O último domingo (07/04), quando se completou um ano de
prisão do ex-presidente Lula, foi marcado por atos muito esvaziados em todo
Brasil, apesar da convocação de todos os partidos que integram a Frente Popular
(PT,PSOL e PCdoB). Dezessete capitais brasileiras realizaram manifestações de
rua, mas somente a mobilização ocorrida na cidade de Curitiba, onde Lula
encontra-se encarcerado pelos bandidos togados da “Operação Lava Jato”, teve
algum peso de massas (em torno de dez mil pessoas). No principal centro político
do país, a cidade de São Paulo, o ato convocado para a Av.Paulista reuniu pouco
mais de dois mil ativistas, sendo a grande maioria militantes do PT. A pequena
afluência social nas atividades deste 07 de abril não corresponde a enorme
dimensão política do fato da maior liderança da esquerda burguesa no Brasil
encontrar-se injustamente presa há exatamente um ano. A explicação para o
“fiasco” do dia nacional do “Lula Livre” reside na própria política covarde de
colaboração de classes adotada pela Frente Popular, que primeiro entrega Lula
pacificamente a “República de Curitiba”, para depois alimentar ilusões que a
cúpula do judiciário o libertaria após as eleições presidenciais. O descrédito
desta estratégia “suicida” da esquerda reformista resultou na desmobilização do
movimento de massas e no sentimento de profunda derrota política que hoje
permeia a vanguarda da classe trabalhadora. O governo fascista de Bolsonaro
implementa incólume sua agenda de ajustes neoliberais e as direções da Frente
Popular apostam todas suas fichas políticas no jogo sujo da institucionalidade
burguesa. Nem mesmo a organização de uma greve geral por tempo indeterminado
para derrotar a (contra)reforma da Previdência Social passa pelos planos da
burocracia sindical das Centrais ligadas à Frente Popular. Neste cenário de
inação política, o caminho da ofensiva neoliberal contra as conquistas
históricas do proletariado vai avançando paulatinamente sem qualquer
resistência efetiva por parte da esquerda reformista. Os Marxistas Leninistas
que participaram ativamente do “Dia Lula Livre”, em frente única de ação com a
militância petista, na defesa das liberdades democráticas, alertam o movimento
operário para o “beco sem saída” em que a Frente Popular está guiando a
população oprimida e pobre deste país. É urgente a construção do verdadeiro
Partido Operário Revolucionário (POR), baseado no proletariado urbano e
industrial, única garantia programática para triunfarmos sobre a reação
fascista que atualmente permeia a conjuntura mundial e nacional.
Direção da LBI em frente com a militância petista |