quarta-feira, 24 de abril de 2019

“DOIS LADOS DA MESMA MOEDA”: A ESMAGADORA VITÓRIA DE BOLSONARO NA CCJ E A PASSIVIDADE IMPOSTA PELA CUT/ PT (LOBBY PARLAMENTAR) AO MOVIMENTO OPERÁRIO E POPULAR! 


A vitória do governo Bolsonaro na CCJ no final da noite desta terça-feira aprovando a admissibilidade da Reforma neoliberal da Previdência por um placar folgado (48 a 18) após um acordo com o chamado “Centrão” costurado pela presidência da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), abriu um debate importante no ativismo classista: porque o PT e a CUT não moveram um dedo para mobilizar os trabalhadores antes da aprovação da “constitucionalidade” da PEC, porque negaram-se a convocar pelo menos uma Greve Geral de 24hs ou 48hs para demonstrar a força da classe trabalhadora diante do ataque a conquistas históricas? Como já vínhamos alertando, a estratégia do conjunto da Frente Popular (integrada pelo PCdoB e também pelo PSOL) limita-se a desgastar eleitoralmente o governo Bolsonaro, sem chamar nenhuma mobilização de peso que possa romper com as regras institucionais da democracia burguesa. Por essa razão o conjunto da centrais sindicais (CUT, Conlutas, Intersindical) limitaram-se a ir ao aeroporto de Brasília a fim de fazer “lobby” para os parlamentares votarem contra a proposta do Planalto. No máximo lançaram um “abaixo-assinado” contra a Reforma. Esses burocratas sindicais e as suas lideranças partidárias tem uma estratégia definida: apostam suas fichas nas eleições de 2020 e na disputa presidencial de 2022. Os governadores do PT, por exemplo, apoiam vários pontos da Reforma neoliberal de Bolsonaro, onde administram já inclusive levaram adiante ataques da mesma natureza, como Camilo Santana no Ceará, marionete da Oligarquia Gomes (PDT), também apoiadores dos retrocessos nas regras da previdência pública. Por sua vez, o PT negocia nos bastidores a libertação de Lula das garras da justiça burguesa (via o STJ, STF) oferecendo em troca a “inação” do movimento operário diante da ofensiva neoliberal. A decisão do STJ de ontem aponta que o acordo avança nesse sentido: prisão domiciliar para Lula após a aprovação da PEC. Esse engodo ficou tão evidente que muitas ativistas já estão denunciando abertamente esse golpe da Frente Popular contra uma verdadeira mobilização para barrar a reforma neoliberal de Bolsonaro. Registre-se que tanto nos governos Lula e Dilma, o PT levou ataques a previdência pública e as conquistas sociais que pavimentaram o caminho para a investida atual de Bolsonaro. Agora a piada da vez que sai da boca da burocracia sindical é o lema “Se a reforma passar o Brasil vai parar!” quando faz-se necessário uma Greve Geral já para barrar nas ruas as reformas exigidas pelo “mercado”. O que vimos nesses dias foram “dois lados da mesma moeda”: o governo Bolsonaro avançando em seus ataques enquanto a Frente Popular sabota as lutas...A tarefa dos revolucionários é lutar pela superação dessa orientação traidora, convocado a resistência direta ao governo do fascista Bolsonaro que conquistou uma grande vitória no parlamento!