quinta-feira, 24 de janeiro de 2013


“Movimento Nova Política” ou a mais nova manobra da burguesia para enfraquecer o PT em 2014?

De repente, a operação policial “Porto Seguro” desaparece das manchetes da mídia “murdochiana” para entrar em destaque a formação de um novo partido, encabeçado pela ex-senadora Marina Silva. Como em um truque de mágica o rosto da “amante” de Lula, Rosemary Noronha, saiu da “telinha” para dar lugar ao da eco-imperialista Marina Silva, agora cotada como a única possibilidade real de enfrentar o candidato do PT na disputa presidencial de 2014. Na mesma sequência política, Lula passa a ser “poupado” pelos barões da mídia, depois de uma intensa chuva ácida de denúncias, logo após anunciar que não seria candidato à presidência e que “estuda” a possibilidade de disputar a sucessão do governo paulista. A construção da alternativa política da “verde dolariana” Marina diante de um esgotamento do modelo petista de governar sob a base da colaboração de classes, foi apontada pela LBI ainda no curso das eleições de 2010, naquele momento fomos a única corrente da esquerda marxista a destacar que em 2014 o imperialismo não apostaria na conservadora oposição Demo-Tucana para tentar quebrar a sequência de quatro governos da frente popular no Brasil, considerada pelos ianques como uma ameaça a seus “valores” da democracia mercantil. As últimas eleições municipais confirmaram plenamente os prognósticos da LBI realizados há dois anos, forçado a disputar a prefeitura de São Paulo Serra assinou sua própria sentença de falecimento político. Restando como única opção para os tucanos, o “mauricinho cheirado” de Ipanema Aécio, agora no posto de senador da república por Minas Gerais, não reúne as menores condições de impor uma derrota eleitoral ao PT. Marina Silva e seu “eco-programa” de governo elaborado diretamente pela Casa Branca, sem sombra de dúvidas é a única alternativa da reação tupiniquim e do próprio imperialismo global para pelo menos enfraquecer o PT na próxima disputa pelo Palácio do Planalto.

Mas nem tudo é “céu azul” na rota política da “humilde ex-seringueira” Marina, apesar da compra de um moderno jato Legacy (avaliado em mais de 30 milhões de dólares) para ser utilizado em sua campanha eleitoral, a migração de “caciques” para o novo partido “ecológico” está bem abaixo das expectativas, principalmente pela importante vitória do PT na capital paulista. Também o bom desempenho eleitoral do PSOL serviu como um freio a possíveis transferências de alguns revisionistas ao novo partido do “capital sustentável”, devendo ficar limitada a saída da vereadora Heloísa Helena. No campo dos tucanos e afins Marina agrupará o deputado Walter Feldman e o vereador paulistano Ricardo Young (PPS) e do próprio PV apenas o deputado federal Alfredo Sirkis que se recupera de um infarto sofrido no fim do ano passado. Com uma anturragem de quadros limitada a dois conhecidos picaretas do PT, Pedro Ivo e Capobianco, a ex-ministra do meio ambiente terá muita dificuldade em convencer a militância “eco-socialista” que seu novo partido significa uma empreitada minimamente séria na direção de uma alternativa de esquerda ao PSOL e PT. De certo mesmo, Marina conta com total apoio do PPS e da ala “Serrista” do PSDB, que já se prontificaram até a fundir as legendas em uma nova sigla partidária. Mas, a direção do MNP sabe muito bem que não pode aceitar a oferta da velha raposa do PPS, sob pena de “queimar” completamente seu “novo” partido com as velhas figuras mais corruptas da nação. Por enquanto, com ausência de uma rede maior de parlamentares de apoio, Marina vai se escorando mesmo na família Marinho e no seu “protetor” milionário e biopirata, Guilherme Leal, proprietário da Natura.

O entrave principal para o farsante MNP de Marina se converter em uma alternativa de poder da burguesia já para 2014 reside na desistência de Lula e na confiança política obtida pela “gerentona” Dilma (ex-poste) em setores estratégicos das classes dominantes (interessados na continuidade e estabilidade de seus negócios). No atual cenário posto pela própria dinâmica da luta de classes em nosso país, aponta para mais um mandato do “novo PT”, sem Lula no comando do Estado e depurado da antiga liderança da corrente interna “Articulação”, decepada pela reação no processo do chamado “Mensalão”. A “cláusula” da renovação “democrática”, de no máximo três mandatos de um mesmo partido, imposta pelo padrão do regime norte-americano, terá que aguardar mais quatro anos no Brasil sob pena de desorganizar o pacto social “silencioso” vigente desde a vitória de Lula em 2002. Marina disputará com Dilma, em melhores condições que na eleição passada, obtendo o segundo lugar na disputa ao Planalto decretará o fim do ciclo petista de poder, abrindo desta forma o jogo político para 2018 entre ela própria, Eduardo Campos e possivelmente o playboy Aécio pelos Tucanos e Demistas.

O movimento operário atado até a medula às variantes sociais democratas e revisionistas não possui a mais elementar consciência do profundo retrocesso ideológico que atravessa nesta etapa de ofensiva mundial do imperialismo. Nas próximas eleições, frente ao grotesco embuste de Marina, coqueluche da pequena burguesia urbana, o proletariado industrial deve seguir majoritariamente as candidaturas do PT, na ausência de verdadeiro partido operário e revolucionário. As versões liliputianas do revisionismo, como o PSTU , manterão seu “objetivo estratégico”... de tentar eleger pelo menos um parlamentar a cada dois anos, nem que para isso se rastejem ao programa do PSOL, que pouco se distingue da plataforma eco-capitalista de Marina e seu “novo comando” partidário. Os comunistas devem se manter firmes na trincheira da denúncia política e publicidade marxista, resistindo e acumulando forças em um período contra-revolucionário mundial, aberto após a destruição das conquistas operárias da antiga URSS. Em cada combate concreto os comunistas devem sempre identificar o campo do imperialismo como sendo o inimigo principal na atual etapa de reação, estabelecendo a mais ampla unidade de ação para derrotar a ofensiva neoliberal. No lançamento do engodo Marina e seu “novo” (arcaico) movimento político, os leninistas identificam claramente as intenções do imperialismo, agora em tempos de crise maquilado de “primaverista” e “ecológico”.