23 ANOS DA GREVE DOS PETROLEIROS CONTRA O GOVERNO FHC E O
FIM NO MONOPÓLIO: TIRAR LIÇÕES DA PROFUNDA DERROTA DE 1995 PARA ORGANIZAR HOJE
A LUTA EM DEFESA DE UMA PETROBRAS 100% ESTATAL SOB O CONTROLE DOS
TRABALHADORES!
A greve dos petroleiros iniciada em maio de 1995 entrou para
a história do movimento operário brasileiro pela sua radicalidade. Os
petroleiros organizaram uma grande greve nacional que durou mais de 30 dias em
diversas unidades, várias delas ocupadas por tanques do exército. Sua greve
tinha dois eixos principais: o repúdio ao desconhecimento por FHC do acordo salarial
firmado pelo ex-presidente Itamar Franco e a votação da lei que quebrava o
monopólio estatal da Petrobras. A quebra do monopólio era, para o tucanato, a
antessala de algo maior: privatizar a empresa inclusive usando outro nome
(PetroBrax). Do ponto de vista dos trabalhadores petroleiros a greve foi uma profunda
derrota. Dirigentes foram demitidos e o monopólio foi quebrado. Porém, a
disposição de luta dos petroleiros provou que não seria possível vender a
empresa. Não fosse a atuação das direções ligada a CUT e ao PT o resultado
poderia ter sido mais favorável para a categoria questionando em luta a gestão
neoliberal do PSDB. Houve a ocupação das refinarias, cujo símbolo foi a de a
Presidente Bernardes (Cubatão, SP). O exército foi convocado por FHC para
reprimir a paralisação depois de quase 1 mês de greve. O Tribunal Superior do
Trabalho (TST) julgou a greve abusiva em seu sétimo dia e posteriormente deu
multas milionárias aos sindicados. Os petroleiros, no entanto, não se
intimidaram. Nem mesmo quando a direção da Petrobras anunciou em 11 de maio a
primeira lista de demitidos. A repressão do governo FHC aumentou, o Justiça não
foi suficiente, o exército foi acionado, ocuparam as refinarias no Paraná
(REPAR), Paulínia (REPLAN), Mauá (RECAP) e São José dos Campos (REVAP). No dia
seguinte, os petroleiros receberam seus contracheques zerados. Os trabalhadores
resistiram no entanto foram derrotados pela burguesia devido também a política
a política de colaboração de classes da CUT e do PT. No dia 02 de Junho, a FUP
indicou a suspensão da greve, que foi aprovada pela categoria, exceto 300
operários que ocuparam a refinaria de Cubatão, que só sairão no dia 03 de junho
em uma das cenas mais marcantes da greve. Hoje estamos às vésperas da greve dos
petroleiros, já convocada com bastante atraso pela FUP e FNP. A paralisação dos caminhoneiros que questionou o aumento do diesel perde força e
só agora os petroleiros anunciam a paralisação de suas atividades às vésperas
de um feriado nacional, o que representa um quadro de objetiva atomização da
luta. Alertamos que atualmente o proletariado organizado não atravessa uma
etapa de ofensiva social ou política, se encontra atomizado e ainda à espera de
um desfecho eleitoral para a conjuntura de crise política. É óbvio que esta
situação tem um componente hegemônico ditado pela estratégia da esquerda
reformista, que vem sedimentando derrota atrás de derrota. A greve petroleira,
ainda que um sinal positivo neste momento é insuficiente para reverter o quadro
atual de defensividade em favor do proletariado. Devemos exigir dos sindicatos que
estendam o chamado da greve a todos os trabalhadores terceirizados da
Petrobras, hoje conformam a maioria no interior das refinarias, e que sequer
tem o direito a sindicalização, negado pelas burocracias cutistas e
revisionistas da FUP e FNP. Esse caminho deve ser seguido de um chamado a Greve Geral por tempo indeterminado no país! Por outro lado, a bandeira de luta levantada pelas
direções sindicais em defesa somente da Petrobras 100% estatal não resolve a
crise, porque a empresa continua nas mãos do Estado capitalista e da canalha
burguesa. Lutamos por uma Petrobras 100% estatal sob o controle dos
trabalhadores! A militância LBI, que interveio há 23 anos atrás na greve
petroleira de maio de 1995 e chama o apoio ativo a paralisação dos próximos
dias, convoca os lutadores a abstrair as lições programáticas do passado para organizar de
forma consequente e revolucionária a greve contra a privatização da estatal levada
a cabo pela dupla de canalhas Temer-Parente a serviço do imperialismo!