sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013


Manifestação convocada pela LBI contra a blogueira da CIA inviabiliza evento contrarrevolucionário em São Paulo

Mais de 100 ativistas participaram da manifestação contra a blogueira mercenária Yoani Sanchez ocorrida no final da tarde desta quinta-feira, 21 de fevereiro, em São Paulo, durante um “debate” a portas fechadas que seria realizado na Livraria Cultura, localizada na Avenida Paulista. A realização da manifestação nacional de repúdio a presença desta contrarrevolucionária foi uma iniciativa política da LBI, a qual se somaram outras correntes políticas como o PCR, PCdoB, PCB, Jornal Inverta (PCML) e Comitê de Solidariedade a Cuba, além de outras entidades e ativistas independentes. No hall de entrada do evento, o conjunto dos manifestantes responderam às provocações de um pequeno grupo de fascistizantes pró-Yoani, entoando palavras de ordens em defesa da liberdade dos cinco presos políticos cubanos nas masmoras do império. Durante o encontro fechado de Yoani com membros da mídia murdochiana especializada em atacar Cuba e suas conquistas, os manifestantes ocuparam o auditório da livraria e, através de várias palavras de ordens, faixas e cartazes, expressaram sua defesa da revolução cubana e o rechaço a esta agente do imperialismo ianque, inviabilizando o encontro organizado para atacar a Ilha operária. Diante do combativo protesto, a blogueira mercenária que até então palestrava foi obrigada a se retirar do palco e ficou sem terminar os outros compromissos de sua agenda reacionária. A noite de “autógrafos” do seu lixo em forma de livro, montada pela mídia venal para marcar pomposamente a “turnê” desta figura abjeta no Brasil, também teve que ser cancelada por conta da manifestação. Desde a LBI, apesar de nossas pequenas forças, nos orgulhamos de ter tomado a iniciativa política de convocar esta manifestação internacionalista proletária que demonstrou concretamente a solidariedade militante com a revolução cubana e suas conquistas.

Foi sintomático que durante a “turnê” da blogueira mercenária no Brasil, que se encerra neste dia 23, outras correntes que se reivindicam trotskistas e se dizem defensoras da revolução cubana, como o PCO e a LER-QI, mantiveram seu mais profundo silêncio sobre a presença de Yoani, sem ao menos postarem qualquer matérias em seus sites na internet e não aderiram a nenhuma das manifestações contra sua presença em nosso país. Tal conduta vergonhosa se torna ainda mais grave quando sua “cruzada” contrarrevolucionária polarizou politicamente toda a semana, ganhando grande destaque nas TVs e jornais, desde a sua chegada no dia 18. Não por acaso, a direita reacionária e seus meios de alienação de massa, atacaram violentamente os protestos que denunciaram esta agente da CIA, acusando-os de “antidemocráticos e totalitários”, enquanto parlamentares ligados ao PSDB e DEM, com a ajuda do lacaio senador Eduardo Suplicy (PT), abriram espaço para Yoani no parlamento burguês. A necessidade de se estabelecer uma frente única com outras forças que se reivindicam anti-imperialistas nas manifestações contra Yoani e em defesa da revolução cubana, apesar das profundas divergências que tenhamos com estas, segue as melhores tradições do trotskismo, como o velho bolchevique nos explicou quando da defesa da URSS contra o fascismo e a reação interna: “Stalin derrotado pelos trabalhadores será um passo adiante para o socialismo, Stalin esmagado pelos imperialistas significa a contrarrevolução triunfante. Este é o sentido preciso da nossa defesa da União Soviética em escala Mundial’ (Uma vez mais a URSS e sua defesa). A pretexto de “combater o stalinismo” estas correntes revisionistas na verdade se negaram a lutar no terreno concreto da luta de classes contra a investida da direita e sabotaram a perspectiva de, desde a trincheira da defesa de Cuba, apontar o programa da revolução política para que os trabalhadores governem de fato a Ilha operária, superando a própria direção castrista. Não por acaso, estas mesmas correntes revisionistas se postaram no campo de defesa do imperialismo quando da queda do Muro de Berlim e do fim da URSS, apresentando-os como “acontecimentos revolucionários” que seriam a antessala do “socialismo”.

