quinta-feira, 12 de setembro de 2013


Greve dos Bancários: Burocracia da CUT/CTB defende uma gorjeta de reajuste (11,9%) e os banqueiros oferecem uma esmola de 6,1%! Vamos unificar pela base as categorias em luta por uma política de independência de classe!

O índice miserável de reajuste de 11,9% é o carro-chefe da pauta da campanha salarial dos bancários e reflete a “benevolência” das direções sindicais com o governo Dilma e os banqueiros que obtiveram no primeiro semestre de 2013 um lucro recorde de quase R$ 30 bilhões, fruto da exploração selvagem dos bancários (arrocho salarial, jornada de trabalho extenuante, imposição de horas extras, péssimas condições de trabalho, metas abusivas, assédio moral, ameaças, chantagens, demissões) e da população (filas, tarifas juros exorbitantes etc.). A fórmula para" embromar" a categoria é a mesma de anos anteriores: fóruns viciados, pauta rebaixada, negociações de faz de conta, mesa “única” da Fenaban para engessar a luta dos bancos públicos que tem maior capacidade de organização e mobilização, assembleias separadas e votações por banco, mesas específicas por banco cujo papel é distrair os bancários com “penduricalhos” e difundir toda uma ladainha de que os trabalhadores conseguiram uma “importante vitória” após as escandalosas traições da burocracia governista a serviço dos banqueiros e da frente popular.

É necessário que a base combativa, a partir de uma política de independência de classe, tome para si a organização e a condução de nossa campanha salarial. Afinal, quando os bancos estatais não aceitam a proposta da Fenaban, continuam em greve, mas sem qualquer efeito direto na mesa da Fenaban; no máximo conseguem um “pirulito” nas mesas específicas. Não podemos deixar isso se repetir. A categoria deve se mobilizar, de forma unitária e unificada, apesar das particularidades e especificidades de cada banco, que devem estar subordinadas à luta comum dos bancários da rede pública e privada: reposição e aumento salarial, estabilidade no emprego, isonomia, fim das demissões, fim do assédio moral, organização por local de trabalho, etc.

Queremos a Mesa Única dos bancos públicos que deve ser articulada com os privados, assembleias conjuntas e unitárias e unificadas, eleição de comando de base, realização de um encontro nacional de base, ampla e democraticamente convocado, tudo isso para subtrair o controle da campanha das mãos de um punhado de burocratas “chapa-branca”. Vamos organizar nesta campanha salarial um amplo movimento nacional de oposição a “tríplice aliança” dos velhos traidores (CUT, CTB e CONLUTAS), responsáveis pelas vergonhosas derrotas anteriores sofridas pela categoria.

É preciso unificar iniciativas e o combate com outras categorias em luta como correios, petroleiros, metalúrgicos como forma dos explorados entrarem em cena como protagonistas da luta contra a exploração e o regime capitalistas. É necessário dar continuidade às “jornadas de junho” colocando a classe trabalhadora no centro do cenário político nacional. Ultrapassar os limites do economicismo vulgar e deflagrar uma greve com reivindicações transitórias e políticas no sentido de avançar na consciência e organização da classe rumo à construção de um novo poder estatal socialista.

Defendemos os métodos de ação direta (manifestações, greve, ocupações...) e as reivindicações transitórias a exemplo da estatização do sistema financeiro sob controle dos trabalhadores, anulação de todas as privatizações, escala móvel de salários, estabilidade no emprego, reposição integral das perdas salariais, oposição operária e revolucionária ao governo Dilma, etc. Nesse sentido, convocamos o ativismo classista e independente a participar dos piquetes e das assembleias para romper o cerco burocrático dos reformistas “chapa branca” à nossa mobilização. Greve Geral até a vitória!

Hyrlanda Moreira —Membro do Comando Nacional de
Base dos trabalhadores do BRADESCO (MOB)