Ocorreu na manhã desta sexta-feira, 30 de novembro, o lançamento do folheto “A Primavera Árabe contra a Intifada Palestina”. Centenas de ativistas presentes no Fórum Social Mundial Palestina Livre adquiriram a mais nova publicação da LBI dedicada a analisar os efeitos da “Primavera Árabe” sobre a heroica luta do povo palestino. O Editor-Geral das Publicações LBI, André Fava, expôs a polêmica que se trava no interior da esquerda e dos próprios grupos palestinos sobre a ofensiva imperialista que se utilizou das revoltas populares no Egito e na Tunísia para operar uma transição conservadora controlada pela Casa Branca, uma grande operação que abrange desde o Magreb até a Síria. Logo após conseguir tirar de cena seus títeres desgastados nestes países, o imperialismo tratou de ter como alvo os governos que de alguma maneira não estavam sob suas ordens diretas. Primeiro agrediu militarmente a Líbia via OTAN, agora busca desestabilizar o regime sírio e se prepara para atacar o Irã. Não por acaso, esses regimes são aliados na luta do povo palestino contra o enclave nazi-sionista.
Como revela o folheto lançado pela
LBI, a recente trégua entre o Hamas e Israel, negociada pelo governo do Egito
parido na (mal)chamada “Primavera Árabe” após os bombardeios sobre a Faixa de
Gaza, se enquadra justamente nos planos do imperialismo de domesticar as
direções palestinas e, mais particularmente, o Hamas. Usando o novo governo da
Irmandade Muçulmana encabeçado por Morsi para cooptar uma parcela da
resistência palestina, a Casa Branca conseguiu dividir o Hamas e colocar uma
facção do grupo muito próxima da Fatah de Abbas, este completamente servil aos
interesses do imperialismo e de Israel como vimos agora na ONU.
Muitos ativistas presentes assinalaram que concordavam com nossa análise, inclusive salientando que enquanto os militantes palestinos praticamente não tinham armas para lutar contra Israel, os supostos “rebeldes”, primeiro na Líbia e depois na Síria, estavam armados até os dentes pelas potências capitalistas em sua sanha contra Kadaffi e agora Assad. As discussões travadas durante o lançamento do folheto demonstram a importância de abrir este debate em pleno Fórum sobre a Palestina, na medida em que a “Primavera Árabe” longe de fortalecer a Intifada a debilita em sua espinha dorsal, como vimos agora durante a operação sionista “Pilar Defensivo”.
Com o lançamento do folheto “A Primavera Árabe contra a Intifada Palestina” assim como através da intervenção de nossos militantes nos debates, buscamos forjar uma orientação revolucionária para a luta do povo palestino, o que passa por levantar sem vacilo a bandeira da destruição do enclave sionista, hoje ávido para que os aliados da causa palestina se enfraqueçam justamente para Israel poder manter-se como uma intocável máquina de guerra a serviço do imperialismo ianque na região.