segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013


Fora Yoani Sánchez, agente da Casa Branca e sua ofensiva contra os povos! Em defesa da revolução cubana e suas conquistas!

Yoani Sánchez desembarcou no Brasil neste dia 18 de fevereiro como primeiro país a visitar em sua “turnê” internacional de ataques a Cuba, que incluiu obviamente uma passagem pelos Estados Unidos e, certamente, um encontro com seus chefes da CIA, além de um “stop” no México para um congresso da sinistra SIP. No Brasil estão programadas uma série de entrevistas e longas reportagens nos grandes meios de alienação de massas (jornalões e TVs) para que a blogueira mercenária desfira seu veneno anticomunista contra Cuba. Desde a LBI nos somamos aos protestos contra a presença desta contrarrevolucionária em nosso país e declaramos nossa defesa incondicional do Estado operário cubano e suas conquistas sociais. Yoani Sánchez representa na verdade a ofensiva do imperialismo ianque contra Cuba travestida com sua fachada “democrática”, em defesa das supostas “liberdades políticas”, quando de fato não passa de uma agente oficiosa da Casa Branca voltada a fazer propaganda contra Cuba. Ainda que como trotskistas lutemos por uma revolução política na Ilha para que os trabalhadores controlem verdadeiramente o poder e os meios de produção, acabando com os privilégios da casta burocrática castrista que governa o Estado operário segundo seus interesses de camarilha, somos conscientes que o inimigo maior de Cuba e suas imensas conquistas sociais é o imperialismo ianque e europeu, o verdadeiro patrão de Yoani Sánchez. Por esta razão, defendemos incondicionalmente a Ilha operária e nos postamos em frente única com aquelas forças anti-imperialistas que rechaçam a presença desta figura abjeta em nosso país. A destruição da Líbia pela OTAN em nome do combate a “ditadura totalitária” e da “democracia”, ou seja, os mesmos “valores universais” propagados pela blogueira mercenária e, vergonhosamente, também defendidos por setores da esquerda, demonstram que tal cantilena falaciosa não passa de uma cortina de fumaça para atacar as conquistas históricas de países cujos regimes políticos não estão alinhados com a Casa Branca.

O fato de sua primeira escala ser o Brasil, a pretexto de assistir um filme provocativo a Cuba, do cineasta Dado Galvão (O “documentário” Conexão Cuba Honduras) demonstra justamente que a Casa Branca confia no governo Dilma para ser o primeiro anfitrião de sua mercenária ilustre. Também pudera, setores do PT e do governo da frente popular sempre expressaram abertamente a intenção de receber de “braços abertos” e com tapete vermelho esta personagem patrocinada pelos grandes grupos econômicos como uma prova de que o Brasil havia conseguido mais uma concessão do governo cubano. A reforma migratória em Cuba é, em tese, para que cidadãos possam viajar sem restrições, mas o caso de Yoani Sánchez é completamente diferente: ela é uma “ativista” contrarrevolucionária financiada abertamente pelo imperialismo e suas agências, deveria ser presa por tramar contra Cuba. Não por acaso, tem conferências previstas no México, onde será a convidada de honra da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) e nos Estados Unidos, com encontros em Nova York, onde será recebida pomposamente pela redação do New York Times e vai obviamente até Miami, quando se reunirá com seus amigos “gusanos” e agentes de CIA!!! Oficialmente, Yoani Sánchez, ganha um salário mensal de seis mil dólares concedido pela SIP que decidiu nomeá-la vice-presidente regional por Cuba de sua “Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação” e ainda conta com os gordos honorários de correspondente em Havana do raivoso jornal espanhol El País, vanguarda nos ataques contra Cuba na Europa. Na verdade, Yoani Sánchez vem ao Brasil, apresentado como “país amigo”, se compararmos a Venezuela, Bolívia, Equador ou mesmo Argentina, porque hoje a principal agenda do governo Dilma para a Ilha é aprofundar as relações econômicas tendo por base o processo de restauração capitalista em curso promovido pela burocracia castrista, principalmente após o último congresso do PCC, em que copia parcialmente a chamada “via chinesa”. Trata-se da entrega de setores da economia para o controle de grupos capitalistas, estreitando cada vez mais os vínculos da casta dirigente com grandes empresas estrangeiras que investem no país, ao mesmo em tempo que se fragiliza e ataca conquistas históricas da revolução. Enquanto patrocina parcerias comerciais com Cuba via empresas capitalistas nacionais, o governo brasileiro já havia no ano passado, com o apoio decisivo do senador Eduardo Suplicy (PT), se somado à ofensiva política do imperialismo contra a ilha. O Itamaraty liberou o visto de entrada no Brasil para a blogueira mercenária Yoani Sánchez há vários anos, mesmo sabendo que ela estava na época impedida de viajar, como forma de pressionar pela chamada reforma migratória. Desta forma, setores da frente popular petista se somaram ao coro contra a “ditadura” em Cuba promovido por Obama e seus asseclas, ainda que de maneira “tímida” devido aos vínculos políticos da esquerda reformista brasileira com a burocracia castrista.

