terça-feira, 25 de novembro de 2025

OS ESTREITOS LAÇOS FINANCEIROS DA CHINA COM PAÍSES IMPERIALISTAS: A SUPOSTA “GUERRA COMERCIAL” COM OS EUA É APENAS “PARA INGLÊS VER”… 

A China protoimperialista já se tornou o maior investidor do mundo capitalista, redirecionando seus “empréstimos” e aplicações financeiras para países ricos e tecnologias de “ponta”. Nenhum país atraiu tanto crédito chinês quanto os Estados Unidos desde a virada do século, com mais de US$ 2,1 trilhões. Bancos estatais chineses forneceram cerca de US$ 2,2 trilhões em empréstimos e aplicações em todo o mundo desde 2000, de acordo com um estudo abrangente da AidData, um laboratório de pesquisa da Universidade William & Mary de Londres, que entrevistou mais de 140 analistas ao longo de três anos.

“O tamanho total da carteira da China é de duas a quatro vezes maior do que as estimativas publicadas anteriormente”, afirma Bradley Parks, diretor do estudo. Isso faz da China o maior credor do mundo, “uma posição da qual ninguém pode se distanciar ou alterar”, diz Brooke Escobar, uma das autoras do relatório financeiro.

Os empréstimos chineses não são direcionados aos chamados “países em desenvolvimento”. A maior parte deles é destinada a países capitalistas centrais de alta renda. Entre 2000 e 2023, os bancos estatais chineses, que concentram as operações das corporações industriais privadas, concederam US$ 943 bilhões em empréstimos a 72 países de alta renda. Os empréstimos concedidos no âmbito da Iniciativa Cinturão e Nova Rota da Seda representam cerca de 20% do total. Pequim tem concentrado progressivamente seus esforços em países ricos, especialmente após 2015 e o lançamento do plano estratégico "Made in China 2025".

"Nem todos esses empréstimos respondem necessariamente a um grande plano geopolítico", explica Parks. No entanto, muitos empréstimos chineses financiaram a construção de infraestrutura essencial ou facilitaram a aquisição de empresas de tecnologia norte-americanas por empresas capitalistas chinesas.

Os Estados Unidos lideram a lista de tomadores de empréstimos. Mais de US$ 800 bilhões em empréstimos foram concedidos aos Estados Unidos, mais do que a qualquer outro país do mundo. Esta é um elemento econômico extraordinário, visto que os Estados Unidos passaram a maior parte da última década alertando outros países sobre os perigos de uma exposição significativa à dívida chinesa e acusando a China de praticar a diplomacia da armadilha da dívida".

Os empréstimos foram usados ​​para impulsionar o fluxo de caixa de diversas empresas norte-americanas, incluindo Amazon, Tesla, Ford e Boeing. Por exemplo, o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) também contribuiu com US$ 10,7 bilhões para um empréstimo à The Walt Disney Company em 2020. Os fundos públicos chineses são particularmente abundantes em projetos de infraestrutura de gás natural liquefeito (GNL) no Texas e na Louisiana, mas também em gasodutos, centros de dados na Virgínia e aeroportos em Los Angeles e Nova York.

Uma grande parte dos empréstimos chineses a países imperialistas está focada em infraestrutura crítica, minerais críticos e na aquisição de ativos de alta tecnologia, como empresas de semicondutores.

Entre as economias capitalistas avançadas, aquelas com mercados financeiros mais abertos, flexíveis e bem regulamentados têm sido historicamente as mais propensas a absorver a maior parte da reciclagem de poupança econômica excedente da China, e isso se refere principalmente aos Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Austrália. Em resumo, a suposta “Guerra Comercial” entre os países imperialistas e a China é apenas uma maquiagem do rentismo internacional “para inglês ver”…