Blog da LBI atinge a
marca de 200 mil acessos:
“Um pequeno grande” êxito da publicidade Leninista em “tempos” de profunda ofensiva ideológica e militar do imperialismo contra o proletariado mundial
“Um pequeno grande” êxito da publicidade Leninista em “tempos” de profunda ofensiva ideológica e militar do imperialismo contra o proletariado mundial
Em pouco mais de dois
anos de existência o Blog da LBI acaba de atingir a marca de 200 mil acessos
reais (aferidos por um contador independente de nossa organização), sem sombra
de dúvida um “pequeno grande” êxito editorial da política Leninista em uma etapa
histórica de total ofensiva ideológica e militar do imperialismo contra os
povos e o proletariado mundial. Quando decidimos colocar no “ar”, em 2011, um
veículo eletrônico com artigos diários de análise marxista e propostas
políticas para ação da classe operária, muitos nos indagaram se não seria muita
“ousadia” de uma pequena organização Trotsquista lançar um Blog do mesmo “porte”
dos partidos reformistas com muitos recursos financeiros e grande influência de
massas. Outros vaticinaram que o BLOG da LBI não se manteria diário por no
máximo seis meses. A resposta aos céticos foi dada pela própria consistente
dinâmica de nosso instrumento de publicidade Leninista na “rede” mundial de
computadores. Nosso Blog político é hoje uma das principais referências da
militância de esquerda para tomar uma posição (para o “bem” ou para o “mal”)
acerca dos principais acontecimentos da luta de classes nacional e
internacional. Com o Blog diário a LBI sempre “parte na frente” para abstrair
com profundidade marxista as ácidas lições dos fatos políticos mais importantes
para o movimento de massas, gerando desta forma um “divisor de águas” no campo
do ativismo de esquerda. Desta forma, alcançamos esta modesta marca de
ingressos virtuais em nosso Blog, mas que representa um passo significativo em
direção à clarificação das posições principistas e revolucionárias da vanguarda
classista que não se vergou diante da cooptação dos aparatos da burguesia e sua
esquerda domesticada. Para “comemorar” este pequeno triunfo de nossa corajosa
propaganda revolucionária, o Blog da LBI oferece aos seus leitores um valioso artigo
sobre os recentes acontecimentos na Ucrânia que estão demonstrando de forma
trágica os efeitos da ofensiva neoliberal sobre a consciência do proletariado,
neste país que já integrou a antiga URSS destruída pela contrarrevolução
imperialista.
Mobilizar os
trabalhadores para derrotar a reação fascistizante pró-União Europeia! Frente
única com o governo Yanukovich para derrotar os agentes do imperialismo! Em defesa de uma Ucrânia soberana e socialista!
Rapidamente os
acontecimentos na Ucrânia ganham contornos de guerra civil. A oposição
pró-União Europeia (UE) atua em unidade com bandos fascistas para derrubar o
governo do presidente Viktor Yanukovich, aliado da Rússia de Putin. Além das
barricadas erguidas na Praça da Independência (em referência ao desligamento do
país da antiga URSS), hordas de manifestantes ocuparam o Ministério da Justiça
e exigiram eleições já, buscando assim dar um verniz democrático à ofensiva
reacionária. Na verdade, esses grupos de direita patrocinados pelo imperialismo
ianque e europeu desejam de fato a mudança completa do conjunto do regime
político, para impor em Kiev uma marionete alinhada servilmente aos interesses
dos grandes monopólios. Na defensiva diante da pressão das potências
capitalistas ocidentais e da OTAN, Yanukovich tenta nos últimos dias
desesperadamente um acordo para formar um gabinete de “unidade nacional”, já
que nesta terça-feira, 28 de janeiro, o primeiro-ministro Nicolai Azarov
renunciou demonstrando claramente que a oposição pró-imperialista ganhou
terreno. Ocorre que os grupos fascistas resistem até mesmo a esta vergonhosa
“fórmula de transição” e desejam a queda imediata do governo, no que são
alimentados pela Casa Branca e Bruxelas. Como resposta limitada, manifestantes
pró-governo cercaram a embaixada dos EUA em Kiev exigindo o fim da violência e
a responsabilização dos insufladores do conflito. Desde a LBI, que há dois
meses denunciamos as manifestações reacionárias na Ucrânia, chamamos a formação
de milícias operárias, camponesas e populares em todo o país para enfrentar a
ofensiva fascistizante, atuando em unidade de ação com as forças políticas que
apoiam o governo nacional. Viktor Yanukovich vem se mostrando cada vez mais
incapaz de levar consequentemente este combate, tanto que colocou nas mãos do
parlamento burguês uma saída negociada para a crise, enquanto aguarda de fato o
desfecho das negociações de cúpula entre a Rússia e a UE que ocorrem nestes
dias. Nossa resposta deve ser o chamado a mobilizar os trabalhadores para
derrotar a reação fascistizante pró-União Europeia! Por uma frente única de
ação com o governo Viktor Yanukovich! Na barricada desta luta e sem patrocinar
ilusões no governo burguês e no próprio apoio da Rússia de Putin a Yanukovich,
chamamos os trabalhadores da cidade e do campo que sabem que seus direitos
estão com os dias contados se houver a incorporação a UE a defender uma Ucrânia
soberana e socialista!
