terça-feira, 30 de abril de 2019

FRACASSA O PUTSCH DA REAÇÃO: OU O GOVERNO MADURO ADOTA TRÊS MEDIDAS BÁSICAS OU NA PRÓXIMA OFENSIVA DA DIREITA SERÁ DERROTADO PELOS EUA


Como já havia prognosticado a LBI no final da manhã desta terça (30/04), o putsch impulsionado pela oposição reacionária, em aliança com setores militares venezuelanos que já seguem diretamente as ordens do Pentágono, fracassou política e militarmente. O governo Maduro retomou, logo cedo, com certa facilidade controle da Base Aérea de “La Carlota”, de onde teria partido o foco militar “rebelde”. Expulsos do quartel os militares dissidentes se perfilaram nas redondezas, em frente a um trevo rodoviário, de onde armados com artilharia pesada conclamaram a Forças Armadas a um motim contra o regime chavista, não tiveram sucesso em seus apelos golpistas. No campo civil, o fantoche Guaidó convocou uma mobilização para a praça Paris, na região central de Caracas, e foi aí que sofreu sua maior derrota política, foi um fiasco o ato em apoio ao golpe de Estado. Na outra trincheira, Maduro tratou de prometer anistia aos oficiais rebelados, evitando assim um confronto militar de grandes proporções e desdobramentos políticos imprevisíveis. Os chavistas também convocaram um ato de apoio ao governo Maduro, simbolicamente em frente ao Palácio presidencial de Miraflores, onde conseguiram uma boa audiência popular. O sinistro establishment do imperialismo ianque se esforçou ao máximo para atrair a cúpula castrense venezuelana na “aventura” militar de hoje. John Bolton avisou o chefe das Forças Armadas da Venezuela, Vladimir Padrino, sobre o que seria sua "última chance", afirmando que se permanecer leal ao governo Maduro, ele "afundará com o navio", sinalizando o prenúncio de uma guerra desde um ataque aéreo externo. Mesmo assim, apesar das ameaças de Trump, o comando da Forças Militares Bolivarianas “bateu continência” ao presidente Nicolas Maduro, selando o destino dos golpistas, pelo menos por enquanto. Um dos idealizadores do putsch, o direitista veterano Leopoldo López, que escapou de sua prisão domiciliar graças a ajuda de uma brigada “rebelde”, já pediu asilo na embaixada do Chile. O paradeiro do fantoche Juan Guaidó ainda é desconhecido. É exatamente em que condição permanecerá Guaidó na Venezuela que reside o ponto mais delicado da atual crise, ou seja, foi por manter em plena liberdade o conspirador mor que Maduro demonstrou seu maior sinal de fraqueza. Se é absolutamente seguro caracterizar esta tentativa de golpe militar como uma derrota, também é certo afirmar que hoje abriu-se uma clara fissura na cúpula das FFAA Bolivarianas. Diante de uma crescente crise econômica, a base social do regime nacionalista se deteriora a cada dia. Ou o governo Maduro adota três medidas básicas, ou na próxima ofensiva da direita corre seriamente o risco de ser derrotado política e militarmente. Quais sejam as três medidas básicas: 1) Prisão imediata para toda a oposição golpista, sejam militares de alta patente, empresários ou parlamentares da direita, 2) Expropriação completa (sem indenização) de todos os ramos da economia capitalista, 3) Armamento pleno das milícias Bolivarianas, dos destacamentos do Partido Comunista da Venezuela (PCV, maior organização da esquerda) e principalmente dos sindicatos e associações de bairros e distritos do país. Sem a adoção destas iniciativas o regime nacionalista burguês, cairá inexoravelmente diante dos novos golpes urdidos pela Casa Branca contra as conquistas sociais e históricas do povo venezuelano.