Como já havia prognosticado a LBI no final da manhã desta
terça (30/04), o putsch impulsionado pela oposição reacionária, em aliança com
setores militares venezuelanos que já seguem diretamente as ordens do
Pentágono, fracassou política e militarmente. O governo Maduro retomou, logo
cedo, com certa facilidade controle da Base Aérea de “La Carlota”, de onde
teria partido o foco militar “rebelde”. Expulsos do quartel os militares
dissidentes se perfilaram nas redondezas, em frente a um trevo rodoviário, de onde
armados com artilharia pesada conclamaram a Forças Armadas a um motim contra o
regime chavista, não tiveram sucesso em seus apelos golpistas. No campo civil,
o fantoche Guaidó convocou uma mobilização para a praça Paris, na região
central de Caracas, e foi aí que sofreu sua maior derrota política, foi um
fiasco o ato em apoio ao golpe de Estado. Na outra trincheira, Maduro tratou de
prometer anistia aos oficiais rebelados, evitando assim um confronto militar de
grandes proporções e desdobramentos políticos imprevisíveis. Os chavistas
também convocaram um ato de apoio ao governo Maduro, simbolicamente em frente
ao Palácio presidencial de Miraflores, onde conseguiram uma boa audiência
popular. O sinistro establishment do imperialismo ianque se esforçou ao máximo
para atrair a cúpula castrense venezuelana na “aventura” militar de hoje. John
Bolton avisou o chefe das Forças Armadas da Venezuela, Vladimir Padrino, sobre
o que seria sua "última chance", afirmando que se permanecer leal ao
governo Maduro, ele "afundará com o navio", sinalizando o prenúncio
de uma guerra desde um ataque aéreo externo. Mesmo assim, apesar das ameaças de
Trump, o comando da Forças Militares Bolivarianas “bateu continência” ao
presidente Nicolas Maduro, selando o destino dos golpistas, pelo menos por
enquanto. Um dos idealizadores do putsch, o direitista veterano Leopoldo López,
que escapou de sua prisão domiciliar graças a ajuda de uma brigada “rebelde”,
já pediu asilo na embaixada do Chile. O paradeiro do fantoche Juan Guaidó ainda
é desconhecido. É exatamente em que condição permanecerá Guaidó na Venezuela
que reside o ponto mais delicado da atual crise, ou seja, foi por manter em
plena liberdade o conspirador mor que Maduro demonstrou seu maior sinal de
fraqueza. Se é absolutamente seguro caracterizar esta tentativa de golpe
militar como uma derrota, também é certo afirmar que hoje abriu-se uma clara
fissura na cúpula das FFAA Bolivarianas. Diante de uma crescente crise
econômica, a base social do regime nacionalista se deteriora a cada dia. Ou o
governo Maduro adota três medidas básicas, ou na próxima ofensiva da direita
corre seriamente o risco de ser derrotado política e militarmente. Quais sejam
as três medidas básicas: 1) Prisão imediata para toda a oposição golpista,
sejam militares de alta patente, empresários ou parlamentares da direita, 2)
Expropriação completa (sem indenização) de todos os ramos da economia
capitalista, 3) Armamento pleno das milícias Bolivarianas, dos destacamentos do
Partido Comunista da Venezuela (PCV, maior organização da esquerda) e
principalmente dos sindicatos e associações de bairros e distritos do país. Sem
a adoção destas iniciativas o regime nacionalista burguês, cairá
inexoravelmente diante dos novos golpes urdidos pela Casa Branca contra as
conquistas sociais e históricas do povo venezuelano.