TODO APOIO A OCUPAÇÃO DA MABE: PELA ESTATIZAÇÃO DA EMPRESA SOB O
CONTROLE DOS TRABALHADORES SEM INDENIZAÇÃO AOS PATRÕES CALOTEIROS!
Cerca de 2 mil operários da fabricante de fogões e geladeiras MABE ocuparam nesta segunda-feira (15.02) duas unidades da empresa nas cidades de Campinas e Hortolândia, interior de São Paulo. Na semana passada, a Justiça de São Paulo decretou a falência da companhia no Brasil. A MABE é uma multinacional com sede no México. Desde dezembro passado, a empresa deixou de produzir peças das marcas Dako e Continental. De acordo com nota do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região ligado à Intersindical (Instrumento de luta), uma assembleia realizada também nesta segunda decidiu pela ocupação das fábricas para garantir os direitos trabalhistas dos empregados depois da decretação da falência. Segundo o sindicato, os empregados estão sem receber salários de janeiro e fevereiro e o 13°, mesmo com seus contratos de trabalho ainda em vigor. Cerca de 400 empregados que foram demitidos entre 2015 e janeiro deste ano também não receberam as rescisões, segundo o sindicato. “Os trabalhadores iniciaram um movimento de resistência nas portarias das fábricas para impedir qualquer tentativa de retirada de máquinas e equipamentos por parte da empresa”, diz nota do sindicato. A MABE suspendeu suas atividades no dia 18 de dezembro e concedeu férias coletivas aos funcionários. A data de retorno prevista era o dia 18 de janeiro, mas isso não aconteceu, por intervenção do sindicato, já que os funcionários não haviam recebido salários. Esses ataques ocorrem apesar dos governos Lula-Dilma (PT) terem concedida enormes subsídios aos patrões da chamada "linha branca", que em resposta ao apoio bilionário do Palácio do Planalto agora joga o ônus da crise capitalista nas costas dos trabalhadores! No primeiro dia de ocupação da MABE, a truculência dos patrões, que se expressa com as centenas de demissões, atrasos de meses de salários, cesta-básica e diversos direitos, mostrou sua verdadeira cara: estão dispostos a ir até o final na defesa do lucro, mesmo que isso possa custar a vida dos trabalhadores. Durante a tarde em Hortolândia, seguranças armados iniciaram provocações e causaram tumulto contra a ocupação, forma mais que legítima de defesa dos empregos por parte dos trabalhadores. Com disparos de arma de fogo, buscaram instalar um clima de pânico e aterrorizar os trabalhadores e suas famílias. Uma tragédia poderia ter ocorrido, e seria de inteira e completa responsabilidade dos donos da MABE, que buscaram ao longo do dia na imprensa falar em “bombeiro infiltrado”, o que é um verdadeiro jogo de cena, já que quem infiltrou ele ali, foram os próprios empresários para esconder as informações que devem existir na “caixa preta” do setor administrativo. Os trabalhadores não se intimidaram, e mostram que eles também, estão dispostos a lutar de forma dura pelos empregos e direitos e desarmaram o militar após os disparos. O primeiro dia de ocupação, com a participação de centenas de trabalhadores, demonstrou muita união dos trabalhadores, com divisão de tarefas como as de vigilância e preparação do almoço. Os dirigentes do sindicato informavam os trabalhadores regularmente do que ocorria e havia uma notícia não confirmada de que a própria MABE teria requerido da juíza uma negociação pela possibilidade de um “comprador” da massa falida e continuidade da produção. O que se dizia era que a própria MABE continuaria como proprietária, sob um nome de fachada, livrando-se das dívidas trabalhistas e com fornecedores, além de recontratar apenas uma parte dos atuais empregados com o piso salarial da categoria. Um verdadeiro golpe do baú. Desde a LBI e da TRS apoiamos a ocupação da MABE e defendemos a sua estatização sob controle dos trabalhadores, sem indenização ainda mais quando os capitalistas da MABE deram calote nos trabalhadores! Por outro lado é preciso construir milícias de auto-defesa para responder as provocações patronais e os ataques dos seguranças armados a serviço dos donos da empresa!