segunda-feira, 22 de outubro de 2018

HÁ SETE ANOS DO ASSASSINATO DE KADAFFI PELAS MÃOS DA OFENSIVA NEOCOLONIALISTA DA OTAN: A ESQUERDA REFORMISTA QUE VIBROU COM A DERRUBADA DO REGIME NACIONALISTA DA LÍBIA, HOJE SE ACOVARDA DIANTE DA OFENSIVA FASCISTA NO BRASIL


A operação “revolução árabe” montada pelo imperialismo na Líbia lamentavelmente alcançou seu principal objetivo imediato: a morte do coronel Muamar Kadaffi, morto em combate nas ruas de Sirte no dia 20 de outubro de 2011. Em êxtase, a mídia burguesa em uníssono apresentou imagens do corpo do dirigente nacionalista líbio ensanguentado após um ataque aéreo da OTAN, articulado com os “rebeldes” nas imediações de Sirte. Ainda que sejam informações deformadas tudo indica que as imagens revelam a barbaridade da ação contra o liderança nacionalista da Líbia. Kadaffi morreu lutando bravamente contra forças infinitamente superiores, do ponto de vista bélico e econômico. Dirigiu a resistência militar à ocupação de seu país até o limite de sua própria vida, ao contrário dos que afirmaram que Kadaffi fugiria como um rato, como fazem os “ditadores” ou “democratas” covardes no enfrentamento direto com o imperialismo. Os caças da OTAN bombardearam um comboio militar da resistência em que estava Kadaffi, atingindo-o mortalmente. Mas o comando dos "rebeldes" tratou de tomar a covarde captura e morte de Kadfaffi como obra sua, apresentando-o sem vida, capturado dentro de um túnel, versão desgraçadamente compartilhada como verdadeira pela esquerda reformista mundial adepta da democracia imperialista e que atualmente é vítima das mesmas "fake news" da mídia corporativa.

Desta forma, mais um capítulo da ofensiva neolocolonialista das grandes potências capitalistas contra os povos está se encerrou, vergonhosamente apoiada pela canalha revisionista do trotskismo como a LIT e seus congêneres (PTS, PO, PCO) abrindo caminho para imposição do governo fantoche do "CNT" para a rapina das riquezas do país norte-africano. Bandeiras da monarquia junto a dos EUA e da UE foram mostradas tremulando nas “comemorações” dos mercenários. Os representantes imperialistas saudaram a morte de Kadaffi apresentando-a como o fim de uma “ditadura sanguinária”. Como papagaios, a esquerda revisionista apresenta cinicamente o assassinato do dirigente líbio como produto da “revolução popular” contra um “governo pró-imperialista”. Nada mais falso. É verdade que a aproximação do regime líbio, operada a partir dos anos 90 com o imperialismo europeu, debilitou enormemente o regime nacionalista frente às massas e a própria classe operária. Mas esse processo não foi suficiente para reverter completamente as conquistas sociais da revolução democrática que derrubou uma monarquia corrupta e pró-imperialista no final dos anos 60. Por esta razão, no lastro da farsesca “revolução árabe”, a Casa Branca e a UE montaram uma ofensiva para derrubar o regime nacionalista que administrava a extração e exportação do petróleo com alto grau de controle estatal, o que se chocava com os interesses das transnacionais petrolíferas, principalmente as norte-americanas.

O assassinato de Kadaffi pelas mãos da OTAN e seus “rebeldes” é sem dúvida uma vitória do imperialismo e representa uma derrota para os trabalhadores, porque anuncia o incremento da ofensiva neocolonialista sobre o país. A partir das modestas forças da LBI, caracterizamos o início das manifestações pró-imperialistas em fevereiro de 2011 como uma operação política montada pelas potências imperialistas em nome da “defesa da democracia”, farsa posteriormente apoiada militarmente pelos bombardeios genocidas da OTAN. Denunciamos vigorosamente mais esse crime cometido pelos abutres capitalistas e nos mantemos, apesar da morte de Kadaffi, ao lado da resistência das massas líbias contra os agressores imperialistas! É neste contexto que se travou a guerra civil na Líbia, onde os Marxistas Revolucionários não hesitaram um único momento sequer em assumir o campo correto e justo nesta luta, sem abrir mão de nossa tarefa estratégica, ou seja, a revolução socialista. A queda do bastião nacionalista em Trípoli teve consequências mundiais gravíssimas para a classe operária mundial, incrementando a ofensiva imperialista neoliberal contra os povos e que agora no Brasil também assume a face de uma corrente neofascista que ameaça as conquistas históricas do proletariado e das minorias oprimidas.