sexta-feira, 5 de abril de 2019

LÍBIA FRAGMENTADA EM GUERRA CIVIL ENTRE BANDOS BURGUESES: A “REVOLUÇÃO ÁRABE” ALARDEADA PELOS REVISIONISTAS DO TROTSKYSMO PARIU BARBÁRIE SOCIAL E SUBSERVIÊNCIA AS POTÊNCIAS CAPITALISTAS APÓS A DERRUBADA DO REGIME NACIONALISTA BURGUÊS DE KADAFFI PELOS “REBELDES DA OTAN”


Oito anos após apoiarem a “Revolução” made in CIA e a derrubada de Kadaffi pelos “rebeldes” da OTAN, hoje algumas correntes revisionistas do Trotskismo como o PCO e o MRT “lamentam” que a Líbia está sendo destruída pelos agentes do imperialismo que impuseram uma guerra civil que fragmentou o país, mergulhando-o no caos e na barbárie social. Antes de qualquer coisa é preciso registrar que grande parte da família revisionista alardeava que a intervenção militar da OTAN era uma invenção para fazer “eco às afirmações do próprio Kadafi”. Longe de rechaçarem a então possível ação militar, os morenistas, por exemplo, escreveram um artigo atacando Fidel Castro e todos aqueles que denunciavam que a intervenção estava em marcha, afirmando literalmente que “Em outras palavras, com a justificativa de um suposto perigo de uma iminente invasão da OTAN, Castro apóia o ditador Kadafi que está massacrando seu próprio povo” (Sítio PSTU, 24/02/2011). O PTS argentino, na mesma tonada, declarou que o imperialismo não iria intervir na Líbia porque Kadaffi já estava fazendo o trabalho de “atacar a revolução”. Às vésperas do Conselho de Segurança da ONU aprovar a chamada "zona de exclusão aérea", o patético PTS afirmava: “Dificilmente o Conselho de Segurança das Nações Unidas, que se reunirá nestes dias para discutir que política ter ante a situação na Líbia, logre superar suas diferenças, ainda que não se pode descartar que logo que Kadafi faça parte do trabalho sujo, liquidando as forças do levantamento, Estados Unidos e outras potências terminem atuando para definir a seu favor o futuro regime da Líbia” (Sítio PTS, 17/03). Para não pairar dúvidas, lembremos o que Causa Operária falava em fevereiro de 2011: “A crise na Líbia, governada pelo ditador Muamar Khadafi, se agrava mais a cada dia que passa. As manifestações estão crescendo e a repressão está sendo extremamente violenta contra os manifestantes. Somente nas manifestações que estão ocorrendo nesta sexta-feira (18/02) foram mortos 27 pessoas, sendo 20 em Benghazi e 7 em Derna. As manifestações, assim como ocorreu no Egito, pode (sic) derrubar o Khadafi e sua política de apoio ao imperialismo” (sítio PCO, 18/02/2011). Em resumo, o PCO e o MRT assim como toda a canalha revisionista do trotskismo comandada pela LIT, corrente morenista hoje tão criticada por Causa Operária e o PTS, estavam unidos e de mãos dadas com os “rebeldes” contra o “ditador” Kadaffi que diziam ser aliado do imperialismo, usando inclusive a mesma linguagem para definir o decadente regime nacionalista burguês líbio. Como se observa, o PCO, MRT, Resistência estavam no campo político e militar dos “rebeldes” na Líbia, posição que equivale a postar hoje junto dos neonazistas na Ucrânia, da direita golpista no Brasil ou  MUD financiado pela CIA na Venezuela! Os genuínos trotskistas não tiveram dúvidas de que lado ficar na guerra civil na Líbia e diante dos bombardeiros da OTAN. Alertamos naqueles dias que estávamos literalmente em meio a uma guerra onde a CIA e o Pentágono armaram os mercenários “rebeldes” e com a ajuda da ONU e da OTAN derrubaram o governo nacionalista decadente para converter o país novamente, como na época da monarquia, em seu quintal exportador de petróleo barato, como estamos vendo nos dias atuais! Os revolucionários da LBI se postaram pela defesa incondicional da nação oprimida e por sua vitória militar contra o imperialismo, como nos recomendou Trotsky, sem deixar de criticar o regime de Kadaffi desde a mestra trincheira de luta antiimperialista! Já o PCO, MRT... comemoraram junto com a canalha revisinionista comandada pela LIT a queda do regime de Kadaffi e hoje cinicamente apenas derramam "lágrimas de crocodilo" ao lamentar a volta da escravidão na Líbia mergulhada na barbárie capitalista impostas após a falsa "Revolução Árabe". Não nos enganam com seu teatro humanitário!



