quinta-feira, 23 de abril de 2015


REPUDIAR A AGRESSÃO COVARDE DO PSTU CONTRA MILITANTES DA FIP! NÃO AOS ATAQUES FÍSICOS ENTRE CORRENTES QUE SE REIVINDICAM DA CLASSE OPERÁRIA! NENHUMA INGERÊNCIA DA POLÍCIA E DO ESTADO BURGUÊS NAS DISPUTAS DO MOVIMENTO DE MASSAS! 

Tivemos conhecimento que no último dia 16 de abril, nas dependências da UERJ, militantes do PSTU e sindicalistas da Conlutas agrediram ativistas ligados a FIP (Frente Independente Popular). Em uma ação covarde e totalmente desproporcional, 50 militantes do PSTU atacaram 06 membros da FIP em uma sala da universidade, deixando vários feridos e com lesões graves, como revelam as fotos acima. A conduta inadmissível do PSTU seria uma “resposta” ao fato de no mesmo dia 16 alguns de seus militantes terem sido intimidados e mesmos expulsos de uma assembleia estudantil na UERJ por membros da FIP e do MEPR. Não desconhecemos as atitudes provocativas da FIP-MEPR contra o PSTU, a LBI e outras correntes políticas, acusando-as de fascistas, policiais e "P2". Por esta razão inclusive condenamos o ataque a sede do PSTU ocorrida em abril de 2014, em que a direção morenista acusou militantes da FIP como responsáveis pela ação desastrosa. Como naquela ocasião, agora também repudiamos de forma veemente que uma corrente política se utilize de agressões físicas covardes de caráter gangsteril e ataques a sedes partidárias contra organizações adversárias que se reivindiquem da classe operária, sejam quais forem as divergências políticas em debate. No caso atual, os fatos deixam claro que desta vez foi o PSTU o agressor e a FIP a vítima. A LBI rechaça de público este método incompatível com a democracia operária. Ainda que a LBI tenha profundas divergências programáticas e ideológicas com a FIP e o MEPR, repudiamos energicamente a agressão de seus militantes por parte do PSTU, um partido degenerado que cada vez mais copia as práticas da burocracia sindical frente populista. Este ato gravíssimo deve ser repudiado incondicionalmente pelo conjunto da esquerda revolucionária e comunista porque representa um ataque à própria democracia operária, tendo em vista que o MEPR e a FIP são organizações que atuam no movimento de massas e se reclama formalmente socialistas e revolucionárias. Tal agressão se constitui em um perigoso precedente que apenas fortalece as tendências de recrudescimento do regime da democracia dos ricos sobre o conjunto do movimento de massas, ainda mais em um quadro onde parte dos agredidos pelo PSTU estão na lista dos 23 processados pelo Estado capitalista. Esta atitude intolerável pode abrir caminho para justificar a intervenção do Estado burguês nas disputas políticas no interior do movimento de massas, tanto que agentes do novo DOPS (DRCI) estiveram na UERJ para conversar com seguranças sobre o ocorrido, ampliando assim as condições para a perseguição aos militantes do movimento de massas e de qualquer uma das organizações políticas envolvidas em enfrentamentos desta natureza. 

Mesmo nos solidarizando publicamente com a FIP, o MEPR e seus militantes agredidos discordamos frontalmente de como propõem “responder” ao ocorrido na UERJ. Segundo nota do MEPR (20.04) “Nosso ajuste de contas com essa corrente trotskista social fascista, esta sendo preparada como parte do ajuste de contas histórico de todo nosso povo contra seus inimigos e traidores, e virá mais cedo do que tarde. Que fique claro que isto não é uma ameaça, mas somente um aviso”. Como genuínos trotskistas repudiamos que o “ajuste de contas” entre ambas as correntes se dê no terreno de novas agressões físicas, ainda mais utilizando como pretexto o fato do PSTU ser uma corrente “social-fascista”. Todos sabemos do caráter cada vez mais social-democrata da política do morenismo, de completa integração a democracia burguesa, o que em nada se assemelha ao fascismo, acusação fantasiosa que o MEPR recorrentemente retira do receituário stalinista para atacar os “trotskistas” de um maneira geral, uma herança maldita dos malfadados Processos de Moscou. A política do MEPR de acusar correntes adversárias de fascistas, policiais e "P2" infiltrados serve de justificava inclusive para que os maoístas agridam militantes de organizações que não comungam de sua linha política. Por seu turno, o MEPR e a FIP acusam o PSTU de ter “a prática de desqualificar organizações e movimentos combativos” ou mesmo de “usar a mentira como arma na luta política, dividindo as forças populares e fazendo com isso o jogo do governo!”. A LBI não tem a menor dúvida que o PSTU usa destes artifícios contrarrevolucionários até porque já foi alvo destas artimanhas morenistas que recorrem acusações morais para fugir ou camuflar o debate político. Desgraçadamente, o MEPR e a Liga Operária (LO) fazem o mesmo quando lhes é conveniente. Sistematicamente, estes agrupamentos caluniam e denunciam de “P2” todos aqueles que discordam de suas posições, sejam eles militantes do PSTU, LBI e qualquer outra corrente adversária. A própria LBI foi chamada de “seita provocadora e policial” pela Liga Operária quando fotografou militantes de LO erguendo por livre e espontânea vontade uma faixa de nossa corrente com os dizeres “Pela vitória militar da Líbia sobre as forças da OTAN” no ato de 1º de Maio promovido no MASP pelos maoistas em São Paulo no ano de 2011. LO e o MEPR também chegaram a ameaçar com agressão física um dirigente da LBI por ter comparecido ao ato político e registrado a solidariedade dos militantes de base maoistas às posições de nossa corrente trotskista. Por fim, já presenciamos inúmeras vezes o MEPR em sua aliança com os Black Blocs, anarquistas e autonomistas em torno da FIP incentivando um “apartidarismo” para aproximar setores radicalizados porém despolitizados de seu “movimento”, uma conduta antileninista que só fortalecem ações desastrosas como foi o ataque a sede do PSTU.

A nota da FIP declara “Convocamos a todos os indivíduos e entidades políticas democráticas a repudiar esta prática inaceitável, covarde, e repugnante. Divergências entre movimentos devem ser debatidas sempre politicamente” (18.04). Já o PSTU afirma que “defenderá sempre a democracia operária e o método do debate político diante das inúmeras divergências entre as organizações”. Para que transformemos estas palavras em atos é necessário que prestamos toda nossa solidariedade aos lutadores perseguidos pela repressão estatal independente de que corrente seja e rechaçamos qualquer ingerência da polícia e o Estado burguês nas disputas do movimento de massas! Chamamos as organizações políticas a romperem com a política de “lavarem as mãos” quando são presos militantes e ativistas de correntes adversárias! Chamamos as organizações políticas envolvidas no episódio e o conjunto dos lutadores a debater nos fóruns do movimento de massas suas diferenças políticas e programáticas, derrotando nas ruas a colaboração de classes e o pacifismo pequeno-burguês, a fim de enfrentarmos a burguesia e seu aparato repressivo que avança contra o movimento de massas e as organizações políticas e sindicais que contestam o regime da democracia dos ricos!