“DOIS LADOS DA MESMA MOEDA”: A ESMAGADORA VITÓRIA DE
BOLSONARO NA CCJ E A PASSIVIDADE IMPOSTA PELA CUT/ PT (LOBBY PARLAMENTAR) AO
MOVIMENTO OPERÁRIO E POPULAR!
A vitória do governo Bolsonaro na CCJ no final da noite
desta terça-feira aprovando a admissibilidade da Reforma neoliberal da
Previdência por um placar folgado (48 a 18) após um acordo com o chamado
“Centrão” costurado pela presidência da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), abriu um
debate importante no ativismo classista: porque o PT e a CUT não moveram um
dedo para mobilizar os trabalhadores antes da aprovação da
“constitucionalidade” da PEC, porque negaram-se a convocar pelo menos uma Greve
Geral de 24hs ou 48hs para demonstrar a força da classe trabalhadora diante do
ataque a conquistas históricas? Como já vínhamos alertando, a estratégia do
conjunto da Frente Popular (integrada pelo PCdoB e também pelo PSOL) limita-se
a desgastar eleitoralmente o governo Bolsonaro, sem chamar nenhuma mobilização
de peso que possa romper com as regras institucionais da democracia burguesa.
Por essa razão o conjunto da centrais sindicais (CUT, Conlutas, Intersindical)
limitaram-se a ir ao aeroporto de Brasília a fim de fazer “lobby” para os
parlamentares votarem contra a proposta do Planalto. No máximo lançaram um
“abaixo-assinado” contra a Reforma. Esses burocratas sindicais e as suas
lideranças partidárias tem uma estratégia definida: apostam suas fichas nas
eleições de 2020 e na disputa presidencial de 2022. Os governadores do PT, por
exemplo, apoiam vários pontos da Reforma neoliberal de Bolsonaro, onde administram
já inclusive levaram adiante ataques da mesma natureza, como Camilo Santana no
Ceará, marionete da Oligarquia Gomes (PDT), também apoiadores dos retrocessos nas
regras da previdência pública. Por sua vez, o PT negocia nos bastidores a
libertação de Lula das garras da justiça burguesa (via o STJ, STF) oferecendo em troca a
“inação” do movimento operário diante da ofensiva neoliberal. A decisão do STJ
de ontem aponta que o acordo avança nesse sentido: prisão domiciliar para Lula
após a aprovação da PEC. Esse engodo ficou tão evidente que muitas ativistas já
estão denunciando abertamente esse golpe da Frente Popular contra uma
verdadeira mobilização para barrar a reforma neoliberal de Bolsonaro.
Registre-se que tanto nos governos Lula e Dilma, o PT levou ataques a previdência
pública e as conquistas sociais que pavimentaram o caminho para a investida
atual de Bolsonaro. Agora a piada da vez que sai da boca da burocracia sindical
é o lema “Se a reforma passar o Brasil vai parar!” quando faz-se necessário uma
Greve Geral já para barrar nas ruas as reformas exigidas pelo “mercado”. O que
vimos nesses dias foram “dois lados da mesma moeda”: o governo Bolsonaro
avançando em seus ataques enquanto a Frente Popular sabota as lutas...A tarefa
dos revolucionários é lutar pela superação dessa orientação traidora, convocado
a resistência direta ao governo do fascista Bolsonaro que conquistou uma grande
vitória no parlamento!