quarta-feira, 22 de abril de 2015


DIVISÃO DE TAREFAS PELA PRECARIZAÇÃO: BASE DO GOVERNO DILMA E DIREITA APROVAM TERCEIRIZAÇÃO COMPLETA! PT NÃO OBSTRUI VOTAÇÃO NO PARLAMENTO E CUT NÃO MOBILIZA NAS RUAS!

A votação desta quarta-feira, 22, manteve o fundamental do texto do PL 4330 aprovado anteriormente, mudando apenas alguns aspectos. O PT e o PCdoB fizeram demagogia parlamentar votando contra o PL e propondo emendas contra a terceirização nas chamadas “atividades-fins” mas fecharam um acordo para não obstruir as votações, o que permitiu a aprovação da versão mais draconiana do projeto. Por sua vez, a CUT não mobilizou os trabalhadores. Os atos desta quarta foram muito menores que os da semana passada, sendo que existia disposição para amplificar as mobilizações do dia 15/04 e inclusive construir a Greve Geral. De fato não houve mobilização nas ruas. No Congresso, o PT votou contra as medidas de ataques mais explícitos, mas sua posição como partido não muda o curso da votação. Aproveita a chance de fazer demagogia para sua base social mas nas questões decisivas dá continuidade à sua política dos últimos 12 anos enquanto seu governo deixa o PL 4330 correr através da Articulação Política de Temer, exigindo apenas que se assegure a arrecadação tributária para manter o ajuste fiscal. Não por acaso, o partido participou do acordo de não obstruir de forma alguma as votações das emendas a PL 4330 e garantir sua votação. Agora ele segue para o Senado controlado pelo facínora Renan. Esta realidade comprova mais uma vez o que afirmamos: Dilma e Cunha estão juntos nos ataques aos trabalhadores e nesse sentido são aliados de classe para atacar as conquistas e seguir o ajuste fiscal neoliberal. Por essa razão, a burguesia e o imperialismo descartam qualquer perspectiva de golpe ou mesmo impeachment contra a “gerentona” petista, desejam primeiro que ela se desgaste ainda mais aplicando suas medidas antipopulares, estas sim um verdadeiro golpe contra os trabalhadores. A saída para os explorados é construir nas ruas e através de sua ação direta a oposição de classe, operária e revolucionária, ao governo da frente popular e a direita demo-tucana! Nesse sentido é preciso superar a política de colaboração de classes da CUT que ao não organizar a resistência operária e popular permitiu a imposição desta derrota histórica aos trabalhadores! 

Deixemos que a própria CUT explique sua política vergonhosa. Segundo a Central “Câmara vira as costas ao trabalhador e aprova terceirização em atividade-fim” (site CUT, 22.04), como se fosse alguma surpresa tal resultado. Por fim declara “A luta não acaba com a votação na Câmara, o projeto ainda passará no Senado. Nós estaremos na rua e teremos um 1º de maio de luta. Vamos ampliar as mobilizações, fazer novos dias de paralisações e, se necessário, uma greve geral para barrar esse ataque nefasto e criminoso aos direitos da classe trabalhadora brasileira” (Idem), declarou o presidente da CUT, Vagner Freitas. Como pode-se observar, a CUT mais uma vez vai seguir sua agenda ordinária de “atos” midiáticos esperando que o Senado o altere e mesmo que Dilma vete o PL 4330. Essa agenda já demonstrou ser completamente incapaz de barrar os ataques contra os trabalhadores. A “greve geral, se necessário” entra como enfeite de bolo, já que ela deveria ter sido convocada antes da aprovação do PL na Câmara e não depois!

Por sua vez, o PT noticia que “Bancada repudia aprovação da terceirização” onde afirma ““Vamos continuar mobilizando a sociedade contra este enorme retrocesso, para que a proposta seja enterrada no Senado”. Ocorre que o governo Dilma na figura de Levy e seu articulador político, o vice presidente, Michel Temer, trabalharam pela aprovação do PL! Justamente sob os 12 anos de governo petista 90% dos empregos criados recebem menos de 2 salários mínimos, saltou de 4 para 12 milhões o número de terceirizados e mais de 20 milhões são vítimas da rotatividade do trabalho todos os anos. Todo “falatório” do PT contra o PL da terceirização se resume a demagogia, na medida que os governos Lula e Dilma ampliaram a precarização no serviço público com a criação da EBSERH. Trata-se de uma empresa público-privada que serviria para gerir todos os Hospitais Universitários (HUs), onde se contrata funcionários regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e não servidores públicos, o que, em prática, ajuda a precarizar as relações de trabalho dentro dos HUs. O mesmo ocorre com a PETROBRAS, onde mais de 300 mil funcionários são terceirizados e recebem a média salarial abaixo dos petroleiros da estatal. Mais recentemente, Dilma anunciou que planeja abrir o capital da CEF para os tubarões do sistema financeiro e avançou na concessão de novos aeroportos, o que significa privatização e terceirização!!!

Apesar da derrota sofrida com a aprovação do PL na Câmara, a tarefa colocada para o ativismo classista continua a ser é a aprovação de um plano de luta que para além dos atos de 1º de Maio, contemple uma paralisação geral dos trabalhadores da cidade e do campo, contra os ataques aos seus direitos, benefício do INSS e as terceirizações. Para impulsionar a resistência operário e popular é necessário romper o pacto social implícito que a CUT celebrou com o governo e levantar um programa de reivindicações operárias via uma verdadeira campanha contra o desemprego, pela redução da jornada de trabalho sem redução salarial e sem banco de horas. Para barrar os ataques do governo Dilma e dos patrões a fim de flexibilizar direitos trabalhistas é necessário à construção de um plano de lutas unitário que aponte para um programa operário e anticapitalista!