quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

O ESCROQUE PICCIANI É O NOVO HERÓI DA ESQUERDA "CHAPA BRANCA": O FILHOTE DE BANDIDO É A CARA POLÍTICA DO GOVERNO DILMA E SUA AGENDA NEOLIBERAL


A recondução do neomafioso deputado Leonardo Picciani (PMDB/RJ) a liderança da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados gerou um verdadeiro "frisson" nas hostes da esquerda "chapa branca", considerado o novo herói nacional que sepultará definitivamente a aventura do impeachment levada a cabo pelo antigo aliado, o náufrago Eduardo Cunha. Picciani derrotou o colega paraibano Hugo Mota, apoiado pelo presidente da Câmara, por um escore de 37 votos a 30. Picciani é filhote de uma reacionária oligarquia regional carioca incrustada no PMDB , sua família controla a Assembleia Legislativa do RJ sendo aliada fiel da máfia dirigida pelo ex-governador Sérgio Cabral. Porém Picciani agora festejado como paladino da democracia, por uma esquerda corrompida pelas verbas do Palácio do Planalto,  tem em seu DNA político a marca do tucanato, junto a seu pai,  o deputado Jorge Picciani, impulsionou o apoio a Aécio Neves  e Pezão em 2014, o movimento da direita "infiel" ficou conhecido como "Aezão". Picciani assumiu seu novo mandato no Parlamento em 2015 como o chefe da "tropa de choque" do amigo e parceiro Eduardo Cunha. Sua primeira tarefa foi a de articular a vitoriosa candidatura de Cunha para a presidência da Casa, na sequência Picciani, como líder do PMDB, impulsiona a maioria da pauta neoliberal para retirar direitos históricos dos trabalhadores, como a aprovação da terceirização como padrão institucional regulamentado. O jovem mafioso se vangloriava de cada derrota imposta pelo mercado contra o povo no Congresso,  entretanto a sanha aventureira do parceiro Cunha contra Dilma, gerou uma ruptura no PMDB do Rio. A cúpula pemedebista carioca não referendou a inflexão integral de Cunha em direção aos planos golpistas de Aécio Neves. O grande trunfo de barganha estatal manejado pela quadrilha política dirigida por Cabral era exatamente o "jogo duplo", na medida em que Cunha abraça o projeto tucano se desfaz este "acordo"  entre as alas do PMDB fluminense. Picciani passa a negociar vantagens diretamente com o governo, desagradando o antigo padrinho Cunha que o destitui da liderança da bancada, com o apoio do vice Michel Temer. A reação do Planalto contra Cunha é rápida, reforçada pelo respaldo na votação do STF e da PGR, Dilma organiza o retorno de Picciani com o apoio de Pezão e Cabral. A vitória de Picciani, embora apertada apesar do intenso esforço do governo, marca o fim da curta "era Cunha"  e seus planos de apear Dilma do Planalto de forma precipitada.  Segue a estratégia da burguesia nacional em sangrar Dilma até a conclusão final da pauta conservadora e neoliberal exigida pelos rentistas, a iminente missão nos próximos 60 dias é a reforma da Previdência. Enquanto isso permanece a sinistra caçada da "Lava Jato" contra as lideranças do PT. Os resultados das eleições municipais do final deste  ano selarão o destino político de Dilma, se permanece no governo até o final ou será retirada do Planalto em 2017 pelos mesmos "fiéis amigos" como Picciani e C&A. O certo mesmo é que as classes dominantes já preparam a entrada de um novo ciclo de poder para 2018, onde o modelo de gestão estatal da Frente Popular (colaboração de classes) não terá mais espaço político. A vanguarda classista do proletariado deve estar consciente da impotência histórica do PT (partido burguês de "pequenas reformas") em derrotar a ofensiva imperialista contra a nação, preparando a construção de uma alternativa revolucionária de poder. 

Eduardo Cunha nasceu politicamente no ventre da máfia liderada pelo então governador Garotinho, junto com Cabral e o velho Picciani foram "crescendo" ainda na última gestão de Leonel Brizola à frente do governo do Rio de Janeiro. Cabral logo traiu Garotinho, utilizando-se da máxima que ladrão que rouba ladrão...e organizou sua própria quadrilha no interior do PMDB, hegemônica no estado até hoje. Porém Cunha tem uma base parlamentar nacional bem mais ampla do que a bancada fluminense na Câmara dos Deputados. Este valioso elemento fez com que Cunha atuasse com certa independência da máfia de Cabral, Picciani, Pezão e do prefeito Paes. Este movimento de estreitamento dos vínculos do presidente da Câmara com o tucanato acabou levando a uma ruptura temporal entre Cunha e o bando chefiado por Cabral.

As razões da repentina "fidelidade" da máfia cabralzista (da qual os Picciani têm papel de destaque) ao governo Dilma são bastante evidentes, em primeiro lugar vem à completa falência financeira do gestão Pezão, que herdou um governo literalmente assaltando pelo "capo" Cabral. A dependência do estado fluminense (que sequer consegue honrar os compromissos com a folha de pagamento do funcionalismo) com os cofres federais, obrigou a quadrilha do PMDB regional a "jurar" amor incondicional a presidenta Dilma. Em segundo lugar vem os vultosos negócios que envolvem a realização da Olimpíadas na "Cidade Maravilhosa" da elite dominante. Estas transações bilionárias que atraíram grandes corporações internacionais para o Rio, tem como ponto de interseção a cúpula do PT carioca e a máfia pemedebista de Cabral.

Com tanta identidade com o PMDB "antigolpista" não foi muito difícil para os próceres da esquerda "chapa branca", como o PCdoB e seu acólito PCO, festejarem a vitória de Picciani como o mais novo "cavaleiro" da luta democrática. Agora a trilha das reformas neoliberais no Congresso fica mais livre para uma ágil aprovação, sem o peso das chantagens de Cunha. Picciani e seus comparsas já firmaram compromissos com rentistas acerca de um novo "ajuste" para a desnacionalização da debilitada economia brasileira. Resta saber se esta esquerda corrompida pelas "vantagens" do governo burguês da Frente Popular também irá comemorar os ataques neoliberais contra as conquistas e direitos dos trabalhadores.