Marina abre o jogo:
Programa do REDE para 2014 foi elaborado pelo banco ITAÚ
Agora caiu por completo
a “máscara” da eco-imperialista Marina Silva, em tempos que a reacionária
justiça burguesa exige que os Black Blocs “descubram” seus rostos o REDE partiu
na frente e resolveu anunciar a que veio. Tradicionalmente Marina prefere “versar”
sobre questões ambientais, apresentando-se como defensora da natureza e de um
mítico “desenvolvimento sustentável”, mostrando-se simpática às demandas da
classe média urbana e completamente omissa diante das reivindicações do
movimento camponês e do próprio MST. Há pouco tempo o REDE montou sua “equipe
econômica” com próceres do governo FHC, como Pérsio Árida (considerado um dos “pais”
do plano Real) entre outros. Marina até então mantinha certas reservas de
comentar na mídia assuntos da área econômica, na tentativa de ocultar do grande
público seu vínculo com o setor financeiro, e mais especificamente com o
mantenedor de sua campanha presidencial: A família Setúbal. Mas diante da
recuperação da popularidade da presidenta Dilma, Marina resolveu atacar,
somando-se ao bloco dos “catástrofistas” afirmou que a continuidade do PT no
governo central poderá por em risco os “pilares econômicos” da estabilidade
neoliberal. Em uma entrevista concedida à TV FOLHA (10/09) Marina abre o jogo e
revela que o programa econômico do REDE é o mesmo defendido pelos rentistas do
mercado financeiro: “Por exemplo, no aspecto do controle da inflação: temos o
risco de retorno da inflação. Temos um problema que sinaliza uma série de
dificuldades que comprometem alguns dos instrumentos mais importantes para o
equilíbrio, que são o tripé meta de inflação, câmbio flutuante e superávit
primário”. O chamado “tripé” do “equilíbrio” não é nada mais nada menos que o “banquete
estatal” oferecido aos banqueiros: Recessão, Dólar nas alturas e elevadíssimas
taxa de juros! A marionete do banco ITAÚ quer demonstrar aos rentistas
internacionais que poderá ser ainda mais eficiente ao mercado de capitais
especulativos do que a gerência neoliberal do PT, ou seja em 2014 estaremos
diante de uma disputa ao botim do Planalto entre os monetaristas da “esquerda” e
os ultraneoliberais do REDE.
As “revelações” do REDE nesta semana não se restringiram ao anúncio de seu programa econômico, na arena política Marina manifestou o desejo de ter o mafioso senador Magno Malta como vice em sua chapa presidencial. Malta que também pertence a uma seita evangélica atualmente está filado ao PR do Espírito Santo, mas poderia se transferir ao PEN (Partido Ecológico Nacional) para concorrer em 2014 ao lado de Marina. O candidato a vice “dos sonhos” do REDE é o presidente do STF, Joaquim Barbosa, criatura reacionária do PIG para combater a esquerda. Acontece que o “herói” da mídia “murdochiana” vacila diante do convite feito por Marina. Enquanto aguardam a decisão final do Barbosão o REDE já tratou de costurar outra aliança “messiânica”, além da realizada com o sinistro deputado Marco Feliciano, agora foi a vez do delinquente Magno Malta, acusado de integrar os esquadrões da morte em seu estado.
Marina ainda não
conseguiu o registro definitivo do REDE junto ao TSE, há um certa barganha da
burguesia nacional em torno da legalização de um partido umbilicalmente
vinculado ao imperialismo ianque, mas nada tão grave que possa obstruir sua
candidatura ao Planalto em 2014. No naufrágio da oposição Demo-Tucana, que não
conseguiu decolar após as “Jornadas de Junho”, Marina já tem a certeza política
que caberá a ela a tarefa de galvanizar o mais amplo arco social reacionário do
pais contra o PT. Recursos financeiros não faltarão ao REDE para sua empreitada
ao “poder”, mas são quase inexistentes as possibilidades de estabelecer uma
nutrida coligação partidária que lhe garanta tempo gratuito de propaganda na
TV. Resta somente ao REDE a possibilidade de compor uma aliança com a chamada “Frente
de Esquerda”, composta pelo PSOL, PSTU e PCB. Esta conformação de quatro
partidos (poderiam se somar outras legendas de aluguel como o PEN) asseguraria
ao REDE um tempo mínimo de exposição na TV, além do que introduziria uma imagem
de “esquerda” à candidata preferencial do capital financeiro.
Os revisionistas do PSOL
e PSTU até o momento “optaram” espertamente pelo silêncio diante da postulação
de Marina. A Frente de Esquerda repete o mesmo “teatro pré-eleitoral” afirmando
que lançará candidatura própria, ou cada organização a sua independente, ao
mesmo tempo em que se exime totalmente da denúncia política do REDE, calibra
cada vez mais a pontaria (pela direita) contra o governo Dilma. O movimento
operário não encontra nenhuma alternativa de classe no atual cenário eleitoral,
todas as “cartas” lançadas à mesa do pôquer da democracia dos ricos tem a marca
dos interesses econômicos capitalistas e do imperialismo. É necessário que a
vanguarda classista e os novos combatentes da juventude iniciem o debate acerca
da construção programática da necessidade do lançamento de uma anticandidatura à
presidência da república, como forma de publicitar uma plataforma socialista e
revolucionária como o embrião do novo poder proletário!