segunda-feira, 13 de abril de 2015

15 DE ABRIL: CONTRA A PRECARIZAÇÃO E O AJUSTE NEOLIBERAL, CONSTRUIR A GREVE GERAL!


No último dia 8 a Câmara de Deputados aprovou o texto base do PL 4330 que impõe a precarização do trabalho em todos os ramos da produção e dos serviços. Tratou-se um dos mais graves ataques aos trabalhadores dos últimos tempos. O grosso da base parlamentar do governo Dilma votou a favor do projeto, não só o PMDB de Cunha e Temer (que agora dirige a articulação política do Planalto no Congresso), mas também o PDT que controla o Ministério do Trabalho. A aprovação do projeto obviamente teve o apoio da oposição demo-tucana capitaneada por Aécio Neves. Como se observa, a “gerentona” petista não moveu um dedo para barrar este verdadeiro golpe contra os trabalhadores, restringindo-se os votos em contrários a parlamentares do PT e PCdoB. O ministro Joaquim Levy, que se encontrou na véspera da votação do projeto com Eduardo Cunha, propôs algumas mudanças na medida relativas a questões tributárias (que foram aceitas) mas como era de se esperar avalizou a precarização aos direitos pelas mãos do parlamento, já que esta encontra-se em sintonia com o ajuste fiscal neoliberal que cortou benefícios do INSS e restringiu o acesso ao seguro desemprego. O mesmo fez o Secretário da Receita Federal, Jorge Rachid. Ele se encontrou pouco antes da votação com o relator do projeto, o deputado Arthur Maia, do Solidariedade, simplesmente para negociar que o projeto não reduza a arrecadação e nem resulte em aumento de carga tributária para as empresas que precarizam a mão de obra!!! O PL das terceirizações representa um ataque brutal contra a classe trabalhadora brasileira. O projeto, se implementado, vai reduzir direitos e salários, dividir os trabalhadores e promover acordos coletivos diferenciados e ampliar as privatizações em todos os serviços públicos, uma vez que o governo vai preferir terceirizar a mão de obra, como ocorre descaradamente na Petrobras. A medida vai ajudar o governo Dilma em seu ajuste fiscal, ao lado das medidas provisórias 664 e 665 que restringem o pagamento das pensões por mortes, o PIS e o seguro desemprego, medidas aplaudidas por Obama na recente reunião com Dilma na Cúpula das Américas.

Este ataque gigantesco aos trabalhadores comprova é que necessário convocar a luta direta contra o ajuste neoliberal do governo Dilma, cujas investidas são amplamente apoiadas pela direita. Faz-se necessário paralisar as atividades no dia 15 de abril não apenas genericamente por “mais direitos” mas para derrotar o ajuste neoliberal de Dilma, Levy e da direita, que representa o verdadeiro golpe contra os trabalhadores e seus direitos! Apesar de todo o “falatório” dos PT contra a terceirização no país, devemos refrescar a memória da base “chapa branca” que o governo Dilma implementa uma vasta rede de trabalho precarizado nas empresas estatais e na própria administração direta. Só na Petrobras a força de trabalho precarizada já corresponde a mais de 50% da empresa, inclusive em áreas estratégicas!

A CUT, CTB, a Conlutas e a Intersindical decidiram convocar uma Paralisação Nacional dos trabalhadores neste dia 15 de abril, o que representa um avanço da luta de resistência aos ataques aos trabalhadores. Entretanto, o que se observa na própria convocatória da CUT é que se encobre o papel dos ministros do governo Dilma, que negociaram os termos para a precarização do trabalho no Brasil. Novamente a CUT usa o eixo “contra a direita” para esconder a responsabilidade de Dilma em mais este ataque aos trabalhadores. Desde a LBI compreendemos que este dia 15 deve servir como uma alavanca inicial de um amplo processo de organização para uma ação direta dos trabalhadores em direção a uma verdadeira Greve Geral no país.

A tarefa colocada para o ativismo classista é a aprovação de um plano de luta que contemple ainda no mês de abril uma paralisação geral dos trabalhadores da cidade e do campo, contra os ataques aos seus direitos, benefício do INSS e as terceirizações. Para impulsionar a resistência operário e popular é necessário romper o pacto social implícito que a CUT celebrou com o governo e levantar um programa de reivindicações operárias via uma verdadeira campanha contra o desemprego, pela redução da jornada de trabalho sem redução salarial e sem banco de horas. Para barrar os ataques do governo Dilma e dos patrões a fim de flexibilizar direitos trabalhistas é necessário à construção de um plano de lutas unitário que aponte para um programa operário e anticapitalista!