Abaixo a perseguição
policial aos “Black Blocs”! Liberdade imediata para os presos políticos do
governo Sérgio “Caveirão”!
Está em curso uma
escalada repressiva no Rio de Janeiro contra as manifestações populares. O alvo
inicial da sanha fascistizante desatada pelo governador Sérgio “Caveirão”, sua
polícia assassina, a mídia “murdochiana” tendo a frente a Rede Globo e a
justiça burguesa são os “Black Blocs”. As recentes prisões de
manifestantes mascarados, o monitoramento das páginas do “grupo” na internet e
a acusação de formação de quadrilha, inclusive imputando-lhes o uso de armas e
patrocínio de pedofilia mostram bem os objetivos macabros que estão em curso
por trás das ações do aparato repressivo fluminense: passar a ofensiva contra o
conjunto dos movimentos sociais, criminalizando suas lideranças políticas e
isolando os setores mais radicalizados que são vanguarda da luta direta contra
o governo e a prefeitura. No curso deste operativo, policiais civis realizaram
uma verdadeira operação de perseguição política em todo o estado fluminense
nesta quarta-feira, 04 de agosto, para localizar pessoas acusadas pela PM e a
justiça de cometerem “atos de vandalismo durante protestos no Rio”. Segundo a
imprensa burguesa, três “administradores” da página Black Bloc foram presos e
dois menores, apreendidos. Eles serão indiciados por formação de quadrilha
armada e incitação da violência, que são crimes inafiançáveis sendo enviados para o complexo de presídios de segurança máxima de Bangu. Desde a LBI nos
solidarizamos com os companheiros detidos e exigimos sua imediata liberdade,
são presos políticos do governo Cabral! A perseguição aos “Black Blocs” abre um
grave precedente contra o conjunto das organizações políticas de esquerda e,
mais particularmente, para as correntes revolucionárias que se enfrentam com o
Estado capitalista e não se subordinam às regras do regime político
“democratizante” vigente, que exige manifestações pacíficas e ordeiras que não
questionem a sacrossanta propriedade privada, o poder político da burguesia e
de seus gerentes de plantão, Cabral e Paes, aliados do governo Dilma e da
frente popular, tanto que suas administrações têm vários secretários indicados
pelo PT e PCdoB!
A chefe da Polícia Civil do Rio, a fascistóide Marta Rocha, cinicamente declarou que “Encontramos vários materiais, máscaras, faca, artefato de ação perfurante de múltiplas pontas conhecido como ‘jacaré’. O artefato tem pregos, quando jogado pode ferir manifestantes, policiais, jornalistas. Quando analisamos a página dos Black Blocs há um comando para multiplicar esse objeto. Isto é uma ação criminosa”. Durante as investigações, os policiais da Comissão Especial de Investigações da Polícia Civil, comandados pela Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), utilizaram redes sociais para chegar aos suspeitos de envolvimento em supostas depredações e destruições nas manifestações, em uma operação que abrangeu várias localidades: Tribobó, São Gonçalo, Niterói, Itaipu, Cachambi e Morro do Urubu, na Abolição. Já na noite desta terça-feira, 03 de agosto, quatro pessoas foram detidas no ato batizado de “Baile de máscaras”, realizado na Cinelândia, no Centro do Rio, convocado justamente para protestar contra a repressão policial e a votação que aconteceria na ALERJ para aprovar novas medidas contra as manifestações, incluindo a proibição ao uso de máscaras. Durante o protesto, a polícia civil e a PM abordaram as pessoas que tinham o rosto coberto para que retirassem a máscara e apresentassem identificação em uma clara conduta provocativa do aparato repressivo. Segundo o facínora deputado estadual Paulo Melo (PMDB) “Vivemos em um regime democrático e não há razão para que as pessoas saiam às ruas mascaradas, como se precisassem esconder o rosto. O projeto é extremamente democrático porque defende o direito dos que querem se manifestar de forma pacífica, mas vem sendo impedidos pela violência dos baderneiros que acabam com os protestos”. O projeto proíbe o “porte ou uso de quaisquer armas” e inclui pedras, bastões, tacos e similares como armas potenciais, ou seja, visa impedir a autodefesa dos manifestantes frente à barbárie policial.
Como alertamos na
polêmica travada com o PSTU sobre os “Black Blocs”, quando este partido buscou
isolar os companheiros acusando-os que “Entram nas passeatas e, sem que tenha
havido qualquer deliberação por parte dos manifestantes ou dos grupos que
organizaram o protesto, atacam de forma provocativa a polícia, que reage,
sistematicamente, reprimindo e muitas vezes acabando com as mobilizações. Agem
como provocadores da repressão policial, tendo sido responsáveis, muitas vezes,
por acabar com várias passeatas. Foi o que aconteceu no Rio de Janeiro, nas
últimas manifestações pelo ‘Fora Cabral’” (Sítio PSTU, Uma polêmica com os
“Black Blocs”, 01/08), reafirmamos agora diante da ação de perseguição policial
que a “delimitação” dos morenistas não tinha nada de progressista porque
acabava jogando os trabalhadores e a população em geral contra os setores mais
radicalizados que se lançam contra o aparato de repressão e atacam as
instituições burguesas, assim como os símbolos do grande capital! Somente
canalhas completamente adaptados à democracia burguesa, poderiam construir o
amálgama de acusar combativos manifestantes de “provocadores da repressão
policial” quando todo militante honesto sabe que é a polícia que infiltra P2
para tentar “legitimar” suas barbaridades, valendo-se da ajuda da grande mídia
para criminalizar os “radicais”.
Como genuínos trotskistas,
mesmo se delimitando com o limitado programa anarquista dos “Black Blocs”,
jamais condenamos suas ações quando voltadas a atacar o Estado burguês, pelo
contrário, na medida de nossas forças militantes sempre estivemos em “frente
única” com estes companheiros para responder aos ataques policiais e questionar
a ordem capitalista no vivo campo de batalha. Nossa crítica leninista a este
setor anarquista sempre partirá do mesmo campo de batalha e nunca para
justificar a repressão estatal, como se esta necessitasse dos desvios
“ultra-esquerdistas” dos “Black Blocs” para atacar o conjunto do movimento de
massas. O leninismo delimitou-se historicamente do anarquismo sempre pela
esquerda e nunca denunciando os métodos da conspiração e clandestinidade na
organização de ações, próprios do Partido Bolchevique! Desde a LBI chamamos o
conjunto da esquerda classista e que se reclama revolucionária a repudiar a
ação da PM e a convocar um ato político pela liberdade imediata dos presos
políticos do governo Sérgio “Caveirão”. A perseguição aos “Black Blocs” é a
antessala para uma ação de maior envergadura contra o movimento de massas,
justamente quando Cabral e Paes tentarão passar a ofensiva policialesca para
disciplinar as manifestações, buscando contar com a providencial ajuda do
PT/CUT, PCdoB/CTB e... PSTU/Conlutas nesta sanha reacionária!