Se PCO e LER optaram pelo silêncio sepulcral, o PSTU-LIT tratou de sair na defesa da blogueira mercenária. No artigo “Quem tem medo de Yoani Sánchez?” (sítio PSTU, 22/02), os morenistas afirmam: “Desde o dia em que aterrissou no Brasil, a blogueira cubana Yoani Sánchez vem enfrentando protestos de militantes pró-regime castrista. Em Feira de Santana (BA), chegaram a impedir a exibição do documentário ‘Conexão Cuba-Honduras’ que tem a blogueira como uma das entrevistadas. Além de defender o governo cubano, essas manifestações impulsionadas atacam Yoani como ´agente da CIA´, supostamente bancada pelo imperialismo com o objetivo de desestabilizar Cuba. Esses protestos mostram parte do respaldo que o regime cubano ainda encontra em vários setores da esquerda. Outros setores, no entanto, como o PSTU, não integram nem apoiam essas manifestações”. O fato é que os morenistas estão na barricada da defesa de Yoani e de seu “direito de crítica” a Cuba, tentando esconder que tais ataques são financiados pela Casa Branca para acabar com o Estado operário. Fazem “frente única” com o imperialismo ianque contra Cuba, assim como estabeleceram aliança com a OTAN contra Kadaffi! Por isto, o PSTU declara cinicamente: “Suposições sobre suas reais motivações à parte, fato é que a blogueira faz uma crítica correta a partir de um fato concreto: a ausência de liberdade de expressão e organização em seu país. Ou os defensores do castrismo também dirão que vigora a democracia na ilha? Seria possível, por exemplo, organizar um partido que se coloca como oposição à burocracia castrista, como o PSTU, em Cuba? Ou como o PSOL? Ou qualquer partido ou organização sindical que tenha como objetivo organizar os trabalhadores e o povo de forma independente do governo? Sabemos muito bem que não”. Estes calhordas são os mesmos que agora seguem ao lado dos “rebeldes” made in CIA na Síria, armados e treinados pelo imperialismo e que acabaram de fazer um mega-atentado terrorista a sede do Partido Baaz, de Bashar al Assad. A LIT lava suas mãos para a defesa das conquistas revolucionárias (ainda que já bastante descaracterizadas, elas continuam existindo) da ilha e torna-se despudoradamente “um instrumento passivo do imperialismo” como diria Trotsky. Já em 2006, em sua revista “teórica”, Marxismo Vivo nº 14, a LIT incorporara definitivamente ao seu programa a plataforma contrarrevolucionária burguesa para Cuba, substituindo por completo as tarefas da revolução política pela defesa da democracia burguesa “contra a ditadura do partido único”, sem delimitar um só instante seu programa do programa capitalista, sem defender a legalização unicamente dos partidos soviéticos, a instauração de um governo operário e camponês e uma verdadeira ditadura proletária. A LIT concebe que o regime castrista é um regime “bonapartista burguês” (Marxismo Vivo nº 14). Contra estes regimes ditatoriais os morenistas adotam desde a década de 80 o programa da “revolução democrática”. Uma “ideia” nada genuína. Mera versão pseudotrotskista das velhas concepções etapistas do próprio stalinismo e da social-democracia. Do ponto de vista conceitual do marxismo, se separamos as frases usadas por estes pseudotrotskistas para se disfarçarem de “revolucionários” aparecerá a verdadeira política da LIT: a defesa da restauração capitalista democrática. Trotsky advertiu uma e outra vez sobre os perigos de confundir as bandeiras da oposição antiburocrática operária com a oposição restauracionista. Assim, por exemplo, se opôs explicitamente à palavra-de-ordem de “Abaixo Stalin” nos anos 30. “É verdade que a consigna ‘Abaixo Stalin’ no partido como no exterior está cada vez mais popular... Não obstante, acreditamos que este ‘slogan’ é falso. Alguém pode ver uma vantagem nesta consigna, mas ao mesmo tempo, indubitavelmente, seu perigo. Assumir uma camuflagem e dissolver-se politicamente no descontentamento geral com o regime stalinista é algo que nós não podemos fazer, nem devemos fazer nem faremos” (Abaixo Stalin não é nossa consigna, Escritos, março/1933).

Reconhecer a importância devida às consignas democráticas nada tem a ver com fazer da democracia burguesa o eixo central do programa trotskista, como fazem os revisionistas. Diante de um Estado operário burocratizado os marxistas revolucionários não defendem retroceder em direção à democracia burguesa, ou seja, não acreditam que em face à burocratização da ditadura do proletariado a saída esteja em retomar a ditadura da burguesia. Defendem sim o avanço em direção à democracia dos conselhos revolucionários. Por esta razão o Programa de Transição não defende a volta à democracia burguesa e a legalização de todos os partidos de uma maneira geral, mas unicamente defende a democracia soviética, a legalização dos partidos soviéticos e o conjunto das liberdades que os conselhos populares decidirem. “A Plataforma da Oposição de Esquerda não contempla, naturalmente, uma democracia absoluta e autossuficiente, acima da realidade política e social. Necessitamos da democracia para a ditadura do proletariado e dentro dos marcos desta ditadura” (Es necesario concertar un acuerdo intrapartidario honesto, 30/3/1933). É inegável que a ofensiva imperialista mundial desatada com a fantasiosa “revolução árabe” animou também a grande maioria das organizações pseudotrotskistas a engrossar a torcida junto com a Casa Branca pela “democracia” em Cuba. Com seus distintos matizes, as conclusões sobre o caráter de classe do Estado cubano variam, mas nenhuma destas escapa de lançar suas aspirações “democratizantes” para por fim ao “regime totalitário”. Objetivamente, levantam contra o proletariado cubano e mundial as bandeiras de seus inimigos de classe gusanos de Miami em favor da implementação da democracia burguesa na ilha, ou seja, o retorno à ditadura do capital.

Desde a LBI estamos na tricheira oposta dos canalhas revisionistas e nos postamos na linha de frente dos protestos contra a presença desta contrarrevolucionária em nosso país. Declaramos nossa defesa incondicional do Estado operário cubano e suas conquistas sociais. Yoani Sánchez representa, na verdade, a ofensiva do imperialismo ianque contra Cuba travestida com sua fachada “democrática”, em defesa das supostas “liberdades políticas”, quando de fato não passa de uma agente oficiosa da Casa Branca voltada a fazer propaganda contra Cuba. Ainda que como trotskistas lutemos por uma revolução política na Ilha para que os trabalhadores controlem verdadeiramente o poder e os meios de produção, acabando com os privilégios da casta burocrática castrista que governa o Estado operário segundo seus interesses de camarilha, somos conscientes de que o inimigo maior de Cuba e suas imensas conquistas sociais é o imperialismo ianque e europeu, o verdadeiro patrão de Yoani Sánchez. Por esta razão, defendemos incondicionalmente a Ilha operária e nos postamos em frente única com aquelas forças anti-imperialistas que rechaçaram a presença desta figura abjeta em nosso país e declaramos em alto e bom som: Fora Yoani Sánchez, agente da Casa Branca e de sua ofensiva contra os povos!