domingo, 14 de abril de 2019

ELEIÇÕES ISRAEL: NETANYAHU VENCE CONTRA UMA OPOSIÇÃO AINDA MAIS NAZISIONISTA. O HISTÓRICO PARTIDO TRABALHISTA É VARRIDO DO CENÁRIO POLÍTICO, AMEAÇANDO OS FARSESCOS “ACORDOS DE OSLO”


O resultado final das eleições para o parlamento israelense, que no regime sionista determina o comando de fato do Estado Judeu, acabou por dar a vitória ao reacionário partido Likud e por consequência a reeleição do facínora Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu. O Likud obteve 36 cadeiras no parlamento e a neófita coalizão eleitoral de “oposição”, batizada de “Azul e Branco”, formada em janeiro deste ano ficou com 35 assentos em um total de somente 120 postos no Knesset, como é chamado o parlamento israelense. Mesmo que o Likud tivesse conquistado menos parlamentares do que a coalizão “Azul e Branco” (que alguns veículos da mídia tem apresentado equivocadamente como um partido), Netanyahu teria facilmente obtido sua recondução ao cargo de Primeiro Ministro pelo fato de controlar uma coligação de partidos muito mais ampla do que a frágil coalizão “Azul e Branco”, comandada pelo general assassino Benny Gantz. Portanto é completamente falsa a análise da esquerda reformista de que as eleições israelenses foram “apertadas” e que Netanyahu “ganhou por pouco”. O presidente de Israel, Reuven Rivlin, a “rainha da Inglaterra” do gerdame sionista, já encarregou Bibi Netanyahu de conformar seu quinto governo consecutivo, superando desta forma o fundador do Estado Judeu, o histórico líder trabalhista David Ben-Gurion. Se a tranquila vitória de Netanyahu não foi surpresa alguma para nós Marxistas, refletindo diretamente o ambiente ultradireitista do eleitorado das principais “cidadelas”  de Israel , o total aniquilamento político do Partido Trabalhista é sim um elemento novo e que precisa ser aprofundado. A esquerda Trabalhista, filiada a Internacional Socialista, elegeu somente 6 parlamentares, o pior resultado em toda sua história, e seu tradicional aliado de “centro-esquerda” o Meretz , a marca pífia de 4 cadeiras. O provável fim melancólico do Partido Trabalhista de Israel, que até pouco anos atrás era o principal fiador internacional da existência do Enclave sionista, detonará toda uma mudança na correlação de forças da região, em particular com as organizações palestinas, tanto a ANP como o Hamas. A esquerda trabalhista israelense, uma reprodução regional da Social Democracia europeia, foi organizada pelos principais quadros dirigentes do Estado Judeu, como David Ben-Gurion, Yitzhak Rabin, Shimon Peres, Golda Meir e Ezer Weizman, entre outras lideranças históricas. O iminente fim do “Labour  Party” ameaça a manutenção dos “Acordos de Oslo”, ou seja o atual “desenho” político do Enclave de Israel que deu origem aos “territórios autônomos” controlados hoje pelo Hamas (Gaza) e ANP (Cisjordânia). Celebrados pela então OLP, PT e os Democratas ianques na figura de Bill Clinton , os “Acordos de Oslo”, são fruto do farsesco “processo de paz” regido pelo imperialismo e consistiam em um artifício para paralisar e amortecer o levante revolucionário que eclodiu com a primeira Intifada das massas palestinas, em 1987 e que já durava sete anos.





Esses acordos de traição buscavam frear a onda revolucionária aberta na região, que colocava em xeque não só o domínio imperialista e a existência de Israel, como também questionava os próprios regimes nacionalistas das corruptas burguesias árabes exportadoras de óleo cru. Arafat e a OLP, vendendo ilusões ao povo palestino, colocaram em marcha uma orientação contrarrevolucionária que se baseava na aceitação da existência do Estado sionista e da pilhagem que este promoveu do território histórico palestino, através de décadas de assassinatos em massa. A traição histórica da OLP às massas palestinas dava-se em troca da promessa da criação de um fictício “Estado autônomo” palestino restrito a uma pequena porção de seu território histórico, pouco mais de dois mil km2 do total dos vinte e sete mil km2 roubados pelo sionismo e reduzido às terras mais áridas e sem acesso ao mar, onde mais de 70% da população palestina vive abaixo da linha de pobreza.

Com o esgotamento do “pacto de paz” firmado entre os Trabalhistas e a atual ANP, abençoado politicamente por Washington, já que a esquerda burguesa sionista (PT) deixou de representar algum setor social dominante no espectro político de Israel, a tendência é que as tropas militares do Enclave recuperem em breve o controle dos chamados “territórios autônomos” de Gaza e da Cisjordânia. Esta “demanda” inclusive foi uma das plataformas levantadas nestas últimas eleições tanto pelo Likud como pela coalizão “Azul e Branco”. A conjuntura no Oriente Médio, polarizada totalmente em direção à ofensiva neoliberal e sionista, promete reaquecer aos níveis de quando a antiga OLP organizava espetaculares ações guerrilheiras nos territórios ocupados, isto sem falar no regime nacionalista sírio-libanês que após vencer a guerra de fragmentação do seu país, planeja retomar o controle das Colinas de Golan, anexadas fraudulentamente por Israel. Como o ocupante atual da Casa Branca, o reacionário tresloucado Donald Trump, tem plena identidade política com os planos intervencionistas de Netanyahu, assistiremos em breve a eclosão de uma nova etapa da luta de classes no Oriente Médio, e a tarefa dos Trotskistas não será reconstruir os cadáveres políticos do Trabalhismo e tampouco da OLP, responsáveis pela “trégua dos cemitérios”, mas sim a organização de um autêntico Partido Revolucionário que combata pela destruição total do Enclave Sionista!