Marcha da direita se rompeu: 1000 Tucanolites seguem com
Serra para a “Consolação” e 500 fascistóides rumam para o Comando Militar. Há
mesmo base social para um golpe ou o que assistimos é a “inércia” do movimento
de massas diante da ofensiva neoliberal?
Neste último sábado, 06 de dezembro, ocorreu mais uma marcha
da direita em São Paulo contra o governo Dilma. Apesar de ter sido convocada
por Aécio Neves em vídeo na internet esta foi a menor manifestação desde que
reacionário Lobão começou a patrociná-las, o próprio senador mineiro sequer
apareceu, preferiu ir à praia em Santa Catarina. O ex-roqueiro logo reclamou
“Cadê o Aécio? Tô pagando de otário.” No máximo 1500 “otários” apareceram no
MASP e logo na concentração os anti-petistas se dividiram. Cerca de 1000
Tucanolites seguiram José Serra pela Av. Consolação enquanto 500 fascistóides
rumaram para o Comando Militar do Leste, no Ibirapuera, para pedir a
intervenção das FFAA. Esta enorme “demonstração de força” revela o tamanho do
perigo do “golpe iminente” tão alardeado pela esquerda reformista da Frente
Popular e seus satélites como o PCO para angariar apoio popular a quarta “gerência”
petista neoliberal! Como os direitistas que acreditaram que Aécio iria para o
MASP em dia de sol e não para praia, só mesmo os setores “chapa branca” mais
empedernidos podem querer fazer crer que está em marcha um movimento para
derrubar antes mesmo da posse em janeiro a presidente Dilma. A patética
“marcha” paulista demonstrou que neste momento não há qualquer possibilidade
desta perspectiva vingar, o programa neomonetarista adotado pelo novo governo
Dilma é a maior segurança que o imperialismo e o grosso da burguesia vão manter
o PT no Planalto para aplicar seu plano de guerra contra os trabalhadores,
chantageando a Frente Popular com escândalos como o “Petrolão” para que o governo
petista siga sempre frágil e dócil as suas ordens, mas de pé para servir aos
interesses da classe dominante. O maior perigo contra os trabalhadores não vem
dos poucos fascistas alucinados que mal conseguem se reunir na Av. Paulista mas
da política de desmoralização imposta pelo PT ao movimento operário, preparando
com Levy e Cia um ataque contra suas conquistas e um enorme ajuste fiscal que
trará arrocho e demissões, um verdadeiro “golpe” contra os que votaram em Dilma
para “derrotar a direita” e agora veem a “gerentona” aplicar à risca a receita
ditada pelos rentistas, deixando desta forma Serra e Lobão completamente
isolados, “pagando de otários”, já que a disciplina do PT em cumprir à risca a
agenda neoliberal não deixa sequer espaço para estes senhores inconsoláveis!
O debate em questão reside na seguinte disjuntiva: há mesmo base social para um golpe neste momento ou o que assistimos é a “inércia” do movimento de massas diante da ofensiva neoliberal? O raquitismo das manifestações da direita, apesar de todos os espaços na mídia via o PIG, mostra definitivamente que não há base social para um golpe. Esta afirmação não encobre que estes setores reacionários estão em ofensiva contra o governo do PT e pretendem “sangrar” a quarta “gerência” petista, tanto para debilitar o governo desde o início do próximo mandato como para impedir uma forte candidatura de Lula em 2018. O quadro de esgotamento econômico do modelo petista baseado na expansão do crédito para a “nova classe média” e subsídio a grande empresas aponta que esta situação de crise se aprofundará, tornando ainda mais frágil o governo petista que descarregará o ônus sobre os trabalhadores. Esse tabuleiro político e econômico cujo mosaico é formado por recrudescimento da ofensiva neoliberal não vem sendo enfrentado a altura pelo movimento de massas. Somente a entrada em cena do movimento operário poderia apontar uma saída progressista para este impasse. O que estamos vendo, no entanto, é que a Frente Popular segue a receita neomonetarista e, para tanto, coloca a classe trabalhadora na inércia, com a CUT, UNE e MST usando o fantasma do “golpe da direita” para impedir uma mobilização popular independente de sua política de colaboração de classes, buscando jogar tudo sempre para a disputa eleitoral.
