segunda-feira, 6 de abril de 2015


DILMA CONVIDA O MAFIOSO ELISEU PADILHA PARA COMANDAR A ARTICULAÇÃO POLÍTICA DE SEU GOVERNO, PMDB ACEITA SE ANTES DESCREDENCIAR MERCADANTE...

A presidenta Dilma Rousseff acaba de convidar o atual ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB/RGS), para comandar a pasta da Articulação Política atualmente chefiada pelo petista gaúcho Pepe Vargas. O convite marca uma inflexão "radical" do governo da Frente Popular no sentido de entregar a gestão da política de Estado para um partido que conspira a "céu aberto" contra a integridade do mandato da presidenta Dilma. Para acentuar o caráter "falimentar" da decisão, o escolhido por Dilma entre os "quadros" do PMDB foi nada menos que o mafioso Padilha, ex-ministro dos Transportes do governo FHC e um dos "valetes" de Eduardo Cunha. Mas a desastrada manobra de Dilma não se restringe em aumentar a influência do PMDB no governo, como uma tentativa de atenuar a pressão que sofre das quadrilhas parlamentares no Congresso Nacional, a nomeação de Padilha corresponde a retirar do PT a primazia da condução política que a maioria da população lhe outorgou nas últimas eleições. Porém a "sede de poder" do PMDB parece não ter limites diante da rendição de Dilma, a cúpula do partido ainda não decidiu aceitar o Ministério e já impôs suas condições. Reunidos no Palácio do Jaburu na noite desta segunda, Temer e Renan "dobraram a aposta" exigindo de Dilma a entrada do ex-deputado Henrique Alves no Ministério da Aviação e a anulação "branca" das tarefas políticas exercidas por Mercadante na Casa Civil. Por trás das chantagens do PMDB ao governo Dilma está o próprio Lula que defende publicamente a entrega da condução política do Planalto para a pandilha de Temer, Renan e Cunha. O "combativo" Lula não esconde de ninguém seu desejo de eliminar do governo o chamado grupo de "vestais" inoperantes do PT: Mercadante, Vargas e Rosseto, o suposto "núcleo duro". Lula declarou recentemente para a imprensa que "Mercadante vive falando de rating para cá, rating para lá. Que rating que nada! A crise é política e o governo tem que resgatar a confiança. O resto acontece naturalmente". Parece que o núcleo de "vestais" do governo, mais identificado com a esquerda petista, é menos simpático as negociatas comerciais com o PMDB, o que vem enfurecendo Lula. Caso Padilha resolva aceitar o convite para a chefiar a Articulação Política, teremos a esdrúxula situação de um governo petista sob intervenção da política econômica imposta pelos rentistas e seu bando "Levyano" por um lado e do outro a máfia do PMDB no leme da política institucional de Estado. Para a esquerda "chapa branca" será muito difícil convencer algum ativista político não cooptado pela "generosidade" estatal, que se trata de um governo "progressista" sob ameaça de um "golpe de direita"...

Por sinal esta mesma "direita golpista" já começa até a desmobilizar sua convocatória para os atos de protesto contra o governo do próximo 12 de Abril. Como parte de sua estratégia de sangrar lentamente o governo Dilma até que se finalize o ajuste neoliberal de Levy contra o povo, não faz sentido político "duplicar" a grande audiência verificada no último dia 15 de março. Seria muito arriscado para a oposição Tucana esgaçar completamente Dilma sem ter ainda como apresentar uma "alternativa de poder" ao atual governo de Frente Popular. A crise econômica começa a se intensificar atingindo todas as esferas da República, porém não há outro "modelo" que possa ser levado à frente pelos Tucanos, portanto estamos vivendo um momento de transição ou mudança de ciclo econômico onde é fundamental a permanência do atual governo petista por um pouco mais de tempo para redefinir os rumos da acumulação do capital nativo.

O mais grave da conjuntura nacional é que as direções majoritárias do movimento de massas não querem enxergar, por razões materiais é óbvio, que a ofensiva neoliberal contra os direitos e conquistas da classe trabalhadora partem deste governo de amistosa colaboração com a direita e o imperialismo. O fato da máfia do PMDB ser a linha de vanguarda do "ajuste" no Congresso Nacional não preocupa em nada o PT, sócio desta mesma empreitada reacionária. Não por acaso foi com o apoio integral do PMDB que a CCJ da Câmara dos deputados aprovou a sinistra proposta da redução da maioridade penal. Também é o PMDB que impulsiona o PL 4330 que oficializa a precarização da força de trabalho no país. Dilma não é tão ingênua ao ponto de desconhecer que o PMDB é a ponta de lança da reação fascistizante no cenário nacional, ao contrário é cúmplice direta desta operação de desmoralização da esquerda, abrindo seu governo para abrigar a máfia de Cunha, Renan e Temer etc, ...

O movimento operário necessita neste momento, em que está sob ataque cerrado de uma ofensiva imperialista recrudescida no início da década de 90 com a destruição contrarrevolucionária do Estado Operário Soviético(URSS), da construção de uma frente única antineoliberal que combata a pauta econômica do governo Dilma pela via da ação direta. Falar em "unificar a esquerda contra o golpe fascista" não passa de mero distracionismo político que deixa o governo do PT/ PMDB/ Levy de mãos livres para intensificar o "ajuste" neomonetarista contra o povo. Enquanto o tal "golpe da direita" não chega, Dilma vai quebrando a Petrobras, privatizando aeroportos e rodovias, desnacionalizando a economia, arrochando salários (inclusive de aposentados e viúvas) e precarizando empregos. Isto tudo sem falar da sabotagem ao projeto econômico e militar dos BRICS e da subordinação aos ditames financeiros de Washington.