresentado equivocadamente como um partido), Netanyahu teria facilmente obtido sua recondução ao cargo de Primeiro Ministro pelo fato de controlar uma coligação de partidos muito mais ampla do que a frágil coalizão “Azul e Branco”, comandada pelo general assassino Benny Gantz. Portanto é completamente falsa a análise da esquerda reformista de que as eleições israelenses foram “apertadas” e que Netanyahu “ganhou por pouco”. O presidente de Israel, Reuven Rivlin, a “rainha da Inglaterra” do gerdame sionista, já encarregou Bibi Netanyahu de conformar seu quinto governo consecutivo, superando desta forma o fundador do Estado Judeu, o histórico líder trabalhista David Ben-Gurion. Se a tranquila vitória de Netanyahu não foi surpresa alguma para nós Marxistas, refletindo diretamente o ambiente ultradireitista do eleitorado das principais “cidadelas”  de Israel , o total aniquilamento político do Partido Trabalhista é sim um elemento novo e que precisa ser aprofundado. A esquerda Trabalhista, filiada a Internacional Socialista, elegeu somente 6 parlamentares, o pior resultado em toda sua história, e seu tradicional aliado de “centro-esquerda” o Meretz , a marca pífia de 4 cadeiras. O provável fim melancólico do Partido Trabalhista de Israel, que até pouco anos atrás era o principal fiador internacional da existência do Enclave sionista, detonará toda uma mudança na correlação de forças da região, em particular com as organizações palestinas, tanto a ANP como o Hamas. A esquerda trabalhista israelense, uma reprodução regional da Social Democracia europeia, foi organizada pelos principais quadros dirigentes do Estado Judeu, como David Ben-Gurion, Yitzhak Rabin, Shimon Peres, Golda Meir e Ezer Weizman, entre outras lideranças históricas. O iminente fim do “Labour  Party” ameaça a manutenção dos “Acordos de Oslo”, ou seja o atual “desenho” político do Enclave de Israel que deu origem aos “territórios autônomos” controlados hoje pelo Hamas (Gaza) e ANP (Cisjordânia). Celebrados pela então OLP, PT e os Democratas ianques na figura de Bill Clinton , os “Acordos de Oslo”, são fruto do farsesco “processo de paz” regido pelo imperialismo e consistiam em um artifício para paralisar e amortecer o levante revolucionário que eclodiu com a primeira Intifada das massas palestinas, em 1987 e que já durava sete anos.