Greve dos Bancários: Burocracia
da CUT/CTB defende uma gorjeta de reajuste (11,9%) e os banqueiros oferecem uma
esmola de 6,1%! Vamos unificar pela base as categorias em luta por uma política
de independência de classe!
O índice miserável de
reajuste de 11,9% é o carro-chefe da pauta da campanha salarial dos bancários e
reflete a “benevolência” das direções sindicais com o governo Dilma e os
banqueiros que obtiveram no primeiro semestre de 2013 um lucro recorde de quase
R$ 30 bilhões, fruto da exploração selvagem dos bancários (arrocho salarial,
jornada de trabalho extenuante, imposição de horas extras, péssimas condições
de trabalho, metas abusivas, assédio moral, ameaças, chantagens, demissões) e
da população (filas, tarifas juros exorbitantes etc.). A fórmula para" embromar" a
categoria é a mesma de anos anteriores: fóruns viciados, pauta rebaixada,
negociações de faz de conta, mesa “única” da Fenaban para engessar a luta dos
bancos públicos que tem maior capacidade de organização e mobilização,
assembleias separadas e votações por banco, mesas específicas por banco cujo
papel é distrair os bancários com “penduricalhos” e difundir toda uma ladainha
de que os trabalhadores conseguiram uma “importante vitória” após as escandalosas traições
da burocracia governista a serviço dos banqueiros e da frente popular.
É necessário que a base combativa, a partir de uma política de independência de classe, tome para si a organização e a condução de nossa campanha salarial. Afinal, quando os bancos estatais não aceitam a proposta da Fenaban, continuam em greve, mas sem qualquer efeito direto na mesa da Fenaban; no máximo conseguem um “pirulito” nas mesas específicas. Não podemos deixar isso se repetir. A categoria deve se mobilizar, de forma unitária e unificada, apesar das particularidades e especificidades de cada banco, que devem estar subordinadas à luta comum dos bancários da rede pública e privada: reposição e aumento salarial, estabilidade no emprego, isonomia, fim das demissões, fim do assédio moral, organização por local de trabalho, etc.
Queremos a Mesa Única
dos bancos públicos que deve ser articulada com os privados, assembleias
conjuntas e unitárias e unificadas, eleição de comando de base, realização de
um encontro nacional de base, ampla e democraticamente convocado, tudo isso
para subtrair o controle da campanha das mãos de um punhado de burocratas “chapa-branca”.
Vamos organizar nesta campanha salarial um amplo movimento nacional de oposição
a “tríplice aliança” dos velhos traidores (CUT, CTB e CONLUTAS), responsáveis
pelas vergonhosas derrotas anteriores sofridas pela categoria.
É preciso unificar
iniciativas e o combate com outras categorias em luta como correios,
petroleiros, metalúrgicos como forma dos explorados entrarem em cena como
protagonistas da luta contra a exploração e o regime capitalistas. É necessário
dar continuidade às “jornadas de junho” colocando a classe trabalhadora no
centro do cenário político nacional. Ultrapassar os limites do economicismo
vulgar e deflagrar uma greve com reivindicações transitórias e políticas no
sentido de avançar na consciência e organização da classe rumo à construção de
um novo poder estatal socialista.
Defendemos os métodos de
ação direta (manifestações, greve, ocupações...) e as reivindicações transitórias a exemplo da estatização do
sistema financeiro sob controle dos trabalhadores, anulação de todas as
privatizações, escala móvel de salários, estabilidade no emprego, reposição
integral das perdas salariais, oposição operária e revolucionária ao governo
Dilma, etc. Nesse sentido, convocamos o ativismo classista e independente a
participar dos piquetes e das assembleias para romper o cerco burocrático dos
reformistas “chapa branca” à nossa mobilização. Greve Geral até a vitória!
Hyrlanda Moreira —Membro
do Comando Nacional de
Base dos trabalhadores do BRADESCO (MOB)
Base dos trabalhadores do BRADESCO (MOB)