Delegação do Comitê
Central da LBI chega ao Fórum Social Mundial (Porto Alegre) para defender a luta por
uma Palestina Soviética
Teve início neste dia 28
de novembro, em Porto Alegre (RS), o Fórum Social Mundial Palestina Livre. Uma
delegação do Comitê Central da LBI se faz presente na atividade, que se
encerrará no dia 1º de Dezembro, com a assembleia dos movimentos sociais
responsável por deliberar uma série de iniciativas políticas em solidariedade
ao povo palestino. Os camaradas Candido Alvarez, André Fava e Marco Queiroz
irão defender durante os debates que ocorrerão no Fórum a luta por uma
Palestina Soviética, em todo o seu território histórico, baseada em conselhos
de operários e camponeses palestinos e judeus. Esta posição se contrapõe à
política dos “dois estados” defendida pela ANP e sua representação no Brasil, orientação
que na verdade é incapaz de garantir a própria existência de um verdadeiro
Estado nacional palestino, como demonstrou a conduta da ANP na ONU ao recuar
até mesmo desta reivindicação em busca de chegar a um acordo vergonhoso com
Israel e o imperialismo ianque.
Ao centro, André Fava, editor geral das Publicações LBI
A delegação do CC da LBI
foi recebida no Fórum pela representante da Federação Árabe Palestina do Brasil
(FEPAL), Michele Mustafá. Ela nos informou da programação oficial assim como
das atividades alternativas, onde temas como a Intifada, o bloqueio de
mercadorias produzidas em Israel e a organização da resistência serão debatidos.
Apesar das divergências entre a LBI e a FEPAL, ficou acertado que faremos o
lançamento do folheto “A Primavera Árabe contra a Intifada Palestina” durante o
curso das atividades do Fórum. A publicação da LBI polemiza com as posições do
revisionismo do trotskismo e de uma ala do Hamas, ligada ao governo do Egito e
que vem se aproximando do Al Fatah dirigido por Abbas. Esta divergência central
existe justamente porque a LBI entende a chamada “Primavera Árabe” como um
processo que debilita a luta contra o enclave sionista e não o contrário. Não
por acaso, as declarações de Netanyahu e Edmund Barak são simpáticas aos
“rebeldes” na Síria, que também tem apoio do Qatar, aliado dos EUA.
Marco Queiróz, porta-voz
da LBI, Michele Mustafá da FEPAL
e Candido Alvarez, editor chefe do JLO
De nossa parte
compreendemos a defesa da causa palestina como integrante da luta contra o
imperialismo e pela destruição do enclave sionista de Israel, o que neste
momento significa cerrar fileiras em defesa da Síria, do Irã e do Hezbollah,
aliados da resistência palestina. Apesar do Fórum Social Mundial Palestina
Livre ser homogeneizado pelas posições reformistas, utilizaremos os debates
justamente para defender a frente única com todas as forças políticas e regimes
políticos que lutam para derrotar as investidas de Israel contra a Palestina. Ao
mesmo tempo, denunciamos que a política do governo Dilma e do PT, longe de
fortalecer esse combate está a serviço de domesticar a resistência a fim de que
se chegue a um “acordo de paz” que não representa os interesses do povo
palestino na medida em que preserva a existência do enclave sionista e não
permite a edificação de um verdadeiro estado nacional palestino. Não por acaso,
o governo brasileiro tem vários acordos comerciais e militares com Israel. Em
2008, Lula assinou o acordo de livre comércio entre Israel e o Mercosul. Este
acordo transformou o Brasil em um dos principais parceiros da indústria militar
israelense e porta de entrada dessa indústria na América Latina.
A presença da LBI no
Fórum Social Mundial Palestina Livre está a serviço de agrupar um pólo
internacionalista e anti-imperialista que não se subordine nem à orientação de
sua direção reformista e combata os revisionistas do trotskismo, como o
PSTU/LIT. Estes dizem defender a Intifada Palestina, mas na verdade apoiam a
(mal) chamada “Primavera Árabe”, dando uma cobertura de “esquerda” à sanha
neocolonialista na região, como vimos através da brutal intervenção militar da
OTAN na Líbia. Desde já nos somamos à campanha pela liberdade imediata dos
presos políticos palestinos das masmorras de Israel, como o companheiro Ahmad
Sa'adat e declaramos que a genuína vitória do povo palestino somente é possível
sobre os escombros do enclave terrorista de Israel!