LAVA JATO PRENDE O MARQUETEIRO BILIONÁRIO DO PT: SANTANA NÃO
É "SANTO" PORÉM MORO ATUA SOB AS ORDENS DA GLOBO E DA CIA
Uma campanha eleitoral que arrecadou "oficialmente" quase meio bilhão de Reais, como a do PT em 2014, só poderia carregar em suas entranhas muita "sujeira" oriunda de grandes corporações capitalistas. No centro desta "farra bilionária estava o marqueteiro da presidenta Dilma, João Santana, uma figura parida no ventre da mídia "murdochiana" que nada tem a ver com as tradições políticas da esquerda socialista. O laureado marqueteiro, que antes de trabalhar para a "esquerda" burguesa, prestou valiosos serviços para a "VEJA" e as "organizações" mafiosas Globo, é detentor de uma robusta fortuna pessoal no exterior, o que o tornou um alvo bastante vulnerável para a reacionária caçada empreendida pelo juiz Moro, simpatizante declarado de Mussolini. É óbvio que do outro lado da margem burguesa, no campo do tucanato, a campanha ao Planalto do traficante Aécio Neves também movimentou cerca de meio bilhão de Reais, mas isto não interessa em nada a Lava Jato focada na eliminação do enorme prestígio dos dirigentes do PT. Moro age sob as determinações diretas do Departamento de Estado da Casa Branca, que impulsiona uma ofensiva internacional contra os partidos e governos da centro esquerda burguesa na América Latina. Não por coincidência a CIA acaba de despejar milhões de dólares na Bolívia disseminando boatos na mídia corporativa contra o presidente Evo Morales que acaba de perder o referendo sobre um novo mandato. Santana tem se destacado em coordenar campanhas eleitorais em nosso continente, utilizando-se a metodologia do mercado publicitário, vendendo seus candidatos como o "melhor produto". Assim foram as campanhas de Dilma, a preferida dos bancos e empreiteiras que lucraram fortunas em seus governos. O próspero empresário Santana considerado "guru sagrado" pelo PT é a expressão maior do caráter de classe do partido de Lula, que não representa os interesses dos explorados e tampouco do proletariado industrial. Agora a prisão de Santana servirá como um trampolim para Moro chegar ao seu objetivo final: prender o operário que ousou se transformar em um abastado pequeno burguês, um ícone para a nova burguesia ascendente. Este fenômeno social provocado pelas gestões Lula, embalada pela bolha de crédito lastreada pelas commodities, gerou um profundo ódio de classe das velhas elites dominantes, as quais Moro é um mero estafeta. A tarefa então da Lava Jato é "restabelecer a ordem" e devolver o Palácio aos seus legítimos proprietários, os tucanos de alta plumagem. Desgraçadamente o PT não tem mais condições morais e políticas de responder a altura a ofensiva reacionária em curso no nosso país, o partido está atolado até a medula em "negócios" com a burguesia, além do seu governo seguir à risca a pauta neoliberal imposta pelos grandes rentistas. A esquerda corrompida pelas verbas estatais, como o PCdoB e PCO, tenta desesperadamente defender a "ética" inexistente da Frente Popular, já outros setores da esquerda de "oposição" (PSTU, PPL etc..) fazem um vergonhoso coro com os ataques fascistas da Lava Jato contra o movimento de massas e a economia nacional. Os Marxistas da LBI não compartilham os métodos ou o programa das campanhas políticas milionárias do PT, dirigidas por Santana para agradar o grande capital. Sabemos muito bem do nível de corrupção a que está submetido Santana e sua anturragem marqueteira, porém não podemos legitimar as sinistras ações da famigerada "Operação Lava Jato", fundada para a defenestrar o conjunto do movimento social e popular em nosso país.
