terça-feira, 28 de janeiro de 2014


Violenta repressão ao movimento
“Não vai ter copa” em São Paulo e Fortaleza aponta recrudescimento do regime político burguês contra a luta direta dos explorados!

Neste sábado, 25 de janeiro, ocorreram em diversas cidades do país atos contra a Copa do Mundo da FIFA que será realizada em junho deste ano no Brasil. As manifestações foram convocadas pelo chamado movimento “Não Vai ter Copa” que agrupa diversos movimentos sociais, anarquistas, Black Blocs e organizações de esquerda como a LBI, sendo realizados em nove capitais. O mais importante foi realizado na capital paulista. Estas manifestações foram duramente reprimidas pelas animalescas ações de repressão e covardia por parte das PMs e Guardas Civis Metropolitanos contra os manifestantes, fato que vem confirmando o aprofundamento do recrudescimento do regime político da “democracia” dos ricos contra os lutadores sociais e ao conjunto do movimento operário. Na cidade de Fortaleza o pequeno número inicial de manifestantes que começavam a se concentrar no  ato na Praia de Iracema, foram “recepcionados” por dezenas de policiais do GATE, destacamento militar antimotim. Com fuzis de guerra apontados para uma população indefesa, os policiais prenderam quase uma dezena de ativistas (menores de idade) antes mesmo do começo da atividade política. Um pouco antes da passeata sair pelas ruas do bairro o GATE se retirou, logo em seguida foi acionado o “tradicional” pelotão de choque que finalizou o “serviço sujo” da PM com balas de borracha e mais prisões arbitrárias. O fato da oligarquia Gomes (fiéis aliados do PT) utilizar no Ceará um destacamento militar de combate a guerrilha (GATE) contra uma manifestação pacífica, organizada majoritariamente por jovens adolescentes, revela o completo aprofundamento do “estado de exceção” que está sendo montado pelo regime democratizante vigente contra as mobilizações  populares que ocorrerão neste ano de Copa do Mundo no Brasil.

Em São Paulo o ato foi convocado para o MASP pelo coletivo “Se não tiver Direitos não vai ter Copa”. Reuniu 2500 pessoas estando presentes diversas organizações do movimento operário e social como PSTU/CONLUTAS, PSOL/INTERSINDICAL, PCB, TPOR, PCR, Nova Democracia, Espaço Socialista, Território Livre, Fórum Popular de Saúde de Itaquera, Movimento de Luta dos Bairros e Favelas (MLB) e Black Bloc. A LBI interveio no ato através da intervenção do camarada Roberto Bergoci, denunciando o aprofundamento dos ataques da burguesia ao proletariado como as constantes demissões na GM no Vale do Paraíba em SP (beneficiado pela política traidora e covarde do PSTU/CONLUTAS) e na TAM, onde recentemente o companheiro foi demitido após apoiar o estado de greve dos aeronautas no fim de 2013. A manifestação teve início no MASP, se deslocando em seguida pelas principais ruas e avenidas da região em sentido ao centro da cidade de forma pacifica, quando foi provocada pelos 950 Policiais Militares e dois helicópteros que sobrevoavam o local com o intuito de intimidar os manifestantes, fato que resultou na resistência de parte da juventude contra a covarde polícia de Alckmin, que como nos velhos tempos da ditadura militar prenderam 135 pessoas e promoveram uma verdadeira caçada aos ativistas em hotéis e comércios da região, disparando tiros de balas de borracha e letais, o que causou o ferimento grave do jovem trabalhador Fabricio Chaves, baleado com três tiros de arma de fogo e está internado em estado grave na UTI da Santa Casa de Misericórdia no centro de São Paulo.

