UM VERDADEIRO ESTADO POLICIAL IMPOSTO POR ALCKMIN E HADDAD
EM SÃO PAULO! *
O Blog da LBI publica o relato do camarada André Caldeira,
militante da Juventude Bolchevique (JB), presente no segundo ato
contra o aumento das passagens ocorrido no dia 12, criminosamente reprimido pela polícia genocida do
fascista Geraldo Alckmin (PSDB), para garantir o lucro dos tubarões do transporte, através do reajuste autorizado em conjunto com o Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT)
“Eu e o conjunto de militantes de várias correntes políticas
que lutam pelo Passe Livre assistimos ontem na capital paulista mais um
capitulo da tendência cada vez mais objetiva de recrudescimento do regime
político burguês contra as massas exploradas, a juventude trabalhadora e os
lutadores de nossa classe. O segundo ato contra o absurdo aumento das tarifas
de ônibus, trem e metrô em São Paulo por parte do PSDB de Alckmin e PT de
Haddad, convocado pelo MPL foi extremamente reprimido da maneira mais covarde
possível pela assassina polícia militar antes mesmo da atividade ter início. Eu
cheguei junto com outros camaradas para distribuir os panfletos da LBI e observei que antes da
concentração do ato, que estava marcado para as 17 horas na Praça do Ciclista,
região da Avenida Paulista, os ‘cães de guarda’ fardados já davam mostras do
que estavam por fazer. Nas saídas das estações de metrô nas imediações do ato,
a PM com sua já bem conhecida truculência e covardia que caracteriza os
inimigos do povo trabalhador, realizavam as humilhantes abordagens contra
qualquer jovem que portasse mochila ou bolsa. Eu mesmo além de presenciar
companheiros sendo hostilizados por estes trogloditas de farda, também tive
minha mochila revirada e uma parte dos panfletos roubados.
Quando os ativistas estavam concentrados na Praça do
Ciclista e antes da saída da marcha sentido o Largo da Batata, logo vieram as
bombas de efeito moral, balas de borracha, spray de pimenta e cassetetes contra
os manifestantes pacíficos, encurralados e cercados entre a Rua da Consolação e
a Avenida Paulista, sendo em seguida brutalizados pela polícia de Alckmin, a
fim de defender o aumento que o governador e o prefeito Haddad querem nos
impor. Assim como fez em fevereiro de 2014, quando reprimiu semelhantemente um
ato contra a Copa do Mundo no centro da capital paulista, onde prendeu mais de
200 ativistas (entre eles dois companheiros da LBI), a PM organizou o famoso
Caldeirão de Hamburgo, cercando e isolando os ativistas, massacrando-os
duramente e dispersando o ato a bala e bomba como em uma guerra. Os
companheiros se refugiaram em prédios e institutos da Avenida Paulista, sendo
literalmente caçados pelos facínoras fardados, que entraram em estabelecimentos
e lançavam bombas de efeito moral no ambiente, atingindo mulheres, criança e
idosos, além de generalizar as agressões a qualquer transeunte que imaginavam
ser manifestante. Um caso em especial me chamou a atenção: um jovem no momento
do cerco ao ato foi atingido por estilhaços de uma bomba e teve a cabeça quase
que rachada, perdendo muito sangue em seguida. Ao que tudo indica, o comando da
PM e a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, comandada pelo
facínora Alexandre de Moraes, claramente montaram uma estratégia visando não
deixar o ato tomar as ruas da capital e ganhar visibilidade, adquirindo
obviamente possibilidade de massificação e apoio popular num contexto de
inflação galopante, fato que fortaleceria o movimento pela redução das
passagens e daria impulso a luta de outros setores do movimento operário e de
massas, atualmente atacados pela febre da austeridade neoliberal que ganha o
país como reflexo da crise estrutural do capital.
Neste sentido, vemos que a burguesia em todo país,
articulada ao grande capital imperialista, já planeja o recrudescimento do
regime político, manifestado, por exemplo, na Lei Anti Terror, muito semelhante
ao ‘ato patriota’ nos Estados Unidos imposto por Bush, que retirou as parcas
liberdades democráticas da população trabalhadora. Em SP particularmente vem
sendo estabelecido durante os 20 anos de gerência estadual do PSDB, um
verdadeiro Estado policial e penal, onde as greves e lutas sociais têm sido
criminalizadas e extremamente reprimidas. Assim, o que está sendo posto em
marcha no Estado paulista (e em todo o país) é a verdadeira política do “Tacão
de Ferro” como tão bem nos mostrou através da arte o grande escritor
revolucionário Jack London.
Dessa forma, a Juventude Bolchevique-LBI interviu no ato e
participará da manifestação deste dia 14, às 17 hs no Largo do Batata e no
Teatro Municipal defendendo a intensificação da resistência da juventude e dos
trabalhadores aos ataques do canalha Alckmin e sua polícia genocida
exterminadora da juventude negra nas periferias. É necessário por em movimento
a juventude trabalhadora das periferias e todo proletariado paulista na luta
não só contra o aumento das passagens levado a cabo por PSDB e PT, mas para
derrotar o conjunto dos ataques neoliberais da grande patronal e seus gerentes
de plantão que se intensifica contra os explorados, assim como fizeram os
estudantes secundaristas nas ocupações recente das escolas estaduais paulistas
que derrotaram Alckmin e seus planos macabros contra a educação, inclusive
recorrendo à formação de comitês de autodefesa para enfrentar a covarde repressão
policial.”
* André Caldeira, militante JB/SP |