DILMA REÚNE O “CONSELHÃO” DA COLABORAÇÃO DE CLASSES:
PLANALTO CELEBRA NOVOS COMPROMISSOS COM A BURGUESIA PARA ATACAR OS
TRABALHADORES COM AVAL DAS DIREÇÕES SINDICAIS CORROMPIDAS
Após um ano e meio sem reuniões, o Conselho de
Desenvolvimento Econômico, conhecido como “Conselhão”, se reuniu na tarde desta
quinta-feira (28) no Palácio do Planalto, em Brasília. A grande “estrela” do
fórum foi o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, apoiador do governo
Dilma, que cobrou “saídas para crise”, entenda-se novos compromissos com a
burguesia para colocar nas costas dos trabalhadores o ônus da recessão
econômica. O novo secretário-geral do “Conselhão” é Renato Rabelo,
ex-presidente nacional do PCdoB e um dos mais ardorosos defensores dessa
fórmula de colaboração de classes, completamente falida frente aos ataques
neoliberais em curso. Esse é o “prêmio” corrupto pelo PCdoB ser uma dos mais
destacados defensores na luta contra o “golpe da direita”, junto com o PT e o
PCO. Além dele compõe o “Conselhão”, a CUT, UNE, MST, FUP, UBES, CTB, CONTAG,
todas essas entidades na folha de pagamento do governo Dilma. Segundo o Portal
Vermelho, “Adilson Araújo, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do
Brasil (CTB), e Vagner Freitas, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), são
dois dos 60 nomes que compõem o ‘Conselhão’. Em artigo e entrevista divulgadas
nesta quarta (27), eles demonstraram otimismo com a possibilidade de levar
propostas concretas ao conselho e ter espaço para a defesa dessas propostas,
que podem inaugurar uma agenda positiva no Brasil”, ou seja, seguem
comprometidos com sabotar a luta direta contra os ataques do governo Dilma e
anda patrocinam ilusões nos seus algozes capitalistas. Os empresários foram
pesadamente representados na reunião. Entre eles estão os conselheiros Robson
Andrade (CNI), Cláudia Sender (TAM), Frederido Fleury (Embraer), Miguel
Nicolelis (neurocientista), Roberto Setúbal (Itaú), Viviane Senna (Instituto
Ayrton Senna) e Abílio Diniz (BRF), ou seja, os grandes capitalistas que vem
demitindo em massa para garantir suas milionárias taxas de lucro. Entre os
nomes que deixaram o “Conselhão” está o empresário Marcelo Odebrecht, preso
pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. O fato de um representante da
empreiteira Odebrecht, principal empresa do ramo, está fora do Fórum sinaliza que está em curso uma negociação
para trazer empreiteiras estrangeiras com o objetivo de explorarem o filé da infraestrutura
nacional. Construtoras industriais pesadas dos EUA e Japão estariam prontas
para assumir as obras paralisadas por conta da Operação Lava Jato, devendo o
governo em 2016 superar as limitações constitucionais para que empresas estrangeiras do
ramo da construção civil pesada participem de concorrências para grandes
projetos estatais. Como se observa, o grosso do empresariado deseja que o
governo do PT leva adiante as “reformas” (previdência e trabalhista) já no
começo deste semestre, apostando que o Palácio do Planalto irá não só enterrar
o impeachment como seguir adiante com a cartilha neoliberal. Trabuco deu o tom
“Acredito que muitas coisas boas estão aí para dar início a essa retomada”(G1,
28.01). Os bancários do Bradesco demitidos na última greve sabem bem o que
significa “coisas boas” para esse canalha! Logo depois do Carnaval vamos ver o
pacote de maldades que o “Conselhão” avalizou! Essa nova tentativa do governo
Dilma de pactuar com os empresários uma agenda de ataques aos trabalhadores
garantindo para isso a paralisia do movimento de massas através das corruptas
direções “chapa branca” deve ser denunciada pela vanguarda classista. Frente
esta iniciativa do governo, compreendemos que se impõe mobilizar os trabalhadores
contra os ataques neoliberais do governo Dilma aos trabalhadores, já que o
Planalto ganhou fôlego no final do ano e busca agora em 2016 enterrar o pedido
de impeachment no parlamento reforçando sua submissão à burguesia e ao
imperialismo via o anúncio de uma “nova” Reforma da Previdência e de um pacote
de privatizações que incluem hidroelétricas e aeroportos, além de manter o
arrocho salarial dos servidores públicos. É fundamental ter claro para intervir
na realidade complexa que se avizinha que a orientação geral das classes
dominantes segue na linha política do “sangramento” lento e gradual do governo
Dilma, combinada com a intensificação da barganha estatal diante de uma
presidente extremamente fragilizada. Dilma será “carregada” pela burguesia até
que se complete o conjunto das reformas neoliberais que se propôs a implementar
agora sobre o comando de Nelson Barbosa. Por isto, defendemos a necessidade de
preparar a derrota da Reforma da Previdência combatendo seu verdadeiro
responsável: a presidenta Dilma! Chega de distracionismo atacando estafetas
como Barbosa & Cia, meros intermediários da ofensiva neoliberal do estado
capitalista! Devemos lutar por construir uma alternativa revolucionária dos
trabalhadores contra engodos como o “Conselhão” e sua política de colaboração
de classes voltada a golpear os trabalhadores em favor dos capitalistas!