Hoje, as forças que apoiam o Governo de União Nacional manietado pela ONU em Trípoli conseguiram impedir nesta sexta-feira, 05 de abril, o avanço das tropas comandadas pelo marechal Khalifa Haftar. Os combatentes de Haftar avançaram ao oeste, em particular, ocuparam a cidade de Garyan e se consolidaram na área do posto de controle, a 27 quilômetros da capital do país, Trípoli. Segundo Russia Today, "No entanto, hoje de madrugada, as forças de Trípoli e de Az-Zawiya se juntaram e os cercaram [combatentes de Haftar]." A ofensiva de Haftar faz referência ao Governo do Acordo Nacional, liderado por Fayez al-Sarraj e formado com o apoio do imperialimismo ianque, a ONU e da União Europeia. A Líbia está sendo dilacerada por conflitos internos desde o assasassinanato pela OTAN do presidente Muammar Khaddafi em 2011. A parte leste do país é governada pelo parlamento, apoiado pelo Exército Nacional da Líbia e localizado em Tobruk. O Governo do Acordo Nacional, apoiado pela ONU e liderado pelo primeiro-ministro Fayez Sarraj, opera no oeste do país e está sediado em Trípoli. Desde a derrubada, o país enfrenta as disputas de poder entre muitas milícias. Atualmente é administrada por duas “autoridades” burguesas rivais: o Governo de Unidade Nacional e o Exército Nacional Líbio. Em fevereiro, a ONU anunciou um acordo sobre a organização de eleições na Líbia entre o líder do Governo de Unidade Nacional (GNA), Fayez al-Sarraj, e seu rival, Marshal Khalifa Hafter. A Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (Manul) havia afirmado que o acordo havia sido concluído mas agora vê-se que implodiu. Em 2014, eleições parlamentares contestadas levaram à formação de dois governos rivais: um na capital ocidental, Trípoli, e outro no leste do país. A divisão se deu após um bloco islamista apoiado por grupos armados se recusar a encerrar o mandato transitório de 18 meses do agora extinto Conselho Geral Nacional depois de o bloco ser derrotado nas eleições. Confrontos em Trípoli entre facções islamistas e forças leais ao comandante militar Khalifa Haftar levaram a recém-eleita Câmara dos Representantes a se mudar para a cidade de Tobruk, no leste do país. O governo oriental foi apoiado pelo autointitulado Exército Nacional Líbio, de Haftar, que liderou a luta contra milícias islamistas. Em 2015, a ONU mediou um acordo de compartilhamento de poder que estabeleceu um órgão conhecido como Conselho Presidencial, liderado por Fayez al-Sarraj. O governo reconhecido internacionalmente foi instalado em Trípoli no início de 2016, mas desde então vêm enfrentando dificuldades para controlar o país e uma série de milícias ao redor de Trípoli. A disputa em torno dos recursos de gás e petróleo da Líbia – a principal fonte de receitas públicas, representando uma grande parte da economia – tem sido um dos principais motores do conflito. A luta pelo petróleo foi exacerbada por reclamações históricas de populações do leste do país, que argumentam ter tradicionalmente recebido menos recursos do que o oeste, apesar de produzirem 80% do petróleo líbio. Desde 2014, as forças de Haftar vêm tirando o controle sobre o petróleo líbio das mãos de milícias alinhadas sobretudo ao governo e de grupos islamistas no leste, onde campos de petróleo e terminais de exportação estão localizados. No começo deste ano, as forças de Haftar lançaram uma ofensiva no sul do país, rico em petróleo, e garantiram o controle sobre postos de fronteira. A União Europeia, os Estados Unidos e a Turquia declararam apoio ao governo baseado em Trípoli, no oeste. No entanto, rivalidades entre a França e o antigo colonizador da Líbia, a Itália, minaram uma posição europeia comum. Embora Itália e França tenham apoiado o Governo do Acordo Nacional, ambos os países cortejaram Haftar devido ao seu papel de liderança na luta contra militantes islamistas. A França forneceu a Haftar apoio militar e de inteligência...e assim segue a disputa fratricida apresentada como  “vitória da revolução árabe” pelos revisionistas do trotskismo.