Centenas de famílias estão neste momento desabrigadas, a céu
aberto, em pleno Largo do Paissandu no centro de São Paulo. A enorme tragédia
anunciada não atingiu somente as famílias que ocupavam o antigo prédio da PF,
que desabou depois do criminoso incêndio. A imprensa fala de 50 mortos ou desaparecidos mas o número pode ser bem maior. A prefeitura da capital paulista, com
total apoio de órgãos estatais, aproveitou a grave situação para promover o
despejo de pelo menos cinco prédios, também ocupados por famílias carentes, no
entorno do Largo do Paissandu, desejando imediatamente incluir a área no projeto Tucano "Cidade Limpa" voltado a entregar o centro paulista para as grandes empreiteiras e imobiliárias a custa da morte e repressão dos sem-teto. A revolta da população com a calamidade criada
pela especulação imobiliária urbana, quase provoca o linchamento do golpista
Temer que pretendia fazer demagogia com a tragédia das famílias atingidas,
"visitando" a região na terça-feira, 1º de Maio. Neste momento cerca de 500 pessoas
estão desabrigadas e não estão dispostas a serem removidas sem nenhum direito
para uma periferia qualquer da grande São Paulo. Uma delegação de militantes da
LBI, que participava do ato de Primeiro de Maio na região central da capital,
deslocou-se até o Largo do Paissandu para prestar solidariedade com as famílias
desalojadas pela prefeitura tucana. A palavra de ordem é permanecer no
local,acampados, até que o Estado burguês atenda todas as reivindicações
sociais, que somente serão conquistadas com luta e a solidariedade incondicional
de todo o movimento de massas!