Os dois principais partidos da oposição conservadora, o Bloco Nossa Ucrânia/Autodefesa Popular (de Viktor Juscenko) e o Partido da Pátria/Bloco Eleitoral (de Julia Tymosenko), decidiram enfrentar diretamente o presidente Viktor Yanukovich e o então primeiro-ministro Nicolai Azarov após o presidente anunciar na televisão que o governo havia finalizado as negociações com a União Europeia, postergando, mais uma vez, a eventual entrada no bloco dos países europeus e se aproximando novamente da Rússia. Além disso, Viktor Yanukovich ressaltava que era mais conveniente em termos econômicos e geoestratégicos para a Ucrânia reforçar o relacionamento com a Rússia. Para os líderes da oposição, Viktor Juscenko e a riquíssima Julia Tymosenko – que, oficialmente, continua presa por fraude à receita – esta foi a grande ocasião para obrigar o presidente Viktor Yanukovich a demitir o primeiro-ministro e consequentemente, promover novas eleições. Trata-se de uma espécie de ruptura institucional, que deveria repetir o golpe branco de 2004, chamado de “Revolução Laranja”, que ocorreu com a direta sustentação dos serviços secretos dos EUA e dos principais países da União Europeia, nomeadamente: Alemanha, França, Grã Bretanha e Países Baixos. Aliás, é pública a estreita ligação da CIA com a líder do Partido da Pátria/Bloco Eleitoral, Julia Tymosenko, e o envolvimento da Freedom House em sua campanha, bem como o uso de fundos secretos para comprar os votos a favor de seu partido.
Depois da Rússia, a
Ucrânia é a nação mais densamente povoada da região – com cerca de 46 milhões
de habitantes, dos quais um terço de etnia russa – e com mais centrais
nucleares (11) construídas pela então União Soviética. Aliás, o atual
presidente Viktor Yanukovich assinou com a Rússia um novo protocolo para a construção
de mais 12 centrais nucleares, além de ampliar o acordo para o fornecimento do
urânio enriquecido. Um negócio que, juntamente com o fornecimento do gás, é o
cerne das opções geoestratégicas do atual governo da Ucrânia, a partir do
momento em que foi a empresa russa Gazprom que construiu na Ucrânia todos os
terminais de distribuição para abastecer os países europeus. Por isso, o
governo de Kiev paga, ainda hoje, o gás a preço de favor (50 dólares em vez de
230 dólares por mil metros cúbicos). Por outro lado, na Ucrânia há muitas
empresas russas de aviação, metalúrgicas e mineração que os oligarcas
ucranianos pretendem nacionalizar para depois privatizar com a ajuda de
transnacionais ocidentais. Um processo que se iniciou, em 1996, para depois se
expandir no ano 2000 quando Viktor Yanukovich foi presidente e Julia Tymosenko
se assenhoreou do cargo de primeira-ministra – até ser demitida. Paralelamente,
a decisão do Departamento de Estado ianque de apoiar a fraudulenta aventureira
Julia Tymosenko foi consequência política da necessidade de os EUA ampliarem
sua influência geoestratégica na Ucrânia e, portanto, estar cada vez mais perto
da região do Cáucaso, onde a Geórgia, a Ossétia do Sul, a Inguchétia e a
Abcásia querem romper com o protecionismo da Rússia para negociar com as
transnacionais do Ocidente seu potencial de gás e de petróleo. Nesse contexto,
somente um governo pró-imperialista, tal como Viktor Jankovic e Julia Tymosenko
propõem, pode exigir da Rússia a saída da base naval de Sebastopol e entregá-la
à OTAN.
