Violenta repressão ao
movimento
“Não vai ter copa” em São Paulo e Fortaleza aponta recrudescimento do regime político burguês contra a luta direta dos explorados!
“Não vai ter copa” em São Paulo e Fortaleza aponta recrudescimento do regime político burguês contra a luta direta dos explorados!
Neste sábado, 25 de
janeiro, ocorreram em diversas cidades do país atos contra a Copa do Mundo da
FIFA que será realizada em junho deste ano no Brasil. As manifestações foram
convocadas pelo chamado movimento “Não Vai ter Copa” que agrupa diversos movimentos
sociais, anarquistas, Black Blocs e organizações de esquerda como a LBI, sendo
realizados em nove capitais. O mais importante foi realizado na capital
paulista. Estas manifestações foram duramente reprimidas pelas animalescas
ações de repressão e covardia por parte das PMs e Guardas Civis Metropolitanos
contra os manifestantes, fato que vem confirmando o aprofundamento do
recrudescimento do regime político da “democracia” dos ricos contra os
lutadores sociais e ao conjunto do movimento operário. Na cidade de Fortaleza o
pequeno número inicial de manifestantes que começavam a se concentrar no ato na Praia de Iracema, foram “recepcionados” por
dezenas de policiais do GATE, destacamento militar antimotim. Com fuzis de
guerra apontados para uma população indefesa, os policiais prenderam quase uma
dezena de ativistas (menores de idade) antes mesmo do começo da atividade
política. Um pouco antes da passeata sair pelas ruas do bairro o GATE se retirou, logo em seguida
foi acionado o “tradicional” pelotão de choque que finalizou o “serviço sujo”
da PM com balas de borracha e mais prisões arbitrárias. O fato da oligarquia
Gomes (fiéis aliados do PT) utilizar no Ceará um destacamento militar de combate a guerrilha (GATE)
contra uma manifestação pacífica, organizada majoritariamente por jovens
adolescentes, revela o completo aprofundamento do “estado de exceção” que está
sendo montado pelo regime democratizante vigente contra as mobilizações populares que ocorrerão neste ano de Copa do
Mundo no Brasil.
Em São Paulo o ato foi convocado para o MASP pelo coletivo “Se não tiver Direitos não vai ter Copa”. Reuniu 2500 pessoas estando presentes diversas organizações do movimento operário e social como PSTU/CONLUTAS, PSOL/INTERSINDICAL, PCB, TPOR, PCR, Nova Democracia, Espaço Socialista, Território Livre, Fórum Popular de Saúde de Itaquera, Movimento de Luta dos Bairros e Favelas (MLB) e Black Bloc. A LBI interveio no ato através da intervenção do camarada Roberto Bergoci, denunciando o aprofundamento dos ataques da burguesia ao proletariado como as constantes demissões na GM no Vale do Paraíba em SP (beneficiado pela política traidora e covarde do PSTU/CONLUTAS) e na TAM, onde recentemente o companheiro foi demitido após apoiar o estado de greve dos aeronautas no fim de 2013. A manifestação teve início no MASP, se deslocando em seguida pelas principais ruas e avenidas da região em sentido ao centro da cidade de forma pacifica, quando foi provocada pelos 950 Policiais Militares e dois helicópteros que sobrevoavam o local com o intuito de intimidar os manifestantes, fato que resultou na resistência de parte da juventude contra a covarde polícia de Alckmin, que como nos velhos tempos da ditadura militar prenderam 135 pessoas e promoveram uma verdadeira caçada aos ativistas em hotéis e comércios da região, disparando tiros de balas de borracha e letais, o que causou o ferimento grave do jovem trabalhador Fabricio Chaves, baleado com três tiros de arma de fogo e está internado em estado grave na UTI da Santa Casa de Misericórdia no centro de São Paulo.
Após o ocorrido, não
faltaram matérias no PIG justificando a selvageria por parte dos “cães de
guarda” da PM, que contaram também com o apoio assassino de seu ultradireitista
“chefe” Geraldo Alckmin, declarando que “A população de São Paulo não aceita
isso e a polícia agiu firmemente no sentido de evitar uma tragédia na Praça da
República, porque estava tendo uma apresentação, um show com muitas crianças,
famílias e idosos” (Valor Econômico, 26/01). Outro que também correu em auxílio
da assassina PM foi o fascista secretário de Segurança Publica do Estado
Fernando Grella afirmando que “Ele [Fabricio] foi baleado porque tentou
agredir, com um estilete, o policial que estava caído” (Carta Capital, 27/01).
