DILMA CONVIDA O MAFIOSO ELISEU PADILHA PARA COMANDAR A
ARTICULAÇÃO POLÍTICA DE SEU GOVERNO, PMDB ACEITA SE ANTES DESCREDENCIAR
MERCADANTE...
A presidenta Dilma Rousseff acaba de convidar o atual
ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB/RGS), para comandar a pasta da
Articulação Política atualmente chefiada pelo petista gaúcho Pepe Vargas. O
convite marca uma inflexão "radical" do governo da Frente Popular no
sentido de entregar a gestão da política de Estado para um partido que conspira
a "céu aberto" contra a integridade do mandato da presidenta Dilma.
Para acentuar o caráter "falimentar" da decisão, o escolhido por
Dilma entre os "quadros" do PMDB foi nada menos que o mafioso
Padilha, ex-ministro dos Transportes do governo FHC e um dos
"valetes" de Eduardo Cunha. Mas a desastrada manobra de Dilma não se
restringe em aumentar a influência do PMDB no governo, como uma tentativa de
atenuar a pressão que sofre das quadrilhas parlamentares no Congresso Nacional,
a nomeação de Padilha corresponde a retirar do PT a primazia da condução
política que a maioria da população lhe outorgou nas últimas eleições. Porém a
"sede de poder" do PMDB parece não ter limites diante da rendição de
Dilma, a cúpula do partido ainda não decidiu aceitar o Ministério e já impôs
suas condições. Reunidos no Palácio do Jaburu na noite desta segunda, Temer e
Renan "dobraram a aposta" exigindo de Dilma a entrada do ex-deputado
Henrique Alves no Ministério da Aviação e a anulação "branca" das
tarefas políticas exercidas por Mercadante na Casa Civil. Por trás das
chantagens do PMDB ao governo Dilma está o próprio Lula que defende
publicamente a entrega da condução política do Planalto para a pandilha de
Temer, Renan e Cunha. O "combativo" Lula não esconde de ninguém seu
desejo de eliminar do governo o chamado grupo de "vestais"
inoperantes do PT: Mercadante, Vargas e Rosseto, o suposto "núcleo
duro". Lula declarou recentemente para a imprensa que "Mercadante
vive falando de rating para cá, rating para lá. Que rating que nada! A crise é
política e o governo tem que resgatar a confiança. O resto acontece
naturalmente". Parece que o núcleo de "vestais" do governo, mais
identificado com a esquerda petista, é menos simpático as negociatas comerciais
com o PMDB, o que vem enfurecendo Lula. Caso Padilha resolva aceitar o convite
para a chefiar a Articulação Política, teremos a esdrúxula situação de um
governo petista sob intervenção da política econômica imposta pelos rentistas e
seu bando "Levyano" por um lado e do outro a máfia do PMDB no leme da
política institucional de Estado. Para a esquerda "chapa branca" será
muito difícil convencer algum ativista político não cooptado pela
"generosidade" estatal, que se trata de um governo "progressista"
sob ameaça de um "golpe de direita"...
Por sinal esta mesma "direita golpista" já começa
até a desmobilizar sua convocatória para os atos de protesto contra o governo
do próximo 12 de Abril. Como parte de sua estratégia de sangrar lentamente o
governo Dilma até que se finalize o ajuste neoliberal de Levy contra o povo,
não faz sentido político "duplicar" a grande audiência verificada no
último dia 15 de março. Seria muito arriscado para a oposição Tucana esgaçar
completamente Dilma sem ter ainda como apresentar uma "alternativa de
poder" ao atual governo de Frente Popular. A crise econômica começa a se
intensificar atingindo todas as esferas da República, porém não há outro "modelo"
que possa ser levado à frente pelos Tucanos, portanto estamos vivendo um
momento de transição ou mudança de ciclo econômico onde é fundamental a
permanência do atual governo petista por um pouco mais de tempo para redefinir
os rumos da acumulação do capital nativo.
O mais grave da conjuntura nacional é que as direções
majoritárias do movimento de massas não querem enxergar, por razões materiais é
óbvio, que a ofensiva neoliberal contra os direitos e conquistas da classe
trabalhadora partem deste governo de amistosa colaboração com a direita e o
imperialismo. O fato da máfia do PMDB ser a linha de vanguarda do
"ajuste" no Congresso Nacional não preocupa em nada o PT, sócio desta
mesma empreitada reacionária. Não por acaso foi com o apoio integral do PMDB
que a CCJ da Câmara dos deputados aprovou a sinistra proposta da redução da
maioridade penal. Também é o PMDB que impulsiona o PL 4330 que oficializa a
precarização da força de trabalho no país. Dilma não é tão ingênua ao ponto de
desconhecer que o PMDB é a ponta de lança da reação fascistizante no cenário
nacional, ao contrário é cúmplice direta desta operação de desmoralização da
esquerda, abrindo seu governo para abrigar a máfia de Cunha, Renan e Temer etc,
...
O movimento operário necessita neste momento, em que está
sob ataque cerrado de uma ofensiva imperialista recrudescida no início da
década de 90 com a destruição contrarrevolucionária do Estado Operário
Soviético(URSS), da construção de uma frente única antineoliberal que combata a
pauta econômica do governo Dilma pela via da ação direta. Falar em
"unificar a esquerda contra o golpe fascista" não passa de mero
distracionismo político que deixa o governo do PT/ PMDB/ Levy de mãos livres
para intensificar o "ajuste" neomonetarista contra o povo. Enquanto o
tal "golpe da direita" não chega, Dilma vai quebrando a Petrobras,
privatizando aeroportos e rodovias, desnacionalizando a economia, arrochando
salários (inclusive de aposentados e viúvas) e precarizando empregos. Isto tudo
sem falar da sabotagem ao projeto econômico e militar dos BRICS e da
subordinação aos ditames financeiros de Washington.