Após o ocorrido, não faltaram matérias no PIG justificando a selvageria por parte dos “cães de guarda” da PM, que contaram também com o apoio assassino de seu ultradireitista “chefe” Geraldo Alckmin, declarando que “A população de São Paulo não aceita isso e a polícia agiu firmemente no sentido de evitar uma tragédia na Praça da República, porque estava tendo uma apresentação, um show com muitas crianças, famílias e idosos” (Valor Econômico, 26/01). Outro que também correu em auxílio da assassina PM foi o fascista secretário de Segurança Publica do Estado Fernando Grella afirmando que “Ele [Fabricio] foi baleado porque tentou agredir, com um estilete, o policial que estava caído” (Carta Capital, 27/01). Todas as filmagens que captaram o ocorrido mostram o jovem praticamente rendido sendo baleado sumariamente pelos policiais, o que mostra o caráter extremamente criminoso destes agentes da repressão, que dessa mesma forma vem dizimando nas periferias do país a juventude pobre e negra com total cumplicidade de seus pares, os bandidos Alckmin e Grella. Na verdade, a repressão extremamente violenta lançada pela burguesia contra os últimos atos contra a Copa fazem parte do contexto geral de aprofundamento da criminalização dos movimentos sociais. Basta olharmos a recente Portaria 3.461 do Ministério da Defesa, que permite uma militarização quase que absoluta da sociedade e aprofunda a repressão aos movimentos sociais, significando a institucionalização das leis “AntiTerror” semelhantes às existentes nos EUA, onde elimina de vez qualquer sombra de “direito” democrático dos trabalhadores mostrando a verdadeira face da ditadura do capital.

Diante de tal fato, não se pode em absoluto levar a sério a defesa que os revisionistas do PSTU fazem da desmilitarização da Polícia Militar. Segundo os morenistas “Alguns companheiros que estão de vigília no hospital ouviram de moradores relatos de que, durante a abordagem, policias gritavam para matar Fabricio. A polícia tem esse modo de operar. É assim que ela faz nas periferias todos os dias. A polícia não garante a segurança do trabalhador. Ao contrario, ela garante a segurança dos patrões, das empresas. Por isso, é mais do que necessário a desmilitarização da PM. Que os polícias tenham os mesmos deveres que qualquer civil, que não estejam submetidos à justiça militar. E que essa polícia civil seja controlada pela população!” (Sítio do PSTU, 27/01). Dessa forma, estes reformistas negam de vez toda tradição marxista que historicamente defende como única forma de implementação da ditadura do proletariado o armamento de todo povo, o que exige necessariamente a destruição violenta de todo aparato repressivo do Estado burguês pelas massas oprimidas. Também deve ser denunciado os traidores da Frente Popular (PT e PCdoB), que sob o surrado discurso do “perigo da direita”, fazem justamente uma frente com estes setores mais reacionários para defender os interesses do grande capital imperialista, maior beneficiado com a realização da Copa do Mundo no país através de todo tipo de benesses por parte de seus governos, do verdadeiro assalto aos impostos pago pelos trabalhadores, além das remoções forçadas de bairros inteiros onde residem trabalhadores em beneficio da especulação imobiliária e obras superfaturadas que servem para encher os bolsos das quadrilhas capitalistas que parasitam ao redor do Estado burguês.

A intervenção da LBI defendeu que era necessário dotar os Comitês populares contra a Copa, com um programa revolucionário, mostrando às massas oprimidas a necessidade histórica da destruição por completo de toda ordem burguesa através de sua luta direta sem nenhuma ilusão em reformar a decadente “democracia” dos ricos. Neste combate estamos atuando em frente única com os anarquistas, os Black Blocs e outros agrupamentos anticapitalistas contra a repressão imposta pelo Estado burguês, polemizando com o PSTU e PSOL que se opõem de fato ao movimento “Não vai ter Copa” em nome da defesa de uma “copa popular” e aos governistas que defendem o mundial da mafiosa FIFA. Por sua vez, alertamos que o movimento não pode ser pautado pela direita e o PIG, como ocorreu nas chamadas “Jornadas de Junho” quando a “esquerda” chegou a ser hostilizada por grupos fascistizantes nacionalistas. Este combate estará em curso nas próximas atividades contra a Copa e desde já devemos todos prestar nossa solidariedade jovem trabalhador Fabricio Chaves e sua família, vítima da brutal repressão da PM de Alckmin!