terça-feira, 9 de abril de 2019

HÁ EXATOS SETE ANOS ATRÁS: DILMA VISITAVA A CASA BRANCA PARA AUTORIZAR O INÍCIO DA MALFADADA OPERAÇÃO “LAVA JATO”


Há há sete anos atrás a “grande mídia” apresentou a visita da presidente Dilma a Obama, em 09 de abril de 2012, como um encontro que consolidaria as “boas relações” comerciais entre Brasil e os EUA. Quando pastelões como o Estadão e a Folha de São Paulo dão esse tom a visita não só estão fazendo pressão para que o governo brasileiro se aproxime ainda mais da Casa Branca, refletem de fato a conduta de subserviência aos EUA que vem marcando as gestões da Frente Popular. Já alguns porta-vozes da esquerda reformista que estavam diretamente aboletados no governo, como Emir Sader e Altamiro Borges, insistiram em apresentar o contrário: será um encontro de “afirmação” da soberania brasileira frente ao imperialismo ianque. Nada mais falso! Obama, o mesmo que destruiu a Líbia, reafirmou junto a Dilma os interesses econômicos do império em nosso país, porém o mais importante, foi reforçar a necessidade do alinhamento do Palácio do Planalto e do Itamaraty com Washington. Dilma, que tinha recebido Obama no Rio de Janeiro em março de 2011, ficando absolutamente em silêncio quando o carniceiro ianque autorizou o bombardeio à Líbia, seguiu sua política de submissão ao imperialismo ianque, todavia mantendo alguma margem de manobra frente aos ditames do amo do norte, o que permitiu a Frente Popular manter seu demagógico discurso de defesa da soberania nacional. Quanto aos acordos comerciais propriamente ditos , celebrados na “histórica” viagem da ex-presidente à Washington foram pífios, o único assinado é o que reconhece a cachaça como produto genuinamente brasileiro a ser exportado para os EUA. Por fim, enquanto Obama preparava a guerra contra a Síria para depois de sua reeleição, Dilma em meio às provocações imperialistas contra o regime nacionalista de Bashar Assad, e a ameaça explícita de uma guerra de ocupação sionista contra o Irã, a ex-presidente se limitava a pedir uma “solução negociada” para o conflito, omitindo-se de assumir uma posição política claramente anti-imperialista. Os votos do governo petista contra a Síria e o Irã na ONU já revelaram o verdadeiro conteúdo dessa “saída política”, em um claro sinal verde a próxima guerra ianque de rapina contra uma nação oprimida. Foi assim quando o Brasil se absteve na votação sobre a Líbia, de fato avalizando a intervenção militar da OTAN para logo depois saudar a vitória da “democracia” no país do Magreb africano quando o mercenário CNT anunciou o controle de Trípoli. Longe da versão fantasiosa  da “inserção soberana” no mercado capitalista mundial alardeada pela esquerda reformista, que está bem aquém da política de impulsionar uma indústria nacional de substituição de importações dos países imperialistas, como pregavam os governos nacionalistas burgueses como Vargas ou mesmo Jango, Dilma buscou um acordo para manter nossa economia em crescimento artificial, totalmente refém em última instância da enxurrada de dólares ianques que inundam o país e depois voltam aos seus países de origem indexados pelas taxas de juros mais caras do mundo pagas pelo Estado brasileiro. Como se viu a plataforma da Frente Popular em nada representava um desenvolvimento nacional independente dos centros imperialistas, ao contrário, esteve umbilicalmente ligada à crise financeira internacional, onde o Brasil com suas gordas reservas cambiais e seu pujante mercado consumidor é um porto seguro para a agiotagem internacional, já que não tem qualquer capacidade tecnológica e industrial para se contrapor aos monopólios imperialistas. O fato mais importante da reunião de cúpula entre a presidente petista e o representante estatal “Democrata”, foi um “pequeno detalhe” no qual a imprensa não tocou, nem mesmo a chamada “mídia progressista”. Tratou-se de um detalhado relatório produzido pelo Departamento de Justiça (DJ) ianque que Obama acabara de ter acesso, neste “dossiê” o DJ apontava um processo “degenerativo” na Petrobrás e que por consequência estaria lesando acionistas e investidores norte-americanos com participação societária na estatal brasileira. Dilma se comprometeu a não interferir nem tampouco “bloquear” a espionagem imperialista, muito pelo contrário deu “carta branca “ para que seguissem as “investigações” e com o apoio do governo brasileiro. O “ovo da serpente” da malfadada “Operação Lava Jato” foi chocado neste encontro de lideranças nos EUA e viria a eclodir dois anos depois em março de 2014 ainda em pleno governo da Frente Popular. O final desta história todos nós sabemos, os bandidos togados da “Lava Jato” arruinaram a Petrobras e depois depuseram a própria presidente Dilma Rousseff, acabando por encarcerar o próprio Lula...