Neste contexto
dramático, o primeiro-ministro da Ucrânia, Nicolai Azarov, submeteu o seu
pedido de demissão à Presidência. Segundo Azarov, seu passo reflete uma
tentativa de acabar com a atual crise política no país (com a investida violenta
da direita) de forma negociada: “Para criar possibilidades adicionais de
compromisso social e político, para uma solução pacífica para o conflito, eu
tomei a decisão pessoal de pedir ao presidente ucraniano que aceite a minha
demissão do cargo de primeiro-ministro”, afirma a declaração de Azarov. O líder
do partido Udar, da oposição, Vitaly Klitchko, que também tem incitado as
massas nas ruas contra o governo e as forças de segurança disse que o pedido de
demissão do premiê foi um passo para “salvar a pele”: “Hoje, a questão da
demissão do governo e a sua responsabilidade estão na agenda”, disse Klitchko,
citado pela agência de notícias Interfax-Ucrânia. “Estou certo de que a
demissão [de Azarov] guarda algo por trás. Ele sabe que fez de tudo para salvar
a sua pele.” Para Klitchko, a decisão do premiê é “um passo em direção à
vitória” da oposição.
Por pressão da Rússia, o
governo da Ucrânia se recusou no último minuto a assinar o Acordo de Associação
com a União Europeia (UE). Uma série de condições humilhantes tornava a Ucrânia
uma moribunda semicolônia dentro da UE, apesar do atual presidente da antiga
república soviética ter aceitado (inicialmente) colocar parte da infraestrutura
do país a serviço dos grupos capitalistas europeus, inclusive os gasodutos
russos que passam por seu território e que abastecem a Europa. Frente ao recuo
do presidente Viktor Yanukovych na assinatura do tratado, manifestações tomaram
as ruas da capital do país, Kiev, no que a mídia “murdochiana” descreveu como a
segunda etapa da “revolução laranja”, referindo-se aos protestos que levaram o
país em 2004 a se distanciar da Rússia e se aproximar dos EUA e da UE, processo
que foi interrompido com a ascensão de Viktor Yanukovych ao governo, homem
próximo a Vladimir Putin. A oposição pró-imperialista exige a realização de
eleições presidenciais e legislativas antecipadas e a demissão do presidente,
mas a disputa já entra no terreno da guerra civil. Qualquer similaridade com o
que ocorreu na Líbia e está em curso da Síria não é mera coincidência...
Esta reação ocorreu
porque o presidente ucraniano decidiu em novembro que mesmo depois de seis anos
de negociações e preparações, a associação com a UE não poderia se concretizar
porque seria um passo muito doloroso para a economia nacional. Ele também falou
sobre as condições draconianas ditadas pelo FMI (cujas negociações foram
fracassadas) sobre um empréstimo de 830 milhões de dólares necessários para
assegurar a transição para as normas europeias e requisitos técnicos, que
exigiam privatizações, cortes de salários e controle fiscal extremo. O tratado
com o FMI inclui rebaixamento de salários e congelamento de pensões, aumento do
preço do gás, fim dos investimentos no setor agrícola e de energia, o que seria
um fardo pesado demais para a vida dos ucranianos. Yanukovych enfatizou, no
entanto, que não descarta que o acordo poderia ser assinado em um futuro
próximo, o que desatou a onda de protestos incentivados pela UE. Na verdade,
pelo grau de crise em outros países da UE, como Grécia, Portugal, Itália, o FMI
foi mais duro com a Ucrânia. Até então aos novos membros e os países candidatos
à adesão da UE foram concedidos empréstimos de longo prazo, algo que foi
oferecido à Ucrânia. A situação de enorme pobreza do país, produto da
restauração capitalista oriunda da liquidação contrarrevolucionária da URSS,
levou um terço de sua população de cerca de 5,3 milhões de habitantes a viver
abaixo da linha de pobreza. As dramáticas condições de vida e o
descontentamento com a corrupção generalizada foram os móveis para a crise
atual, em que a UE visa tirar o máximo de proveito possível tentando retomar
sua influência sobre o país, processo que a Rússia deseja barrar.
O líder stalinista do
Partido Comunista da Ucrânia, Petro Simonenko enviou uma carta aberta ao
presidente de República Viktor Yanukovich denunciando as forças oposicionistas
que têm provocado distúrbios no país, e a ingerência de potências estrangeiras.
