CARTA PERSPECTIVA AOS TROTSQUISTAS NA VIRADA DO ANO
Apesar dos enormes retrocessos na consciência e organização
do proletariado a tarefa vital que se impõe é o combate a ofensiva neoliberal
com a construção do Partido Marxista Revolucionário
O ano de 2014 no Brasil foi marcado por um fato que
transcende de forma bem mais profunda um mero cenário eleitoral, a quarta
eleição consecutiva da Frente Popular deveria ser um claro sinal político de
avanço na organização e consciência do proletariado, porém a realidade concreta
do movimento de massas aponta no sentido oposto! A conjuntura nacional aberta
já no início de 2015 indica que a ofensiva capitalista neoliberal terá como
principal ponto de apoio justamente o governo central petista. Ao mesmo tempo
em que as forças mais tradicionais da direita, como o DEM e o Tucanato, cumprem
a função de dar a "cobertura" parlamentar do "ajuste"
(eufemismo para a subtração burguesa das conquistas operárias) em pleno curso.
Neste "caldo de cultura" reacionário surge também a chamada nova
direita, representada pelo PSB/ REDE, que terá um papel de destaque na escalada
monetarista contra a população oprimida. A "chave" para decifrar esta
etapa histórica consiste necessariamente na "ácida" compreensão de
que o acúmulo de derrotas mundiais do proletariado gerou um tremendo retrocesso
em sua consciência de classe, impondo novos "sujeitos" em suas
lideranças políticas e que nada tem a ver com o genuíno legado do Marxismo
Revolucionário. Não se trata de "apologizar" o pessimismo entre a
classe operária, mas de sempre falar a verdade "por mais amarga que
seja" como nos ensinou o chefe bolchevique Leon Trotsky! Se hoje os
consecutivos triunfos do PT na arena estatal indicam um giro à direita na
conjuntura brasileira, mais além da verborragia demagógica de esquerda, é
porque a ausência de uma ferramenta revolucionária para as massas impõe um
verdadeiro vácuo na organização classista do proletariado. A perspectiva
estratégica se mantém integralmente, porém é necessário afirmar que exigirá um
redobrado esforço dos Leninistas que se mantiveram firmes na férrea convicção
da necessidade da construção de um autêntico partido operário! É evidente que
existe uma forte disposição latente para resistir a ofensiva imperialista em curso,
os "signos" desta contraofensiva podem ser encontrados nas corajosas
ações das camadas mais exploradas do proletariado, como o Movimento dos
Trabalhadores Sem Teto (MTST). Contudo os Marxistas não cultuam no
"mito" reacionário da espontaneidade das massas, os Revolucionários
para honrarem suas melhores heranças programáticas sabem muito bem que devem se
organizar em um partido hierarquizado e centralizado democraticamente para
conduzir a rebelião operária até a vitória socialista. Não podemos confiar em
charlatães políticos que individualmente "criam seu próprio
partido", para fugir da disciplina revolucionária dos quadros comunistas.
Como afirmou Lenin: "Fora do partido não há existência
revolucionária". A construção de um partido de vanguarda não é um
"capricho" de "dirigentes autoritários", como costumam
adjetivar os centristas que abandonaram o "peso de carregar"
princípios, é a expressão da necessidade histórica de dotar o movimento
operário na rota da conquista de seu próprio poder estatal, a Ditadura do
Proletariado. Se a correlação de forças entre as classes sociais se encontra
adversa ao proletariado, mais ainda se postulam os alicerces programáticos do
comunismo. Os arrivistas costumam "mudar de lado" e de posições
ideológicas quando a conjuntura se "estreita", este foi o caso da
esquerda petista e de seus parceiros "externos" que convocaram uma
suposta "cruzada contra a direita" para apoiar a candidatura de
Dilma. Agora terão o cinismo de explicar as viúvas dos trabalhadores que
tiveram suas pensões cortadas na metade pela gerência neoliberal petista que o
"perigo central" repousava nos ombros de uma direita fracassada e não
na responsabilidade política do governo Dilma. Como se pode aferir "sobraram
" poucos na esquerda para travar o bom combate contra a ofensiva global do
mercado financeiro, mas os que não tombaram ou se prostituíram pelas falácias
palacianas estão de pé e dispostos a seguir em frente na longa marcha da
construção do Partido Revolucionário Leninista.