quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

DILMA REÚNE O “CONSELHÃO” DA COLABORAÇÃO DE CLASSES: PLANALTO CELEBRA NOVOS COMPROMISSOS COM A BURGUESIA PARA ATACAR OS TRABALHADORES COM AVAL DAS DIREÇÕES SINDICAIS CORROMPIDAS


Após um ano e meio sem reuniões, o Conselho de Desenvolvimento Econômico, conhecido como “Conselhão”, se reuniu na tarde desta quinta-feira (28) no Palácio do Planalto, em Brasília. A grande “estrela” do fórum foi o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, apoiador do governo Dilma, que cobrou “saídas para crise”, entenda-se novos compromissos com a burguesia para colocar nas costas dos trabalhadores o ônus da recessão econômica. O novo secretário-geral do “Conselhão” é Renato Rabelo, ex-presidente nacional do PCdoB e um dos mais ardorosos defensores dessa fórmula de colaboração de classes, completamente falida frente aos ataques neoliberais em curso. Esse é o “prêmio” corrupto pelo PCdoB ser uma dos mais destacados defensores na luta contra o “golpe da direita”, junto com o PT e o PCO. Além dele compõe o “Conselhão”, a CUT, UNE, MST, FUP, UBES, CTB, CONTAG, todas essas entidades na folha de pagamento do governo Dilma. Segundo o Portal Vermelho, “Adilson Araújo, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), e Vagner Freitas, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), são dois dos 60 nomes que compõem o ‘Conselhão’. Em artigo e entrevista divulgadas nesta quarta (27), eles demonstraram otimismo com a possibilidade de levar propostas concretas ao conselho e ter espaço para a defesa dessas propostas, que podem inaugurar uma agenda positiva no Brasil”, ou seja, seguem comprometidos com sabotar a luta direta contra os ataques do governo Dilma e anda patrocinam ilusões nos seus algozes capitalistas. Os empresários foram pesadamente representados na reunião. Entre eles estão os conselheiros Robson Andrade (CNI), Cláudia Sender (TAM), Frederido Fleury (Embraer), Miguel Nicolelis (neurocientista), Roberto Setúbal (Itaú), Viviane Senna (Instituto Ayrton Senna) e Abílio Diniz (BRF), ou seja, os grandes capitalistas que vem demitindo em massa para garantir suas milionárias taxas de lucro. Entre os nomes que deixaram o “Conselhão” está o empresário Marcelo Odebrecht, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. O fato de um representante da empreiteira Odebrecht, principal empresa do ramo, está fora do Fórum sinaliza que está em curso uma negociação para trazer empreiteiras estrangeiras com o objetivo de explorarem o filé da infraestrutura nacional. Construtoras industriais pesadas dos EUA e Japão estariam prontas para assumir as obras paralisadas por conta da Operação Lava Jato, devendo o governo em 2016 superar as limitações constitucionais para que empresas estrangeiras do ramo da construção civil pesada participem de concorrências para grandes projetos estatais. Como se observa, o grosso do empresariado deseja que o governo do PT leva adiante as “reformas” (previdência e trabalhista) já no começo deste semestre, apostando que o Palácio do Planalto irá não só enterrar o impeachment como seguir adiante com a cartilha neoliberal. Trabuco deu o tom “Acredito que muitas coisas boas estão aí para dar início a essa retomada”(G1, 28.01). Os bancários do Bradesco demitidos na última greve sabem bem o que significa “coisas boas” para esse canalha! Logo depois do Carnaval vamos ver o pacote de maldades que o “Conselhão” avalizou! Essa nova tentativa do governo Dilma de pactuar com os empresários uma agenda de ataques aos trabalhadores garantindo para isso a paralisia do movimento de massas através das corruptas direções “chapa branca” deve ser denunciada pela vanguarda classista. Frente esta iniciativa do governo, compreendemos que se impõe mobilizar os trabalhadores contra os ataques neoliberais do governo Dilma aos trabalhadores, já que o Planalto ganhou fôlego no final do ano e busca agora em 2016 enterrar o pedido de impeachment no parlamento reforçando sua submissão à burguesia e ao imperialismo via o anúncio de uma “nova” Reforma da Previdência e de um pacote de privatizações que incluem hidroelétricas e aeroportos, além de manter o arrocho salarial dos servidores públicos. É fundamental ter claro para intervir na realidade complexa que se avizinha que a orientação geral das classes dominantes segue na linha política do “sangramento” lento e gradual do governo Dilma, combinada com a intensificação da barganha estatal diante de uma presidente extremamente fragilizada. Dilma será “carregada” pela burguesia até que se complete o conjunto das reformas neoliberais que se propôs a implementar agora sobre o comando de Nelson Barbosa. Por isto, defendemos a necessidade de preparar a derrota da Reforma da Previdência combatendo seu verdadeiro responsável: a presidenta Dilma! Chega de distracionismo atacando estafetas como Barbosa & Cia, meros intermediários da ofensiva neoliberal do estado capitalista! Devemos lutar por construir uma alternativa revolucionária dos trabalhadores contra engodos como o “Conselhão” e sua política de colaboração de classes voltada a golpear os trabalhadores em favor dos capitalistas!