De acordo com Simonenko, “os atuais acontecimentos na Ucrânia, o sério
agravamento dos enfrentamentos na sociedade ucraniana entre os apoiadores da
integração europeia e os que a isto se opõem, levaram a desordens em massa, ao
bloqueio de órgãos do poder estatal, ao sequestro de edifícios da
Administração, à destruição de monumentos históricos”. Na opinião dos
stalinisas ucranianos, tudo tem causado instabilidade no país e acarreta uma
série de consequências econômicas e sociais negativas. “A Ucrânia se encontra à
beira da divisão do país e da perda da segurança nacional”, adverte Simonenko
destacando que forças estrangeiras têm desempenhado um papel particular no
agravamento da situação. Ele denuncia que membros das missões diplomáticas na
Ucrânia apoiam abertamente a escalada dos enfrentamentos, respaldam os
partidários da integração europeia e aprovam as declarações e os apelos do
“líder” da oposição para aumentar o confronto. O dirigente stalinista denuncia
ainda o apoio material de fundações e organizações públicas ou privadas, como a
Usaid (Agência para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos), o Open
Society Institute, o National Democratic Institute for International Affairs,
que sob o pretexto de “defender os valores democráticos”, “apoiar a criação de
um espaço informativo”, fomentaram a histeria contra o Estado no espírito de um
sentimento antirrusso e instigam a escalada do enfrentamento social no país.
Longe do que pregavam os
revisionistas do PCO no passado e o PSTU até agora, os atuais opositores não
passam de velhos aliados do imperialismo e inclusive ex-apoiadores da pretensa
“revolução laranja”. Como se constata, trata-se de mais uma falsa “revolução”
voltada a acomodar os interesses capitalistas na antiga república soviética,
cujo governo atual não conseguiu servir a dois senhores e os novos gestores
estão a vender seus serviços para quem melhor pagar. Para as massas, que
lutaram tanto antes como agora contra a miséria capitalista, produto da
restauração capitalista na URSS, cabe construir uma alternativa política
independente dos dois bandos burgueses em disputa. Esta tarefa é algo bem
distante da política dos revisionistas do trotskismo que tanto em 2004 como nos
dias atuais saúdam as falsas revoluções patrocinadas pelas quadrilhas burguesas
que, apesar dos conflitos conjunturais, têm o único objetivo de rapinar o país e
torná-lo um apêndice militar a serviço de seus interesses capitalistas na
região.
Está colocado para o
proletariado mundial e, particularmente, para os trabalhadores das
ex-repúblicas soviéticas rechaçarem as investidas da UE, dos EUA e de seus
agentes da Ucrânia. Apesar de não depositarmos qualquer confiança no governo
burguês ucraniano de Viktor Yanukovych e do ex-burocrata Putin-Medvedev, cuja
conduta está voltada a defender os interesses da nascente burguesia russa, as
fricções com a Casa Branca objetivamente representam um obstáculo à expansão
guerreirista da OTAN na região. Nesse sentido, os revolucionários devem
denunciar as manifestações dos grupos pró-imperialistas e seu caráter
contrarrevolucionário, voltado a fazer na Ucrânia e na própria Rússia uma
“transição democrática” conservadora aos moldes da que vem sendo operada no
Oriente Médio. Opomos-nos pelo vértice à política dos grupos revisionistas que
depois de saudarem a farsesca “revolução árabe” agora apoiam as manifestações
da direita assim como festejaram no passado as “revoluções das cores” na
Ucrânia, Geórgia, Quirguistão. Tais “revoluções” nada mais eram que a segunda
etapa da restauração capitalista em curso nas antigas repúblicas soviéticas,
hoje convertidas a países capitalistas atrasados semicoloniais, quando o
imperialismo ianque e europeu impuseram títeres nos governos que ainda estavam
sob a influência do Kremlin e mantinham relações políticas e econômicas
privilegiadas com a Rússia. Agora, a Ucrânia é novamente a bola da vez da reacionária
ofensiva do imperialismo, que tomou grande impulso com a derrubada do regime
Kadaffi pela OTAN, tendo Yanukovych como o “adversário” indesejado a ser
removido do governo! Somente os genuínos trotskistas que não se deixaram levar
pelo canto de sereia “humanitário” imperialista, que se mantêm firmes na luta
para que os povos oprimidos assumam o controle dos recursos energéticos do
planeta, pela expulsão dos abutres multinacionais e expropriação do conjunto
das burguesias mafiosas, terão autoridade suficiente perante as massas
ucranianas, georgianas, ossetas e russas para conduzir a luta estratégica por
uma Federação de repúblicas socialistas e soviéticas livres, fundadas por novas
revoluções bolcheviques. Reafirmamos mais uma vez que nossa resposta deve ser o
chamado a mobilizar os trabalhadores para derrotar a reação fascistizante
pró-União Europeia! Por uma frente única de ação com o governo Viktor
Yanukovich! Na barricada desta luta e sem patrocinar ilusões no governo burguês
e no próprio apoio da Rússia de Putin a Yanukovich, chamamos os trabalhadores
da cidade e do campo que sabem que seus direitos estão com os dias contados se
houver a incorporação a UE a defender uma Ucrânia soberana e socialista!