A já consumada “fusão” entre as organizações ex-stalinistas
PCdoB e PPL (antigo MR8), deve entrar para a história da esquerda mundial como
um dos fatos mais folclóricos de “picaretagem” política, protagonizado por dois
partidos de trajetória guerrilheira mas que desgraçadamente se transformaram em
“empresas” da política burguesa, com todo o “metiê” de como lucrar mais no
marco das benesses do Estado capitalista.
Com o escore de apenas nove deputados, o PCdoB sofreu um forte revés eleitoral em 2018, não passando pela cláusula de barreira, isto apesar de ter ocupado a vaga de vice de Fernando Haddad (PT) e de todas as alianças oportunistas que celebrou nos estados, inclusive com o PSDB para conseguir reeleger seu governador no Maranhão. Ameaçado de perder a milionária verba estatal do Fundo Partidário, que para ser justo não é só uma “prioridade máxima” dos ex-stalinistas mas também de toda a esquerda reformista integrada ao regime como o PSOL, PCO e até mesmo o PSTU, o PCdoB foi em busca de “alternativas” para escapar da “falência comercial”. Logo surgiu o aceno do PPL, que nas eleições passadas conseguiu a muito custo eleger um único deputado federal, e por isso mesmo com a nova legislação em vigor estava ameaçado de ver acontecer uma drástica redução de sua verba partidária. O único parlamentar do PPL que passou a valer “milhões” para o PCdoB, totalizaria uma bancada de dez deputados na Câmara, tornando assim cumprida a cláusula da barreira imposta pelo TSE. Registre-se o absurdo que para a Direção do PCdoB perder a verba do fundo partidário configuraria quase uma situação de volta “clandestinidade”, escandalosamente dito pela boca de um dos seus principais dirigentes: “Sem grande parte dos seus recursos financeiros e com menor possibilidade de comunicar-se com um amplo público, estaria condenado a permanecer nesse mesmo lugar, podendo mesmo cair numa situação de semilegalidade” (Augusto Buonicore, site Vermelho). Não tardou muito e o “acerto” com o PPL foi finalizado, o ex-MR8 ingressaria “organicamente” no PCdoB que dividiria proporcionalmente entre as duas organizações a grana obtida do Fundo Eleitoral. Anunciada a “fusão histórica”, não demorou muito para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia apoiado pelo PCdoB reconhecer a nova bancada e o próprio TSE legalizar a “incorporação” do PPL, retornando assim para as mãos do ex-stalinistas o milionário fluxo de caixa do Estado Burguês.
Acontece que o MR8 , desde que renunciou ao Marxismo em 1982, jogando na lata do lixo uma das mais valentes histórias da esquerda guerrilheira internacional, para constituir-se como tendência interna do MDB, vem aprofundando sua linha programática no campo da reação, primeiro como tropa de choque do corrupto ex-governador Orestes Quércia e depois já na fase da nova legenda PPL, como ponta de lança da famigerada “Lava Jato” concedendo suporte político de “esquerda” para as ações reacionárias do justiceiro fascista Sérgio Moro. Já o PCdoB que tem em comum com PPL o abandono da teoria Leninista, apesar de ainda manter formalmente o símbolo comunista da “foice e martelo”, trilhou a vereda da Frente Popular de colaboração de classes desde que assumiu a defesa da candidatura de Lula em 1989. Nos últimos trinta anos o PCdoB seguiu nacionalmente a reboque da política PT, inclusive abraçando as teses da Social Democracia, desde a queda do Estado Operário da Albânia. Com a morte de João Amazonas no início de 2002, o PCdoB voltou a se alinhar com a China, antes caracterizada como centro revisionista do Social Imperialismo e agora em plena fase de restauração capitalista seu regime econômico é considerado como “um autêntico socialismo”, o que deve ter causado “tremores no túmulo” do velho dirigente. Porém para os objetivos “comerciais” da fusão, pouco importava se o PCdoB estava agitando o “Lula Livre!”, e o PPL fazendo a grotesca apologia do “Lula é ladrão, que apodreça na prisão!”, com promessas de “mediação” de ambos os lados o acordo foi facilmente firmado... Mas justamente a única questão que não podia “furar” no pacto entre os ex-stalinistas era a obtenção do piso necessário para o registro da bancada parlamentar, e foi neste ponto que o amálgama “azedou”. O deputado federal eleito pelo PPL da Bahia, Uldurico Júnior, não passou nem um mês no “PCdoB fusionado”, se transferiu de malas e bagagens para uma legenda de aluguel da direita, o PROS, e ainda por cima foi “ganhar o seu” no curral do governo Bolsonaro, votando na (contra)reforma da destruição da Previdência Pública. Para quem já conhecia Uldurico, nenhuma surpresa, um filhote de oligarca com passagens anteriores pelo PTC e PV. Mas a “quebra de contrato” não para por aí, o ex-MR8 continua a editar seu histórico jornal “Hora do Povo” (quem de esquerda não se lembra das “famosas” manchetes do HP), e que mesmo após as revelações da “Vaza Jato” mantém a defesa incondicional dos bandidos da “República de Curitiba” (ver fac-símile da recente capa do HP). Não sabemos ainda se o PCdoB irá pedir a “devolução” do que “pagou” ao PPL e não “recebeu”, a única certeza que temos é que este caso de “fusão ou incorporação” das duas correntes de origem stalinista entrará para a história da esquerda como o episódio do maior estelionato político ocorrido no século XXI.
