Tucano Tasso e sua
Justiça de classe tentam intimidar a LBI para suspender manifestação política
no Iguatemi. Liminar obtida proíbe pretos e pobres de entrarem em seu Shopping!
O Tucano ex-senador
Tasso Jereissati, um dos proprietários da rede de Shoppings Iguatemi em nível
nacional, conseguiu de seus pares da Justiça uma ação liminar que proíbe a LBI
e outros movimentos sociais de se manifestarem politicamente no interior ou nas
proximidades de seu Shopping Iguatemi em Fortaleza. O Juiz José Edmilson de
Oliveira, da 5ª Vara Cível, deferiu uma petição do grupo empresarial Jereissati
determinando que caso ocorra qualquer descumprimento de sua sentença os
manifestantes seriam multados em dez mil Reais. A intervenção neofascista de
Tasso, junto de sua Justiça, foi produto do ato político convocado pela LBI e
outros movimentos sociais para o dia 9 de fevereiro (domingo) na entrada do
Iguatemi, em solidariedade à discriminação social que os chamados “Rolezinhos”
vem sofrendo da elite capitalista racista. Medida judicial similar foi obtida
pelo sócio e irmão de Tasso, Carlos Jereissati, no Iguatemi JK em São Paulo.
Não “satisfeito” somente com a sentença judicial obtida, Tasso ainda acionou policiais
civis para procurarem alguns dirigentes da LBI para “aconselharem” a não
realização da manifestação política. De nossa parte reafirmamos nosso objetivo
de denunciar energicamente a ação de segregação social e racial que hoje é alvo
a juventude pobre que vive nas periferias urbanas deste verdadeiro apartheid
capitalista brasileiro. Não nos intimidaremos nem com as medidas judiciais
burguesas e tampouco com as intimidações policiais, típicas da etapa de
completa ofensiva neoliberal que atravessamos. Como Marxistas Revolucionários
sabemos muito bem que as instituições judiciais não são “neutras”, ao contrário
estão a serviço das classes dominantes e seus interesses comerciais e
políticos. Quando se faz necessário são os próprios Tribunais burgueses que
partem na frente para “rasgar” a constituição capitalista e sentenciar atos de
racismo ou a repressão à livre manifestação política em plena vigência do “Estado
democrático de direito”. No último sábado (18/01) enquanto a justiça de classe
proibia a entrada de militantes negros (integrantes da UNEafro) no Iguatemi JK,
em outra porta liberava a passagem de pessoas “brancas” e bem vestidas. No
recente episódio do julgamento do chamado “Mensalão”, pelo STF, presenciamos
com que critérios de classe a justiça capitalista sentenciou rapidamente a
prisão de dirigentes da esquerda reformista, enquanto sempre absteve-se em
julgar os operadores da privataria Tucana ou mais recente do “Trensalão”
paulista. Agora com o surgimento do fenômeno social dos “Rolezinhos” onde
jovens da periferia são “seduzidos” pelo sonho de consumo e visibilidade nos “templos”
capitalistas dos Shopping Centers, nossa elite racista aciona suas instituições
estatais (Justiça e Policia) para impedir um “princípio sagrado” da própria
constituição promulgada pela burguesia, ou seja, o pleno direito de “Ir e Vir”!.
O governo Dilma, e seus agentes oficiais ou não, vem atuando com total demagogia eleitoral diante do fenômeno dos “Rolezinhos”, primeiro condenou a violência... dos manifestantes (Sic!) e não da policia e das seguranças privadas dos Shoppings Centers (um verdadeiro exército particular para as elites), para depois tentar cooptar suas lideranças espontâneas com o surrado discurso da “inclusão social” promovida pelas gerências da Frente Popular. O mais repugnante no entanto foi o fato da direção do PT de Fortaleza (comandado pela tendência Democracia Socialista da ex-prefeita Luizianne Lins) articular com o ex-governador Tasso o lançamento de uma “Frente de Oposição” no estado do Ceará, no mesmo momento em que o Tucano de “fina plumagem” proibia a entrada de jovens “pretos e pobres” em sua “Meca” de consumo. Fica evidente que o PT, e inclusive suas tendências de esquerda como a DS, são partes integrantes deste regime infame da democracia dos ricos, onde a população oprimida é simples “massa de manobra” para seus objetivos eleitorais.
Nós da LBI não fazemos o
menor fetiche político da chamada “classe C”, colocada no mercado de consumo
pelas políticas econômicas de atração de crédito internacional das gestões
petistas, ao mesmo tempo que combatemos frontalmente qualquer tentativa de
repressão estatal às demandas sociais da “população emergente”, rotulada
preconceituosamente desta forma pela decadente elite tupiniquim. Sabemos muito
bem que a efêmera “bolha de credito” não resolverá as enormes desigualdades
sociais, produto direto do anacrônico desenvolvimento capitalista semicolonial
em nosso país. Portanto, é tarefa prioritária dos comunistas a politização de
toda manifestação do nosso povo, contra qualquer tipo de discriminação cultural
ou racial às suas aspirações, mesmo que não sejam “puramente” socialistas ou
mesmo de esquerda. Entendemos como um direito democrático da população ter
livre acesso ao consumo de bens (obviamente limitada à reduzida renda salarial
vigente) na mesma medida em que exige do Estado capitalista serviços públicos
decentes e de qualidade para sua família.
Os “Rolezinhos” marcam o
cenário de contradições de uma sociedade capitalista, que em certos momentos é
forçada a desnudar sua divisão de classes, mesmo sem a intervenção histórica do
proletariado. Por isso convocamos o movimento de massas e as organizações de
esquerda a se manifestarem efetivamente neste processo social, organizando
combativos atos nacionais de solidariedade e em defesa dos direitos
democráticos do povo brasileiro. Vamos “sinalizar” ativamente para esta
reacionária burguesia decomposta que seus arroubos de racismo e xenofobia não
passaram incólumes!