segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

A LAVA JATO E OS "PEQUENOS" PRIVILÉGIOS DA BUROCRACIA PETISTA


Com a trégua que a mídia corporativa concedeu a presidenta Dilma, fruto do acordo das oligarquias dominantes em levar adiante este governo até a conclusão das reformas neoliberais, a pauta do momento são os privilégios obtidos pela burocracia petista ao longo dos mais de trinta anos de controle político do movimento de massas. A farsesca operação "Lava Jato" coordenada diretamente do gabinete do Departamento de Estado dos EUA, agora se concentra em "fisgar o peixe mais graúdo" do PT, o próprio Lula. É óbvio que o objetivo da Lava Jato está focado em eliminar a reserva de mercado nacional exercido pelo cartel das grandes empreiteiras brasileiras, como admitiu o insuspeito tucano Mendonça de Barros. O primeiro passo já foi dado com muito sucesso, a paralisação das obras de conclusão das novas refinarias da Petrobras. Sem estas refinarias estatais o país ficou sujeito a importar derivados industrializados dos hidrocarbonetos (muito valorizados pela alta cotação do Dólar) e exportar a preço de banana o barril "in natura" do óleo cru. Comprando gasolina e diesel dos EUA não haverá sequer soberania energética e de segurança para um país que não é capaz de abastecer sua frota civil e militar. Porém para os estúpidos e falsos vestais que acreditam que a Lava Jato tem por objetivo combater a corrupção na Petrobras, ficará o prêmio de terem conseguido levar a maior estatal do país à beira da falência. Se o impeachment não é a manobra política mais interessante neste momento onde Dilma se mostra cúmplice da sórdida operação de desmonte da Petrobras, resta aos chacais do "império" e seus estafetas da mídia "murdochiana" eliminar a possibilidade do PT ainda se tornar uma alternativa eleitoralmente viável para 2018. Para desmoralizar o PT basta se voltar para a exposição pública dos "pequenos" privilégios materiais de sua burocracia dirigente, como Dirceu, Vaccari e Lula. São apartamentos, sítios e carros confortáveis de um padrão de classe média alta, que décadas atrás seria impensável a posse para um dirigente da esquerda "socialista". Nada comparável aos suntuosos apartamentos, grandes fazendas e modernos jatinhos da burguesia e seus representantes pemedebistas e tucanos, entretanto a compra de um "triplex" tem o mesmo impacto midiático seja em Guarujá ou na Côte D'azur, sem falar na diferença entre um bote de alumínio e um iate de milhões de dólares. A caçada da Lava Jato tem um prêmio: A cabeça de Lula e a prisão de sua anturragem mais próxima! Os Marxistas sabem muito bem diferenciar os privilégios materiais da burocracia sindical e política da esquerda "chapa branca", da propriedade jurídica dos meios de produção e troca sob controle dos políticos da burguesia. Enquanto a esposa de Alckmin era proprietária da luxuosa Daslu os venais da Globo não abriam o bico, mas quando "dona Marisa" resolve comprar uma canoa a "indignação" dos fariseus ganha as principais manchetes. O PT está repleto de burocratas que elevaram em mais de cem vezes seu patrimônio pessoal, produto de comissões cobradas pela intermediação de negócios com o Estado, alguns do tipo de um José Guimarães chegam a "parelhar" fortuna com políticos burgueses como o senador pemedebista Eunício Oliveira, porém sequer ameaçam obter 10% do que foi usurpado do Estado no processo da "privataria" tucana na chamada era do "probo" FHC. Desgraçadamente uma parcela da esquerda revisionista também se deixou corromper pelas pequenas "benfeitorias" da Frente Popular, é o caso do liliputiano PCO, que passou a defender os privilégios materiais da burocracia sindical como algo "natural" ao movimento operário. Outros grupos revisionistas, no outro lado da margem, passaram a fazer apologia da Lava Jato endossando a ofensiva imperialista contra a "vacilante" economia nacional. Hoje a grande aposta da elite capitalista, ligada às transnacionais, é concluir o frágil mandato de Dilma e iniciar um novo ciclo econômico para o país, esgotado o "modelo" da sobrevalorização das commodities. A nova bolha de crédito financeiro ofertada ao país nos próximos anos deverá estar ancorada agora nas privatizações e quebra do que restou das reservas de mercado, fundamentalmente das grandes obras públicas. Para este nova etapa capitalista de "surto de crescimento" após as "cinzas" da recessão econômica, um governo do PT já não será mais útil... E o próprio Lula, o antigo "herói" da burguesia nacional poderá até ser considerado o novo "vilão número 1" do país. A tarefa que se coloca para a vanguarda da classe trabalhadora será abstrair as trágicas lições da política falida da burocracia petista, e forjar a construção do seu próprio poder político para o próximo período histórico.