Todas as filmagens que captaram o ocorrido mostram o jovem praticamente rendido
sendo baleado sumariamente pelos policiais, o que mostra o caráter extremamente
criminoso destes agentes da repressão, que dessa mesma forma vem dizimando nas
periferias do país a juventude pobre e negra com total cumplicidade de seus pares,
os bandidos Alckmin e Grella. Na verdade, a repressão extremamente violenta
lançada pela burguesia contra os últimos atos contra a Copa fazem parte do
contexto geral de aprofundamento da criminalização dos movimentos sociais. Basta
olharmos a recente Portaria 3.461 do Ministério da Defesa, que permite uma
militarização quase que absoluta da sociedade e aprofunda a repressão aos
movimentos sociais, significando a institucionalização das leis “AntiTerror”
semelhantes às existentes nos EUA, onde elimina de vez qualquer sombra de “direito”
democrático dos trabalhadores mostrando a verdadeira face da ditadura do
capital.
Diante de tal fato, não
se pode em absoluto levar a sério a defesa que os revisionistas do PSTU fazem
da desmilitarização da Polícia Militar. Segundo os morenistas “Alguns
companheiros que estão de vigília no hospital ouviram de moradores relatos de
que, durante a abordagem, policias gritavam para matar Fabricio. A polícia tem
esse modo de operar. É assim que ela faz nas periferias todos os dias. A
polícia não garante a segurança do trabalhador. Ao contrario, ela garante a
segurança dos patrões, das empresas. Por isso, é mais do que necessário a
desmilitarização da PM. Que os polícias tenham os mesmos deveres que qualquer
civil, que não estejam submetidos à justiça militar. E que essa polícia civil seja
controlada pela população!” (Sítio do PSTU, 27/01). Dessa forma, estes
reformistas negam de vez toda tradição marxista que historicamente defende como
única forma de implementação da ditadura do proletariado o armamento de todo
povo, o que exige necessariamente a destruição violenta de todo aparato
repressivo do Estado burguês pelas massas oprimidas. Também deve ser denunciado
os traidores da Frente Popular (PT e PCdoB), que sob o surrado discurso do “perigo
da direita”, fazem justamente uma frente com estes setores mais reacionários
para defender os interesses do grande capital imperialista, maior beneficiado
com a realização da Copa do Mundo no país através de todo tipo de benesses por
parte de seus governos, do verdadeiro assalto aos impostos pago pelos
trabalhadores, além das remoções forçadas de bairros inteiros onde residem
trabalhadores em beneficio da especulação imobiliária e obras superfaturadas
que servem para encher os bolsos das quadrilhas capitalistas que parasitam ao
redor do Estado burguês.
A intervenção da LBI
defendeu que era necessário dotar os Comitês populares contra a Copa, com um
programa revolucionário, mostrando às massas oprimidas a necessidade histórica
da destruição por completo de toda ordem burguesa através de sua luta direta
sem nenhuma ilusão em reformar a decadente “democracia” dos ricos. Neste
combate estamos atuando em frente única com os anarquistas, os Black Blocs e
outros agrupamentos anticapitalistas contra a repressão imposta pelo Estado
burguês, polemizando com o PSTU e PSOL que se opõem de fato ao movimento “Não
vai ter Copa” em nome da defesa de uma “copa popular” e aos governistas que
defendem o mundial da mafiosa FIFA. Por sua vez, alertamos que o movimento não
pode ser pautado pela direita e o PIG, como ocorreu nas chamadas “Jornadas de
Junho” quando a “esquerda” chegou a ser hostilizada por grupos fascistizantes
nacionalistas. Este combate estará em curso nas próximas atividades contra a
Copa e desde já devemos todos prestar nossa solidariedade jovem trabalhador
Fabricio Chaves e sua família, vítima da brutal repressão da PM de Alckmin!