COREIA DO NORTE TESTA
BOMBA DE HIDROGÊNIO: OBAMA E ONU ANUNCIAM SANÇÕES CONTRA O ESTADO OPERÁRIO,
APOIADAS PELO SERVIL GOVERNO DILMA... OS REVOLUCIONÁRIOS DEFENDEM O DIREITO DA
AUTODEFESA COREANA DIANTE DAS PROVOCAÇÕES DO IMPERIALISMO!
O anúncio do teste com um artefato nuclear de hidrogênio em
miniatura foi feito pela TV estatal. “Após o pleno sucesso da nossa bomba H
histórica, nos juntamos ao grupo dos Estados nucleares avançados”, disse a
apresentadora. “Este último teste, produto da nossa tecnologia e da nossa mão
de obra, confirma que os recursos tecnológicos que desenvolvemos recentemente
são eficientes e provam cientificamente o impacto da nossa bomba H
miniaturizada” destacou. O teste surpresa da bomba H foi autorizado
pessoalmente por Kim Jong-Un. A bomba de hidrogênio ou termonuclear utiliza a
fusão do átomo em cadeia e provoca uma explosão mais potente que a chamada bomba
atômica, que utiliza a fissão nuclear. A bomba de hidrogênio (fusão) é mais
poderosa e mais difícil de construir. Já a bomba A (fissão) é semelhante à
utilizada em Hiroshima. As ameaças do jovem dirigente Kim Jong (neto do
fundador da República popular Kim Il Sung) sobre um ataque à costa americana do
Pacífico carecem de fundamento bélico, os mísseis balísticos norte-coreanos não
possuem esta capacidade tecnológica, mas podem atingir facilmente o enclave do
Sul e muito provavelmente o Japão, outro protetorado militar ianque. Um
conflito destas proporções obrigaria os EUA a deslocar um enorme contingente de
forças para a região, levando a China para uma posição de completo
“desconforto” em seu próprio “quintal”. Com um leque de opções nada atraente
para a burocracia restauracionista chinesa, em caso de uma guerra, Pyongyang
continua a receber a “contragosto” ajuda econômica de Pequim “alimentando”
assim as relações socializadas de produção (planificação central em oposição ao
“livre” mercado do Sul) da Coreia Popular que ainda se mantém como um Estado
operário, produto histórico da revolução popular que derrotou a ocupação do
imperialismo japonês em seu território.
Lembramos que a República Democrática e Popular da Coreia
(norte) foi fundada em 1948 após a derrota militar do Japão (país que ocupava o
território coreano desde 1910) na Segunda Guerra Mundial. Seguindo a política
do Stalinismo de dividir o mundo em zonas de influência, a península coreana
foi dividida entre o “norte socialista” e o Sul capitalista. Em 1950,
guerrilheiros norte-coreanos iniciam uma ofensiva militar para reunificar o
país, uma guerra é deflagrada e mais uma vez a URSS intervém para conter a
iniciativa popular coreana, costurando um acordo internacional com os EUA de
reconhecimento “definitivo” das duas Coreias em 1953. Com o crescimento da
influência política e militar da China no final dos anos 60, a Coreia Popular
passa a intensificar suas relações econômicas com a república mandarim, o que
persistia até os dias de hoje, mas sob uma intensa pressão da burocracia
chinesa para que os coreanos sigam o mesmo caminho restauracionista dos
ex-Maoistas convertidos agora a “gerentes capitalistas”. É exatamente esta a
questão central que explica o aumento da “temperatura” na região, abrindo a
possibilidade concreta de uma guerra nuclear, entre um Estado operário
ultradeformado e uma nação imperialista e seu gendarme sulista. O certo é que
com a morte do Kim Jong-Il a pressão pela restauração capitalista, que ganhou
grande incremento com a liquidação contrarrevolucionária da URSS e a conversão
da China ao capitalismo, vem se recrudescendo para impor o fim do Estado
operário norte-coreano. A política contrarrevolucionária da burocracia
stalinista, hoje formalmente dirigida por Kim Jong-un, mas de fato controlada
pelos generais do exército, está buscando uma mediação com as potências
imperialistas através da China para uma transição ordenada ao capitalismo. Com
o fim da URSS e a perda dos parceiros comerciais do Leste europeu, a Coreia do
Norte viu sua economia contrair-se em 30% nos cinco anos que se seguiram a
1991. Restou a China, hoje convertida ao capitalismo. A intensa reação
ideológica mundial patrocinada pela mídia imperialista e o cerrado bloqueio
econômico tendem, cada vez com maior intensidade, a estrangular o Estado
operário, aumentando as tensões intraburocráticas.
