80 tiros em um carro que transportava uma família
trabalhadora para o chá de bebê em pleno domingo à tarde. É o “livre direito de
matar pobres” do pacote de Sérgio Moro em ação na intervenção militar no Rio de
Janeiro. A família atacada pela patrulha do Exército ontem no bairro de
Guadalupe deve ter sido morta por “escusável medo, surpresa ou violenta emoção”
como manda o canalha Ministro da Justiça, o fascista Bolsonaro e seu parceiro,
o governador Witzel. Estão protegidos
pelo Estado burguês para disparar dezenas de tiros de fuzil contra um carro
onde, além do motorista que o dirigia, havia um idoso, uma mulher e uma criança
de sete anos. O comando do Exército deu seu aval para a fuzilaria: dispararam
contra os militares. É verdade: mas horas antes, em outro local. A única coisa
semelhante era o carro, um modelo popular e a cor branca da lataria e a cor
negra do motorista, ou seja, uma família de trabalhadores negros. Evaldo dos
Santos Rosa, de 51 anos, morreu depois que o carro em que se encontrava foi
atingido. Além dele, seu sogro, Sérgio, foi baleado nos glúteos e foi
internado. Um morador que passava pelo local também ficou ferido ao tentar
ajudar. “A Polícia Civil realizou a perícia no local porque os militares
tiveram dificuldade em realizá-la, segundo o delegado, devido à revolta dos
moradores que testemunharam o crime. Mas os envolvidos foram ouvidos em uma
delegacia militar”. Ninguém foi preso e os soldados foram ouvidos, de acordo
com a Polícia, pelo próprio Exército. Lei sancionada pelo golpista Temer em
2017 garante que crimes dolosos contra a vida, cometidos por militares das
Forças Armadas, serão investigadas pela Justiça Militar da União. Segundo o
delegado “foram diversos, diversos disparos de arma de fogo efetuados e tudo
indica que os militares realmente confundiram o veículo com um veículo de
bandidos. Mas neste veículo estava uma família. Não foi encontrada nenhuma arma
(no carro). Tudo que foi apurado era que realmente era uma família normal, de
bem, que acabou sendo vítima dos militares”. Com cinismo fascista, o Comando
Militar do Leste (CML), logo após o fuzilamento divulgou nota em que negou que
tenha atirado contra uma família e disse que respondeu a uma “injusta agressão”
de “assaltantes” e, depois, informou que o caso supostamente estaria sendo
investigado pela Polícia Judiciária Militar com a supervisão do Ministério
Público Militar. Em resumo, o Estado capitalista protege sua mão assassina,
Moro, Bolsonaro e Witzel são seus gerentes para manter seus capangas fardados
livres! Jovens soldados do Exército colocados nas ruas para perseguir o povo
pobre nas comunidades e favelas fluminenses só poderia dar em tragédia e morte,
os governos burgueses e o alto comando das FFAA são os verdadeiros responsáveis
por esse bárbaro crime. Somos contra a intervenção militar! Estamos pela
destruição revolucionária da polícia militar. No caso específico do Exército,
defendemos um programa de reivindicações transitórias destinadas aos soldados e
cabos, a fim de que rompam com a hierarquia militar subordinando-se a uma clara
estratégia de destruição revolucionária do aparato repressivo do Estado burguês
(difusão de imprensa política nos quartéis, direito a sindicalização, formação
de sindicatos vermelhos, etc.)! Toda nossa solidariedade com a família atacada
pelo exército! Os Marxistas Revolucionários da LBI defendem em alto e bom som: “Abaixo a intervenção militar no Rio de
Janeiro, fora as tropas do Exército das ruas!”. Derrubar pela via
revolucionária os governos Bolsorano-Witzel!