terça-feira, 30 de julho de 2019

MASSACRE EM PRESÍDIO NO PARÁ: REFLEXO DA POLÍTICA DE EXTERMÍNIO DOS PRESOS PATROCINADA PELO GOVERNO NEOFASCISTA BOLSONARO/MORO... O MAIOR ASSASSINO É O CLÃ BARBALHO (PMDB) QUE COMANDA O CRIME ORGANIZADO DENTRO E FORA DAS CADEIAS!


Morreram ontem em um presído localizado na cidade de Altamira, no Pará, 57 presos. Duas dezenas decapitados. Fotos pavorosas de cabeças amontoadas foram amplamente divulgadas pela imprensa. Ao deixar o Palácio da Alvorada na manhã desta terça-feira (30), o neofascista Bolsonaro declarou: “Pergunta para as vítimas que morreram lá o que eles acham, depois que eles responderem eu respondo a vocês”, disse cinicamente ao entrar no carro. Houve uma rebelião contra a superlotação devido a disputa de espaço entre as facções que coabitavam a unidade prisional. Trata-se da maior chacina do ano dentro de presídios do país e mais um episódio da crise que atinge o sistema carcerário do Brasil nos últimos três anos, com sequência de motins com alto número de assassinatos.O próprio Centro de Recuperação de Altamira, onde morreram os detentos desta segunda, já havia sido palco de uma rebelião em setembro do ano passado, em que sete pessoas foram mortas. Também em abril do no ano passado, 22 pessoas morreram em uma rebelião seguida de tentativa de fuga no Centro Penitenciário de Recuperação do Pará, no Complexo de Santa Izabel, região metropolitana de Belém. Entre os mortos, havia um agente prisional, 16 presos e cinco criminosos que ajudavam na fuga pelo lado de fora da prisão. 

Hoje no Brasil temos mais de 700 mil presos, em cadeias onde cabem 350 mil. O canalha Sérgio Moro vai aos jornais, tirando uns minutos de folga de sua preocupação com hackers, para oferecer vagas “pois [poderiam] ficar recolhidos para sempre em presídios federais”. Ele quer aumentar o encarceramento, determinando o recolhimento prisional de qualquer um que esteja sob recurso judicial. Nesse intervalo de tempo, vai morrer na prisão, como aconteceu agora no Pará. É preciso exigir a redução das penas e a criação de penas alternativas (trabalho e educação) ao encarceramento para acabar com a superlotação e evitar os massacres. Decapitações, detentos esfolados vivos e cadáveres empilhados após brigas de facções, que ocorreu dentro das celas em Altamira, onde as quadrilhas repartem o controle da prisão com o corrupto e mafioso comando da PM e da Secretaria de Segurança Pública, é reflexo direto do controle do poder político e econômico por parte das oligarquias no Pará, que usam a brutal violência do Estado burguês contra a população trabalhadora para impor seu domínio, com direito à perseguição política e assassinatos aos seus críticos. Os que bradam contra os crimes desumanos praticados pelos presos, onde vários detentos foram decepados, devem voltar primeiro seu justo ódio e repulsa contra o clã reacionário dos Barbalho (PMDB) que controla o Pará, que na verdade é o centro irradiador do clima de banditismo que assola o estado paraense. Tão feroz como as disputas dentro do presídio é o enfrentamento entre os bandos burgueses pelo controle do botim estatal, um quadro marcado por corrupção generalizada em benefício das gangues capitalistas. 

Como se vê, nesse jogo de disputa do poder burguês não existe mocinhos e bandidos, todos fazem parte da mesma máfia que explora a população trabalhadora. Os presos são apenas a face pobre, maltrapilha e os únicos que vão para a cadeia, enquanto os verdadeiros bandidos são os políticos burgueses que controlam o Estado. Esse quadro é reflexo da barbárie capitalista responsável por levar os trabalhadores e o povo pobre em geral à miséria. São encarcerados em condições subumanas quando cometem pequenos “delitos” ou se marginalizam em função da própria desagregação social a que são submetidos. Nos presídios só se aprofunda este quadro de abismo social, banditismo e degradação. Por seu turno, os verdadeiros ladrões do povo, como a corrupta e assassina oligarquia comandada por José Melo e os barões do tráfico continuam intocáveis porque integram a classe dominante. Em resumo, o povo pobre está preso em celas sub-humanas e superlotadas, muitas vezes sem sequer a sentença ter sido transitada nem julgada. De nada adianta voltar a revolta popular contra os presos se os verdadeiros responsáveis pela barbárie, miséria e a fome que vive o estado estão luxuosamente alojados nos Palácios e mansões. A população pobre não pode continuar indefesa contra a violência organizada do Estado capitalista dentro e fora das prisões. Precisa dar um basta às chacinas e massacres, organizar comitês de autodefesa para se proteger do aparato repressivo e da máfia burguesa, lutando pela destruição da PM, expropriando esta verdadeira quadrilha burguesa que controla o Pará e o Brasil do fascista Bolsonaro! Por sua vez, é preciso denunciar o recrudescimento da repressão estatal como um ataque geral ao povo pobre em meio à crise econômica, unificando a luta dos parentes das vítimas/presos com o conjunto da população trabalhadora, das organizações que combatem a repressão policial e a criminalização dos movimentos sociais.