quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

 
 
“REDE” organizada por Marina é para conectar intensamente Brasil aos EUA

O novo partido político organizado pela ex-senadora Marina Silva para viabilizar sua candidatura ao Planalto em 2014 vai tomando forma e já tem até nome: REDE. Trata-se de uma tentativa para enganar incautos, tentando fugir do estereótipo de um “P” na sigla da nova legenda eleitoral. Mas, para quem saiu recentemente do PV anunciando a falência dos partidos, Marina foi bem ágil em tão pouco tempo para registrar um partido eleitoral nos mesmos moldes institucionais das velhas agremiações burguesas tradicionais. Acontece que a farsa do “Movimento por uma nova política” impulsionado por Marina e sua anturragem de ex-petistas vendidos tinha um objetivo bem definido, ou seja, a próxima disputa presidencial e para isto já contava com grandes recursos dos “verdes” dólares da oligarquia financeira imperialista. Sob a maquiagem da defesa da ecologia e de uma “nova política” setores da burguesia ianque pretendem utilizar Marina para estreitar os vínculos econômicos de dependência do país a combalida economia norte americana, descontentes com uma relativa guinada que os governos da frente popular operaram em relação a China e seu cinturão de relações comerciais. O Brasil tem hoje nos BRICs sua principal corrente de transações econômicas, incluindo exportações de commodities para a Ásia e investimentos diretos no país, fato que tem irritado a Casa Branca. Marina tem recebido uma forte logística do imperialismo para se postular como uma alternativa de poder aos governos do PT, ainda mais reforçada com a falência precoce da oposição Demo-tucana sem nenhuma chance eleitoral para 2014. Não foi pela “defesa da floresta da Amazônia” que Marina foi o destaque político da abertura das olimpíadas de Londres em 2012, e tampouco é a “luta ecológica” o móvel do pesado financiamento internacional recebido pelo “Movimento Nova Política”.

As pretensões políticas da militante eco-imperialista não são pequenas, logo após a enxurrada midiática do julgamento do “Mensalão” a pauta jornalística dos barões “Murdochianos” se voltou completamente para dar destaque ao novo partido de Marina. Não por coincidência foram acionados os “institutos” de pesquisa para aferir que Marina está em segundo lugar, logo atrás de Dilma na corrida ao Planalto. Mas as tentativas de atrair uma “Rede” consistente de parlamentares em apoio ao novo partido parece que tem fracassado. Até o momento Marina só conseguiu aglutinar um deputado federal do PT do Maranhão (Dutra) além de dois parlamentares fornecidos pelo tucanato paulista, uma ajudinha dada pelo Serra. Somando tudo, o que inclui o deputado carioca Sirkis, que já anunciou sua desistência a reeleição, o partido Rede só terá no máximo cinco deputados federais e nenhum senador. As tentativas de trazer o senador Suplicy para o “REDE” fracassaram e do PSOL Marina contou apenas com o ingresso da vereadora de Maceió Heloísa Helena, o que frustrou em muito as expectativas dos “verdes” investidores de Wall Street, que presentearam os ecos da REDE com um moderno e luxuoso jato Legacy para a campanha de Marina.

Se é absoluta verdade que a candidatura preferencial do imperialismo ianque para gerenciar seus negócios no Brasil atende pelo nome de Marina Silva, seria injusto afirmar o mesmo da burguesia tupiniquim. As classes dominantes nacionais seguem firme na direção de reconduzir Dilma ao seu segundo mandato e nem mesmo como “segunda opção” Marina serve a sua estratégia. A exceção fica por conta do “quisto Murdochiano”, como a família Marinho, diretamente serviçal a Washington. Como uma alternativa confiável a uma futura transição ordenada do governo da frente popular, as oligarquias regionais tentam inflar politicamente a candidatura do governador pernambucano Eduardo Campos do PSB, que já declinou da “tarefa” para 2014, apesar da insistência de seus “companheiros”. A adesão quase unânime da burguesia brasileira a continuidade do governo do PT tem uma base material, foi com a gerência de Lula que grandes empresários, empreiteiros e latifundiários, “conquistaram” novos mercados, em especial na Ásia e África, além de uma forte expansão na América Latina. Com a aguda crise econômica dos países imperialistas centrais, o Brasil voltou parte de seus negócios para a parceria chinesa, que por consequência abriu parte de sua zona mundial de influência econômica para a burguesia “Lulista” realizar grandes lucros.

A estratégia da frente popular, em se distanciar gradualmente da economia norte-americana em um momento de crash financeiro dos mercados bursáteis, rendeu seus frutos e o Brasil não entrou na recessão “terminal”, tanto esperada pelos catastrofistas da direita pró-ianque e a esquerda revisionista (PSTU e PSOL). Esta conjuntura favorável ao PT, desorientou a oposição conservadora tucana e também os seus “primos” da oposição de esquerda, que apostavam no fiasco eleitoral da frente popular em 2010 e 2012, fato político que ficou distante de ocorrer. Por ironia da história, foi Marina Silva quem capitalizou o descontentamento da classe média com o PT, em particular com o ex-“metalúrgico” Lula. Percebendo este fenômeno, “especialistas” em América Latina da equipe de Obama começaram a estabelecer uma ponte com Marina Silva, convencendo a ex-seringueira a sair do PT e se postular como uma opção “ecológica” ao “radicalismo petista”. O nome “REDE”, inspirado na “onda popular” do Facebook, que por sinal não passa de mais um instrumento da CIA, é uma reverência direta ao imperialismo, e apesar do reduzido impacto no parlamento deve granjear os oportunistas do PSOL em uma coligação nacional em 2014. Não é a toa que os revisionistas pró OTAN do PSTU guardam um profundo silêncio em relação ao surgimento do embuste “REDE”. Afinal, a tática eleitoral dos Morenistas continua a mesma após a eleição de dois vereadores nas eleições passadas, convocar cretinamente o PSOL para “construir uma frente socialista”, haja cara de pau!