quinta-feira, 11 de dezembro de 2014


O “Dia D” no TSE: Até o golpista Gilmar Mendes aprova as contas da campanha de Dilma! PT e Tucanos atolados até o pescoço no financiamento milionário das empreiteiras e bancos

A esquerda “chapa branca” e os blogs governistas passaram a semana anunciando que o julgamento das contas de Dilma no TSE nesta quarta-feira, 10.12, seria o “Dia D” para a presidenta. Segundo estes senhores haveria uma trama jurídica urdida para viabilizar a cassação do diploma eleitoral via a rejeição das contas da campanha presidencial da candidata petista, não se necessitando sequer recorrer a instrumentos como o impeachment e mesmo ao Congresso Nacional. O algoz seria Gilmar Mendes, indicado pelo presidente do TSE, Dias Toffoli, para fazer um relatório bombástico que inviabilizaria até mesmo a posse de Dilma. A montanha pariu um rato.... No tal “Dia D”, por unanimidade (7 a 0) o pleno do TSE aprovou as contas da campanha eleitoral da presidente Dilma. O “temido” relatório de Gilmar Mendes indicou que elas fossem aprovadas “com ressalvas” no que foi seguido por todos os ministros. Os setores da Frente Popular que até então alardeavam o julgamento como o “Dia D” de Dilma, referindo-se a possibilidade da não aprovação no TSE abrir caminho para um suposto “golpe”, fingindo surpresa agora comemoram: “Contas foram aprovadas de forma unânime, fim do golpismo?” e “Goleada de 7 a 0 no TSE foi vitória da Democracia” (Brasil 247). Mas, afinal de contas, porque Gilmar Mendes, inimigo confesso do PT, não votou contra Dilma no TSE? O golpista tucano e seus pares da “Justiça” sabem perfeitamente que as campanhas financeiras dos partidos burgueses são alimentadas por “doações” legais e ilegais das grandes empresas, empreiteiras e bancos. O mafioso de toga não ousou sequer indicar a desaprovação das contas no TSE porque tem plena noção que assim como Dilma, a campanha de Aécio (PSDB) foi irrigada pelos mesmos recursos milionários, desta forma funciona o mecanismo de financiamento das eleições burguesas que não pode ser questionado por nenhuma disputa política entre o PT e o PSDB. Ao TSE, a campanha do PT informou que a candidata arrecadou cerca de R$ 350 milhões. O valor arrecadado pelo segundo colocado na disputa presidencial, Aécio Neves foi cerca de R$ 229 milhões, ou seja, PT e Tucanos estão atolados até o pescoço no financiamento das empreiteiras e bancos. A fábula da possibilidade do “golpe” via o TSE foi patrocinada por aqueles que fingem não compreender que a mídia, o PIG e setores mais reacionários da burguesia apenas vem chantageando a futura quarta “gerência” petista para que esta siga a risca o programa econômico neoliberal ditado pelo imperialismo e não desejam neste momento “derrubar” o governo, até porque não há base social e política para tal aventura. Pelo contrário, nesta semana o Planalto venceu com folga a votação da meta fiscal no Congresso Nacional, viu aprovada suas contas no TSE, fez show demagógico com a Comissão da Verdade com direito a lágrimas de Dilma e agora se prepara para fazer uma grande festa de posse em 1 de Janeiro em Brasília, onde o PT vai demonstrar sua “força popular” para a classe dominante, buscando estabelecer um acordo para dar o máximo de estabilidade possível ao próximo mandato presidencial. O circo está montado para a “gerentona” petista levar a frente duros ataques contra os trabalhadores em 2015, o fantasma do “golpe iminente” como a LBI já alertou várias vezes não passa de um política distracionista para legitimar o governo da Frente Popular e aprisionar o movimento operário na camisa de força da colaboração de classes.

O “verso” do “golpe iminente” é uma continuidade da política de “votar Dilma para derrotar a direita” utilizado na disputa eleitoral. Segundo estes ventríloquos a serviço da Frente Popular, vencida a eleição, Dilma poderia sequer tomar posse! Primeiro foi o conto da não aprovação das mudança no superávit primário que poderia provocar um “crime de responsabilidade fiscal”. Com a vitória folgada do governo no Congresso Nacional, veio a chantagem da votação no TSE. Com a nova vitória de Dilma, a tarefa agora é lotar Brasília para a posse da “gerentona” a fim de “demonstrar força contra direita e os golpistas”. Não por acaso, Lula declarou no ato político do PT desta quarta-feira (10.12) cujo lema foi “Dilma, mexeu com ela, mexeu comigo” que “Ninguém tem que pensar em 2018. Tem que pensar em primeiro de janeiro de 2015, na posse da presidenta Dilma e na resposta que temos que dar ao país. Ela precisa governar. Vamos repetir aquele refrão: Deixem a mulher trabalhar”. Como se observa, a política do PT é novamente demonstrar para a burguesia que é o melhor gerente diante da crise econômica, sempre usando o “perigo da direita” para manter a paralisia do movimento de massas.

A realidade mais uma vez deu um “tapa na cara” nos que vendem a panaceia que a burguesia e o imperialismo querem ver o PT fora do Palácio do Planalto imediatamente, seja pela via de um golpe parlamentar de direita ou pela ação do judiciário. Pateticamente, Causa Operária que no dia anterior a votação havia alardeado que “O golpe caminha a passos largos. TSE julga hoje as contas eleitorais de Dilma” (site PCO, 09.12) agora tratou de declarar que “Não foi desta vez” (10.12), revelando que sua “teoria” do “golpe iminente” era uma completa fantasia para justificar seu apoio “crítico” ao governo do PT. Mas como a política destes senhores se alimenta justamente para manter seu apoio aberto ou envergonhado a Frente Popular estes insistem em continuar batendo na mesma tecla. O PCO logo após a votação do TSE sustenta que “A aprovação das contas não significa que não haverá novas tentativas de derrubar o governo ou impugnar a chapa eleita. Não foi desta vez, mas o sentido da atuação da direita no parlamento, nas manifestações pelo impeachment de Dilma e dentro da própria justiça é de manter a corrida pela derrubada do governo.”. Mas porque o TSE não desaprovou as contas de Dilma e abriu caminho para uma crise política séria que poderia até impedir a posse da petista, como acreditava Causa Operária? Simplesmente porque não é esse o plano da classe dominante para 2015! Deseja primeiro que o PT aplique o ajuste fiscal, ataque os direitos dos trabalhadores e se desmoralize ainda mais com o “Petrolão”, em resumo, sangre e se fragilize no curso de sua tarefa de aplicar a receita neoliberal, criando assim as condições para um governo ainda mais conservador no futuro a ser comandado por Alckmin.

O resultado no TSE só foi uma “surpresa” para os que acreditam na moralização do regime político burguês e não que o Estado capitalista é um comitê de negócios da burguesia. O financiamento de bancos e empreiteiras aos partidos é um condição essencial para que as gerências no comando dos governos não só sigam o programa ditado pelos capitalistas como façam do Tesouro Nacional um verdadeiro caixa a serviço das grandes empresas. Para romper com este mecanismo é necessário a destruição revolucionária do Estado burguês pela via da ação consciente e violenta do proletariado para tomar o poder político das mãos do capital. Esta tarefa não está nas mãos das instituições carcomidas e corruptas do regime burguês, mas dos explorados que devem forjar as condições para um poder de novo tipo, comunista!