sexta-feira, 26 de abril de 2019

ENTREVISTA COM LULA NA CARCERAGEM DA “REPÚBLICA DE CURITIBA”: O PRESO POLÍTICO PELO REGIME DE EXCEÇÃO AINDA DEPOSITA SUAS ESPERANÇAS NA CORTE SUPREMA, A MESMA QUE COORDENOU O GOLPE...


Lula acaba de conceder sua primeira entrevista após sua prisão política pela “República de Curitiba” há um ano atrás. Aos jornalistas Mônica Bergamo e Florestan Jr, Lula reafirmou integralmente sua estratégia de colaboração de classes, defendendo sua inocência e apostando todas as fichas políticas em uma absolvição no marco de um recurso a Suprema Corte, a qual teceu “rasgados” elogios, inclusive a qualificando como uma instituição “corajosa”... só faltou afirmar que a “coragem” do STF é no sentido de subtrair direitos históricos do proletariado e avalizar institucionalmente a ofensiva neoliberal lançada pelo imperialismo contra nosso país. O ex-presidente defendeu sua estratégia de colaboração de classes em se entregar ao justiceiro Moro, alegando defesa de sua “honra”, porém contraditoriamente admitiu que a Lava Jato é uma farsa montada pelo Departamento de Justiça dos EUA, apesar de não reconhecer que foi a gestão petista de Dilma Roussef que “abriu as portas” do Estado para que os bandidos da “Força Tarefa” do MPF iniciassem o planejamento do golpe parlamentar desferido em 2016, exatamente contra a primeira presidenta da história republicana. Lula insiste na velha senda do respeito a institucionalidade burguesa, acreditando nas eleições de 2020 como sua redenção política, após o fiasco do governo chefiado por um “maluco”, evitando caracterizar Bolsonaro como um fascista, o que não seria palatável para a classe dominante tupiniquim. Os Marxistas defendemos intransigentemente a liberdade de Lula, não por acreditar em sua equivocada plataforma programática de “ilusões democráticas”, mas por combatemos em frente única de ação em conjunto com a esquerda reformista o avanço da direita reacionária em nosso país. Este é o nosso ponto de intersecção política com a Frente Popular, porém com absoluta independência para postularmos nossa estratégia revolucionária na construção de uma alternativa de poder operário. Mantemos em relação ao PT e suas lideranças completa autonomia de crítica, principalmente no campo de suas seguidas capitulações ao segmento considerado “progressista” da burguesia nacional, ao qual o governo de Lula foi excepcionalmente “generoso”... Nós do Blog da LBI assistimos a um pequeno trecho da entrevista de Lula, até agora disponibilizado publicamente, e podemos concluir que após um ano de encarceramento político, o principal dirigente do PT não abre mão de sua concepção reformista, prometendo reeditar a “era de prosperidade” baseada no crédito consignado e incentivo ao “consumo do mercado interno”, desgraçadamente este “ingrato mercado” lhe colocou na prisão por interesses comerciais...