CONSTRUIR OS COMITÊS DE LUTA CONTRA O LEVYANO AJUSTE, A
PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO E A INVESTIDA POPULARESCA DA DIREITA!
A classe trabalhadora vem sofrendo duros ataques
particularmente desde que Dilma (PT) assumiu seu segundo mandato. Após empossar
no Ministério da Fazenda um representante direto dos banqueiros, Joaquim Levy e
a mega-latifundiária Kátia Abreu na Agricultura, a presidente petista colocou
na Articulação Política do Planalto ninguém menos que o vice Michel Temer
(PMDB), um representante da direita reacionária em seu governo de colaboração
de classes. Afinados, vem levando a frente um duro ajuste fiscal neoliberal
contra os trabalhadores, que inclui cortes de benefícios do INSS, redução do
seguro-desemprego, aumento geral das tarifas públicas e privatizações. Através
das Medidas Provisórias 664 e 665, o governo capitaneado pelo PT “roubou” a
agenda neoliberal da direita demo-tucana e através desta vem mantendo sua
governabilidadade burguesa, apesar de esgotamento paulatino de seu “modelo
econômico” baseado no crédito internacional liberado pelos abutres do mercado
financeiro. Embalada por esses duros golpes contra os explorados, no último dia
22/04 a Câmara dos Deputados, sob a batuta de Eduardo Cunha, da direita
demo-tucana e sem que o Palácio do Planalto de fato se opusesse minimamente,
aprovou o Projeto de Lei 4.330 que abre as portas para que as empresas e os órgãos
públicos, prefeituras, governos estaduais e federal possam subcontratar através
da precarização de mão-de-obra todos os seus serviços, incluindo a
atividade-fim. Esta realidade demonstra que apesar das marchas da direita
"verde-amarela" contra Dilma expressarem o ódio da classe média
reacionária contra o PT, o partido de Lula e Dilma é hoje o principal
responsável de levar adiante a ofensiva neoliberal contra os direitos e as
conquistas dos trabalhadores da cidade e do campo. O próprio aval de Obama a
continuidade do governo Dilma, elogiando-a rasgadamente, revela a sintonia
entre o governo brasileiro e os interesses da Casa Branca. Frente a esta dura
realidade é preciso resistir ao levyano ajuste, a precarização do trabalho e a
investida popularesca da direita! Para levar a frente esta resistência propomos
a construção de COMITÊS DE LUTA, um instrumento de nossa classe que nas atuais
condições conjunturais se torna extremamente real, objetivo e necessário. Estes
Comitês tem que ter um caráter de Frente Única, aglutinando setores da
vanguarda, sindicatos, movimentos sociais, estudantis, de bairro, organizações
políticas, etc e teriam como tarefa central popularizar o debate acerca dos
ataques patronais nos bairros, sindicatos, locais de estudos, centros urbanos e
etc., através de reuniões, panfletagens e plenárias para, enfim, organizar
ações de rua e nos locais de trabalho rumo a construção da Greve Geral!
Na prática, a burguesia brasileira subserviente ao
imperialismo americano e europeu está cobrando dos trabalhadores o mais alto
preço da crise que explodiu em 2008 nos EUA, se espalhou pelos países
imperialistas da Europa e região e alcançou de maneira mais forte o Brasil
agora. Os servidores públicos, todos, serão contratos pela CLT, consolidando assim
o fim da estabilidade no emprego, que junto com as avaliações de desempenho e o
processo de meritocracia abrirá o caminho para o trabalho semi-escravo e
principalmente, já que o trabalhador terceirizado não faz greve. Somente a
GREVE GERAL poderá barrar e eliminar a ofensiva neoliberal que nos ataca pelas
mãos de Dilma, Cunha e os patrões. Para isso é necessário que os movimentos de
massa, as centrais sindicais, o MST, MTST e as organizações políticas e
coletivos classistas que se reclamam da classe operária e da revolução
socialista organizem a resistência ao ajuste neoliberal, as MP´s 664 e 665 e o
PL da Terceirização que agora via para o Senado, construindo COMITÊS DE LUTA!
Os ataques que Dilma vem desferindo contra os trabalhadores
provam que não é possível confiar que o governo de Frente Popular PT/PMDB faça
o veto do projeto de terceirização, pois em nome da “governabilidade” burguesa
o PT nesses doze anos, se afundou no arrocho salarial, na Reforma da
Previdência, no financiamento de banqueiros e latifundiários, no envio de
tropas para o Haiti. Tudo isso dando abertura a que os setores mais
reacionários se aglutinassem e se reorganizassem, inclusive pedindo, entre
outras coisas, a volta da ditadura, o impeachment, “saída” que o groso da burguesia
e o imperialismo não apoiam neste momento justamente porque Dilma leva a frente
a defesa de seus interesses. Dessa forma, a pressão que o governo do PT sofre
dos setores mais reacionários da burguesia não o torna inocente, muito pelo
contrário, para manter a “governabilidade” o PT aprofunda os ataques e no caso
do PL 4330 se limitou demagogicamente a apresentar emendas para “melhorar” ao
projeto de terceirização, enquanto Levy, Rachid e Temer negociavam os termos da
precarização do trabalho no Brasil, colaborando com este profundo ataque aos
trabalhadores brasileiros.
A classe operária precisa sim constituir uma frente de ação, mas não com Levy, Dilma e o PT. É necessário galvanizar as organizações de massa independentes (ou mesmo parcialmente autônomas), a esquerda revolucionária e classista, as combativas entidades populares e da juventude para a imediata organização de uma frente de luta direta contra o "ajuste" do imperialismo e a direita fascista. Neste campo da barricada serão inclusive muito bem vindos setores do PT e da CUT que venham a se desprender da falência política do governo Dilma e da liderança lulista, incapazes de esboçar a mínima reação progressista diante do isolamento social a que estão submetidos. Este é nosso chamado sincero que fazemos aos ativistas e lutadores de nossa classe, mão à obra na construção dos COMITÊS DE LUTA para derrotar o levyano ajuste, a precarização do trabalho e a investida popularesca da direita!!