Com o escore de apenas nove deputados, o PCdoB sofreu um forte revés eleitoral em 2018, não passando pela cláusula de barreira, isto apesar de ter ocupado a vaga de vice de Fernando Haddad (PT) e de todas as alianças oportunistas que celebrou nos estados, inclusive com o PSDB para conseguir reeleger seu governador no Maranhão. Ameaçado de perder a milionária verba estatal do Fundo Partidário, que para ser justo não é só uma “prioridade máxima” dos ex-stalinistas mas também de toda a esquerda reformista integrada ao regime como o PSOL, PCO e até mesmo o PSTU, o PCdoB foi em busca de “alternativas” para escapar da “falência comercial”. Logo surgiu o aceno do PPL, que nas eleições passadas conseguiu a muito custo eleger um único deputado federal, e por isso mesmo com a nova legislação em vigor estava ameaçado de ver acontecer uma drástica redução de sua verba partidária. O único parlamentar do PPL que passou a valer “milhões” para o PCdoB, totalizaria uma bancada de dez deputados na Câmara, tornando assim cumprida a cláusula da barreira imposta pelo TSE. Registre-se o absurdo que para a Direção do PCdoB perder a verba do fundo partidário configuraria quase uma situação de volta “clandestinidade”, escandalosamente dito pela boca de um dos seus principais dirigentes: “Sem grande parte dos seus recursos financeiros e com menor possibilidade de comunicar-se com um amplo público, estaria condenado a permanecer nesse mesmo lugar, podendo mesmo cair numa situação de semilegalidade” (Augusto Buonicore, site Vermelho). Não tardou muito e o “acerto” com o PPL foi finalizado, o ex-MR8 ingressaria “organicamente” no PCdoB que dividiria proporcionalmente entre as duas organizações a grana obtida do Fundo Eleitoral. Anunciada a “fusão histórica”, não demorou muito para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia apoiado pelo PCdoB reconhecer a nova bancada e o próprio TSE legalizar a “incorporação” do PPL, retornando assim para as mãos do ex-stalinistas o milionário fluxo de caixa do Estado Burguês.
Acontece que o MR8 , desde que renunciou ao Marxismo em 1982, jogando na lata do lixo uma das mais valentes histórias da esquerda guerrilheira internacional, para constituir-se como tendência interna do MDB, vem aprofundando sua linha programática no campo da reação, primeiro como tropa de choque do corrupto ex-governador Orestes Quércia e depois já na fase da nova legenda PPL, como ponta de lança da famigerada “Lava Jato” concedendo suporte político de “esquerda” para as ações reacionárias do justiceiro fascista Sérgio Moro. Já o PCdoB que tem em comum com PPL o abandono da teoria Leninista, apesar de ainda manter formalmente o símbolo comunista da “foice e martelo”, trilhou a vereda da Frente Popular de colaboração de classes desde que assumiu a defesa da candidatura de Lula em 1989. Nos últimos trinta anos o PCdoB seguiu nacionalmente a reboque da política PT, inclusive abraçando as teses da Social Democracia, desde a queda do Estado Operário da Albânia. Com a morte de João Amazonas no início de 2002, o PCdoB voltou a se alinhar com a China, antes caracterizada como centro revisionista do Social Imperialismo e agora em plena fase de restauração capitalista seu regime econômico é considerado como “um autêntico socialismo”, o que deve ter causado “tremores no túmulo” do velho dirigente. Porém para os objetivos “comerciais” da fusão, pouco importava se o PCdoB estava agitando o “Lula Livre!”, e o PPL fazendo a grotesca apologia do “Lula é ladrão, que apodreça na prisão!”, com promessas de “mediação” de ambos os lados o acordo foi facilmente firmado... Mas justamente a única questão que não podia “furar” no pacto entre os ex-stalinistas era a obtenção do piso necessário para o registro da bancada parlamentar, e foi neste ponto que o amálgama “azedou”. O deputado federal eleito pelo PPL da Bahia, Uldurico Júnior, não passou nem um mês no “PCdoB fusionado”, se transferiu de malas e bagagens para uma legenda de aluguel da direita, o PROS, e ainda por cima foi “ganhar o seu” no curral do governo Bolsonaro, votando na (contra)reforma da destruição da Previdência Pública. Para quem já conhecia Uldurico, nenhuma surpresa, um filhote de oligarca com passagens anteriores pelo PTC e PV. Mas a “quebra de contrato” não para por aí, o ex-MR8 continua a editar seu histórico jornal “Hora do Povo” (quem de esquerda não se lembra das “famosas” manchetes do HP), e que mesmo após as revelações da “Vaza Jato” mantém a defesa incondicional dos bandidos da “República de Curitiba” (ver fac-símile da recente capa do HP). Não sabemos ainda se o PCdoB irá pedir a “devolução” do que “pagou” ao PPL e não “recebeu”, a única certeza que temos é que este caso de “fusão ou incorporação” das duas correntes de origem stalinista entrará para a história da esquerda como o episódio do maior estelionato político ocorrido no século XXI.