O debate em questão reside na seguinte disjuntiva: há mesmo base social para um golpe neste momento ou o que assistimos é a “inércia” do movimento de massas diante da ofensiva neoliberal? O raquitismo das manifestações da direita, apesar de todos os espaços na mídia via o PIG, mostra definitivamente que não há base social para um golpe. Esta afirmação não encobre que estes setores reacionários estão em ofensiva contra o governo do PT e pretendem “sangrar” a quarta “gerência” petista, tanto para debilitar o governo desde o início do próximo mandato como para impedir uma forte candidatura de Lula em 2018. O quadro de esgotamento econômico do modelo petista baseado na expansão do crédito para a “nova classe média” e subsídio a grande empresas aponta que esta situação de crise se aprofundará, tornando ainda mais frágil o governo petista que descarregará o ônus sobre os trabalhadores. Esse tabuleiro político e econômico cujo mosaico é formado por recrudescimento da ofensiva neoliberal não vem sendo enfrentado a altura pelo movimento de massas. Somente a entrada em cena do movimento operário poderia apontar uma saída progressista para este impasse. O que estamos vendo, no entanto, é que a Frente Popular segue a receita neomonetarista e, para tanto, coloca a classe trabalhadora na inércia, com a CUT, UNE e MST usando o fantasma do “golpe da direita” para impedir uma mobilização popular independente de sua política de colaboração de classes, buscando jogar tudo sempre para a disputa eleitoral.
O ato político que Lula e o PT convocaram para Brasília
nesta quarta-feira (10) contra o “golpismo” é na verdade uma tentativa de
estabelecer um mínimo controle da situação, já que o partido vem conseguindo na
esfera institucional ganhar os embates com a oposição conservadora (eleições,
congresso, governos estaduais). Ocorre que do ponto de vista social o partido
está muito debilitado e o “Petrolão” indica, com sua enxurrada de denúncias
contra o petismo, que a mídia seguirá “desconstruindo” a imagem da Frente
Popular. Com o aprofundamento da crise econômica pode haver no curso do mandato
de Dilma, onde o palco pode ser ano de 2016 devido as olimpíadas no Rio,
manifestações contra a Frente Popular. A questão é saber qual o móvel destas
lutas: se os trabalhadores vão empunhar suas reivindicações através da sua ação
direta ou a pequena-burguesia e suas demandas éticas serão majoritárias,
abrindo espaço para a direita. Este é um processo que está se amadurecendo e,
neste momento, o Ovo da Serpente está sendo gerado justamente porque não há
reação operária a ofensiva neoliberal, seja a levada a cabo pelo PT seja a
orquestrada pela direitona! Será impossível o PT reagir com estes atos
midiáticos “contra a direita”, já que aplica o programa neoliberal do tucanato.
Como seus compromissos de classe impedem tomar outros rumos, Lula e o PT apenas
vão tentar criar fatos políticos em busca de acordos com as classes dominantes,
buscando se apresentar como gestores responsáveis que não devem ser
substituídos por nenhuma “aventura”.
Os Marxistas Revolucionários alertam que o duro ajuste
neoliberal que o PT irá aplicar a partir de 2015, desmoralizando inclusive seu
eleitorado, sem dúvida favorece o crescimento da direita e de grupos fascistas.
Porém, o caminho para barrar esta perspectiva é a mobilização independente dos
trabalhadores contra a Frente Popular e a direita. Chamar neste momento uma
“Frente Única Antifascista” a ser encabeçada pelo PT, como faz o PCO, é uma
verdadeira piada de mau gosto, já que é o próprio PT o principal agente
responsável pela aplicação do programa econômico exigido pelo imperialismo em
nosso país, que tem interesse em mantê-lo no Planalto enquanto a Frente Popular
estiver cumprindo seu papel de contenção da luta de classe e defensora da
estabilidade do regime político burguês, tarefa que o petismo está totalmente
comprometido. Não acreditamos que seja realmente séria a proposta de
impulsionar uma frente única antifascista, ainda mais nesta etapa da luta de
classes em que a burguesia ainda aposta todas suas fichas na continuidade do
projeto de colaboração de classes do governo de Frente Popular, como vimos nas
eleições de Outubro. Combater vigorosamente a atual ofensiva reacionária das
classes dominantes nada tem a ver com levantar o “fantasma” do golpe, que deve
ser compreendido na dinâmica concreta da correlação de forças entre as classes
sociais e nunca como a necessidade do “rebaixamento” de nosso programa
comunista para possibilitar a suposta “derrota da direita”. A alternativa é a
adoção de uma plataforma revolucionária e socialista para o movimento de
massas, neste sentido deve ser construída urgentemente uma direção classista no
próximo período e não se manter a sombra da Frente Popular e do governo da
centro-esquerda, política que invariavelmente levou a derrota!