sexta-feira, 20 de setembro de 2013


Bancários: Fortalecer a greve e construir uma chapa de luta para a APCEF/CE!

Nós, economiários do Movimento de Oposição Bancária (MOB), chamamos os lutadores da categoria a fortalecer a greve pelas nossas justas reivindicações e a construir uma chapa de oposição para disputar a eleição da diretoria da APCEF/CE, prevista para ocorrer até dezembro/2013. Iremos lançar uma chapa para enfrentar a burocracia “chapa branca”, lutaremos para romper a apatia da categoria e vamos tentar expressar a insatisfação na base contra os ataques do governo Dilma às nossas condições de trabalho e para se opor ao arrocho salarial. A eleição será no final do ano, estamos agora nos piquetes e reuniões de esclarecimentos nas agências sobre a paralisação nacional colhendo os nomes dos ativistas da CEF para montar a chapa de luta classista. Portando, é preciso construir uma oposição combativa, de luta e pela base para derrotar a burocracia sindical da CUT-CTB, capachos do governo Dilma que emperra nossa luta e acabam favorecendo os patrões! Sabemos que atravessamos uma conjuntura extremamente difícil para os bancários na medida em que as “jornadas de junho” findaram-se sem abalar o regime político burguês, o que acabou por não fortalecer as campanhas salariais que se iniciaram no mês de setembro. Ao contrário, as três categorias em luta neste segundo semestre (bancários, correios, metalúrgicos) estão com suas campanhas salariais fragilizadas e, na verdade, aquém das que ocorreram no ano passado, ou seja, tudo diferente do que previa PSTU-PSOL. A correlação de forças entre as classes sociais continua exatamente a mesma, ou seja, o proletariado em completa defensiva diante da ofensiva capitalista neoliberal como antes de junho. Do ponto de vista do regime político vigente não ocorreu o menor abalo em nenhuma das instituições burguesas, o governo petista já recuperou a popularidade temporariamente perdida e a oposição burguesa conservadora em nada avançou em seus planos reacionários de recuperar a presidência nas eleições de 2014, como vimos no fiasco das manifestações do 7 de setembro. Na verdade, a ausência de uma direção classista nas “jornadas de junho” abriu espaço até mesmo para a direita reacionária tentar “pautar” as mobilizações, o que levou o movimento para um impasse político e arrefecimento da luta de massas, como vemos hoje em nossa campanha salarial, cuja marca é a apatia e o descrédito.

Sabemos, entretanto, que existe na base de nossa categoria uma oposição latente e silenciosa contra a burocracia sindical que há mais de vinte anos domina o sindicato e a APCEF/CE assim como ao governo Dilma. Por esta razão, estamos atuando na greve para organizar politicamente a insatisfação da categoria pela esquerda, apesar de todas as nossas fragilidades e das pressões dos burocratas. Aproveitamos os espaços políticos de debate nas agências, piquetes, reuniões de delegados de base e assembleias para fazer o combate político, a fim de derrotar esta camarilha ligada ao PT e PCdoB para construir uma alternativa revolucionária e de luta para o movimento operário. Desgraçadamente, o bloco PSOL-PSTU que em nossa categoria também se coloca no terreno na oposição não defende as perdas históricas e o enfrentamento direto com o governo Dilma. Ele carece de um programa combativo, já que faz acordos vergonhosos com a burocracia cutista, como vimos no dia nacional de (poucas) paralisações de 30/08 e se nega a denunciar frontalmente a direção pelega do sindicato e da APCEF/CE. A greve apenas começou e a burocracia deve já na próxima semana tentar impor à base a proposta miserável que a FENABAN irá apresentar, preservando o governo Dilma e os ataques das direções dos bancos públicos, como a CEF. Nós, economiários do MOB, defendemos a mesa única dos bancos públicos que deve ser articulada com os privados, assembleias conjuntas, unitárias e unificadas, eleição de comando de base, realização de um encontro nacional de base, ampla e democraticamente convocado, tudo isso para subtrair o controle da campanha das mãos de um punhado de burocratas “chapa-branca”. Vamos organizar nesta campanha salarial um amplo movimento nacional de oposição a “tríplice aliança” dos velhos traidores (CUT, CTB e CONLUTAS), responsáveis pelas vergonhosas derrotas anteriores sofridas pela categoria. É preciso unificar iniciativas e o combate com outras categorias em luta (correios, petroleiros, metalúrgicos) como forma dos explorados entrarem em cena na condição de protagonistas da luta contra a exploração e o regime capitalistas. Por isto, faz-se necessário ultrapassar os limites do economicismo vulgar e fortalecer a greve com reivindicações transitórias e políticas no sentido de avançar na consciência e organização da classe rumo à construção de um novo poder estatal socialista.


Por esta razão, nós defendemos os métodos de ação direta (manifestações, greve, ocupações...) e as reivindicações transitórias a exemplo da estatização do sistema financeiro sob controle dos trabalhadores, anulação de todas as privatizações, escala móvel de salários, estabilidade no emprego, reposição integral das perdas salariais, oposição operária e revolucionária ao governo Dilma, etc. Nesse sentido, convocamos o ativismo classista da CEF a participar dos piquetes e das assembleias para romper o cerco burocrático dos reformistas “chapa branca” à nossa mobilização rumo a vitória! Contamos com seu apoio! Fortaleça a greve e colabore na construção de uma nova APCEF/CE!


Augusto César e Ivanílde Oliveira -

funcionários da CEF e militantes do MOB