Oficialmente, a Coreia do Norte está em situação de guerra
contra os EUA e a Coreia do Sul, o armistício de Panmunjom, assinado em 1953,
apenas estabeleceu uma trégua temporal entre os dois lados. O imperialismo
ianque sabe que ao contrário de 1953, a Coreia do Norte não pode mais apoiar-se
na URSS, hoje Rússia, e tampouco na China. Como diz o provérbio popular, que a
vingança é um prato que se deve saborear a frio, os EUA esperam pacientemente
responder a humilhante derrota sofrida na Guerra da Coreia, que só não foi
maior devido à política stalinista de Mao Tsé Tung de contenção da revolução em
toda a Ásia e Europa. Para os marxistas leninistas a tarefa da unificação socialista
da Coreia se mantém tão vigente como na década de 50, mas sabemos muito bem que
o primeiro passo para concretizar este objetivo passa pela derrota política e
militar do imperialismo ianque, obstinado em liquidar as conquistas operárias
ainda existentes na RDPC. Convocar o proletariado mundial, em particular a
poderosa classe operária sul-coreana a defender incondicionalmente a Coreia do
Norte, o que não significa em hipótese alguma depositar a menor confiança
política no regime stalinista, como nos ensinou o “velho” Trotsky, “lutamos
lado a lado de Stalin contra os inimigos da revolução, para depois acertarmos
nossas próprias contas”. Como genuínos revolucionários, jamais nos somamos à
sórdida e criminosa campanha da Casa Branca que sataniza o regime político da
Coreia do Norte para debilitar o Estado operário; ao contrário, defendemos
incondicionalmente suas conquistas sociais revolucionárias. Justamente por esta
razão, reivindicamos o legítimo direito de defesa da Coreia do Norte, inclusive
utilizando seu arsenal bélico nuclear ou a bomba de Hidrogênio, para responder
às provocações imperialistas. Para tanto, é preciso que o proletariado
norte-coreano se oponha ao processo de restauração capitalista, seja pelas mãos
da China ou dos EUA, pela via de uma revolução política para colocar à frente
do Estado operário um autêntico partido comunista como alternativa proletária à
empedernida burocracia stalinista.
Como herdeiros das lições deixadas por Leon Trotsky, nos
opomos frontalmente à frente única contrarrevolucionária comandada por Obama
para estrangular um Estado operário burocratizado. Vergonhosamente, a maioria
das correntes pseudotrotskistas mundiais unem-se numa stalinofobia crônica, que
os jogam no campo oposto do combate pela resistência contra a restauração
capitalista e às agressões militares ao Estado operário. Não por acaso,
estiveram lado a lado com o imperialismo na defesa da queda da URSS e do Muro
de Berlim em nome do combate à “ditadura totalitária stalinista” e se postaram
contra o regime nacionalista de Kadaffi apoiando os “rebeldes” mercenários da
OTAN na Líbia, o que agora repetem na Síria. A maioria dos revisionistas mantém
um criminoso silêncio diante das provocações ianques contra o Estado operário
norte-coreano. Quando “abrem a boca” é para engrossar o coro pró-imperialista
contra a Coreia do Norte e seu regime “ditatorial”. Sob o pretexto do combate
ao "totalitarismo stalinista", somam-se à cantilena da Casa Branca.
Apesar dos genuínos revolucionários defenderem a necessidade da revolução
política para colocar à frente do Estado operário um autêntico partido
comunista em oposição à empedernida burocracia stalinista, jamais nos somamos à
sórdida e criminosa campanha da Casa Branca que sataniza o regime político da
Coreia do Norte para debilitar o Estado operário. Lutamos pela unificação da
Coreia e a expulsão do aparato militar imperialista da península através da
revolução social no sul, com a expropriação das empresas capitalistas tipo
Hyundai e Samsung. Os marxistas revolucionários defendem incondicionalmente a
Coreia do Norte e suas conquistas sociais revolucionárias: economia planificada
e a propriedade dos meios de produção controlada pelo Estado, o controle do
comércio exterior, sistema financeiro estatal, recursos e meios de produção
como a indústria e a mineração como propriedade do Estado, fornecimento de
energia elétrica subsidiada a toda a população, educação e saúde estatal
gratuitas. A melhor forma de defender as massas norte-coreanas e suas
conquistas, preparando as bases da revolução política, é estabelecer uma frente
única militar com o Estado operário ameaçado, chamando o proletariado a se
mobilizar em todo o mundo contra o bloqueio e as sanções orquestradas por
Obama, assim como em defesa do legítimo direito de defesa da Coreia do Norte,
inclusive utilizando seu arsenal bélico nuclear para se opor às provocações
imperialistas.