A opção do imperialismo ianque no momento é fomentar a “reação democrática”, ou seja, minar as bases do Estado operário “por dentro”. Inspira-se na própria dinâmica política da mal chamada “revolução árabe”. Fornecendo milhões de dólares a grupos contrarrevolucionários (Igreja católica, Damas de Branco, Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional etc.) assim como a Yoani Sánchez, o Pentágono pretende criar uma alternativa política ao castrismo capaz de se alçar como direção do processo de restauração capitalista em Cuba, para transformá-la em mais um território aberto para seu capital. O governo dos EUA, cujo objetivo abertamente expresso é uma mudança do regime em Cuba por meio do financiamento de uma oposição interna, fez de Yoani Sánchez sua prioridade. Considera, em documentos confidenciais publicados pelo Wikileaks, que “Yoani Sánchez pode desempenhar um papel a longo prazo em uma Cuba pós-Castro”. De fato, a opositora cubana está em estreita relação com a diplomacia norte-americana em Cuba, como é assinalado em um telegrama classificado como “secreto” por seu conteúdo sensível. A administração Obama valoriza muito a blogueira cubana, como demonstra a reunião secreta ocorrida no apartamento da opositora com a subsecretária de Estado norte-americana Bisa Williams durante sua visita a Cuba, entre 16 e 22 de setembro de 2010. Através das organizações contrarrevolucionárias cinicamente apresentadas como paladinas da defesa da “democracia” e dos “direitos humanos”, os EUA infiltram agentes da CIA no território cubano, colocando toda a infraestrutura necessária para espionar, sabotar e organizar motins contra o Estado operário. Vale-se também de medidas econômicas como o criminoso embargo mantido contra Cuba durante décadas e de novas pressões como o impedimento de famílias cubanas que moram nos EUA de enviarem dólares para seus parentes, a expulsão de 14 diplomatas cubanos dos EUA, a prisão de cinco cubanos na cidade de Miami acusados de espionagem e até o cancelamento de voos diretos para Cuba.

Suas iniciativas acenam também para a aproximação com setores da própria burocracia castrista que cada vez mais se acercam do imperialismo europeu almejando transformar-se em novos ricos diante de uma futura queda de Cuba. As bases materiais da divisão da burocracia são as próprias relações comerciais de Cuba com os Estados capitalistas, principalmente europeus e agora os chamados BRICs, que fortalecem no interior da camarilha burocrática a tendência a que em pouco tempo um setor desta rompa com o aparato central do castrismo e se lance em luta aberta pela restauração capitalista do Estado operário. Esse perigo torna-se ainda maior diante da avançada idade de Fidel e Raúl Castro. Por essa razão, a burocracia castrista tenta aparentemente copiar parcialmente a “via chinesa” de restauração capitalista, em um processo ordenado e centralizado de medidas que, levadas a frente sob seu controle político, avançam o ritmo da restauração capitalista. Cuba permite há mais de uma década a entrada do capital estrangeiro para o desenvolvimento de indústrias estratégicas como o turismo e, recentemente, a do petróleo, na qual um consórcio da Repsol-YPF começará a explorar este ano em águas cubanas. Não é a adoção de medidas de mercado em si pela burocracia que colocam em decomposição o Estado operário e o fazem retornar gradualmente ao capitalismo. Se fosse assim, Lenin e Trotsky seriam os ideólogos da restauração capitalista ao defenderem em 1921 a NEP, uma política de concessões às empresas capitalistas para investirem na URSS, inclusive em setores estratégicos, como a exploração de petróleo. Na verdade, qualquer Estado operário, para não se “decompor” em uma economia mundial capitalista, terá que adotar, em função do cerco econômico internacional, determinadas medidas de mercado para garantir sua sobrevivência. O que os trotskistas combatem a fundo é a estratégia da burocracia stalinista que, enquanto faz essas concessões, aniquila a existência dos sovietes e da democracia proletária, instrumentos que colocariam essas medidas sob controle operário e segue com sua política de “socialismo em um só país” e de colaboração de classes em escala mundial, sabotando a revolução. Desta forma, as concessões feitas pela burocracia do PCC como as expressas no “Projeto” aprovado no último congresso do partido não são uma continuação da luta de classes sob outra forma para fortalecer a luta pelo socialismo, como defendia Lenin, mas constituem um fim em si mesmo que termina provocando objetivamente um processo de restauração capitalista aberto. Nos últimos meses, o governo cortou subsídios, desvalorizou o CUC (peso conversível cubano), eliminou 500 mil cargos públicos, autorizou a compra e a venda de casas e permitiu a abertura de mais de 400 mil pequenos negócios.

Para os marxistas, a alternativa colocada no horizonte político é dar um duro combate às posições revisionistas e pró-imperialistas, como as expressas pelo PSTU, que já entrega Cuba às garras do capitalismo. Ao mesmo tempo, desmascaramos a falsa “idolatria” que os “amigos de Cuba” de ocasião, como o PCdoB, fazem do regime dos irmãos Castro, identificando-o como o genuíno socialismo. Em resposta ao regozijo do grande capital, as aspirações pró-capitalistas crescentes da burocracia castrista e do sorriso cínico das hienas revisionistas que torcem pela derrubada contrarrevolucionária do regime stalinista e junto com ele as conquistas da revolução, levantamos a necessidade urgente da construção do partido trotskista defensista e conspirativo em Cuba, o único instrumento capaz de deter de forma consequente o retrocesso ao capitalismo. Contra o programa da restauração democrática, do sufrágio universal onde os mais ricos compram e corrompem o poder político, da legalização de partidos burgueses, Ongs capitalistas e do fim da tutela da economia pelo Estado, apregoado pelo governo neoliberal de Dilma e a frente popular petista, defendemos o programa da revolução política proletária, que passa pela defesa incondicional de Cuba e das conquistas da revolução! Por isto, dizemos em alto e bom som: Fora Yoani Sánchez do Brasil! Neste sentido, para concretizar nosso repúdio a esta “cruzada” imperialista, se faz necessário organizar desde já uma grande manifestação nacional com o objetivo de desmascarar o verdadeiro caráter desta “jornada” da blogueira “sipiana”, na próxima quinta-feira (21/ 02) em São Paulo, onde Yoani será recebida à tarde na livraria Cultura (conjunto nacional na Avenida Paulista).