Para aqueles que pensam que a ilação entre a Lava Jato e a CIA é fantasiosa da esquerda "radical", seria bom saber que a atual fase denominada ironicamente "Acarajé" foi municiada pelo Departamento de Justiça dos EUA (o equivalente a um Ministério no Brasil), que rastreou as contas e imóveis de Santana no exterior. A nossa PF e a "República de Curitiba" há tempos já mandou as favas qualquer resquício de soberania nacional, sequer disfarça que suas operações são geradas administrativamente a partir de órgãos da "inteligência" ianque. O pateta petista, Ministro José Eduardo Cardozo, assiste passivo ao dantesco espetáculo protagonizado por seus comandados, chega até a receber ordens de um certo "japa" da PF que responde a vários processos criminais. A covardia de altos membros do governo Dilma diante da sanha reacionária de Moro e sua equipe de promotores "intocáveis" reflete a própria submissão histórica da Frente Popular ao imperialismo, afinal o "mito" Lula foi lançado mundialmente pelo "chefe" Obama, que agora trata pessoalmente de desconstruí-lo.
A empresa de marketing eleitoral de Santana é a maior do país, a cada campanha
nacional realizada para o PT fatura nominalmente cerca de cem milhões de Reais (valores declarados ao TSE), já foram três campanhas presidenciais sem contar
as estaduais e para cargos eletivos proporcionais. Estas cifras financeiras que
fazem da "Pólis" (agência de Santana) um verdadeiro "império" no ramo do comércio eleitoral são absolutamente incompatíveis com a
existência de um regime minimamente democrático burguês, isto sem falar nos
valores programáticos da esquerda que reivindica representar os trabalhadores e
oprimidos. Na realidade a empresa de Santana "vende" cargos e
mandatos eletivos a um preço altíssimo, restrito a políticos das oligarquias
dominantes e partidos de "esquerda" domesticada que aceitam
reproduzir a lógica do capital em seus governos.
Entretanto o mais grave nesta estória do "comércio da
democracia" é que João Santana não representa somente a figura do
marqueteiro oficial do PT, também se
converteu em um dos principais conselheiros políticos do governo Dilma. Atua ao
mesmo tempo no campo eleitoral, traçando estratégias para o Planalto, e
organizando o "caixa" do PT junto aos grandes capitalistas do país.
O resultado não poderia ser outro, Santana foi um dos responsáveis políticos
por imprimir o curso neoliberal mais agressivo no segundo mandato de Dilma.
Cada vez que a crise se intensificava em Brasília, Santana orientava Dilma a
ceder aos rentistas aprofundando sua política de "ajuste". Não acreditamos
que Santana fique encarcerado por muito tempo, ao contrário de Marcelo
Odebrecht escolhido como "Judas" pela Lava Jato, possui
"segredos" valiosos contra muitos dirigentes do PSDB a quem já serviu
no passado. Sua prisão deve servir como "escada" para atingir seriamente Lula e emparedar Dilma para
que ela não recue em seus planos da reforma da previdência.
As "cassandras" da esquerda "chapa
branca" voltaram a soar as matracas do "golpe de estado", como
se a prisão de Santana fosse um fato inesperado, apesar de previamente
anunciado pela Lava Jato sem que o governo Dilma "movesse uma palha".
Lula aguarda sua "hora", estabelecendo sua defesa na linha de que
seus "pequenos privilégios"
não significam nada diante da vida de opulência dos barões tucanos. Foi
inclusive forçado a renunciar o "triplex poplular" do Guarujá,
enquanto os Marinho esbanjam impunemente sua luxuosa mansão em Paraty, servidos
pelos fundos do próprio BNDES. A questão central é que os "simplórios
mimos" de Lula em comparação aos faustosos bens de seus detratores, não o
isentam de sua política de colaboração de classes e de ter impulsionado em seus
governos enormes ganhos de capital para a burguesia nacional. Só para aferir o
setor financeiro, enquanto nos oito anos de FHC a lucratividade média dos
bancos atingiu a marca de 10%, nos mesmos oito anos de Lula esta cifra pulou
para a casa dos 15%! O PT está sob "fogo cerrado" do imperialismo não
por ter servido aos pobres e trabalhadores em seus governos, mas porque o ciclo
econômico mundial que sustentou seu enorme prestígio político no leme do Estado
burguês está encerrado. O confronto social que se avizinha não será meramente
eleitoral, e o PT já revelou toda sua
impotência diante desta nova etapa histórica.