quarta-feira, 31 de outubro de 2018

GRUPO TRANSIÇÃO SOCIALISTA (EX-NEGAÇÃO DA NEGAÇÃO) “CELEBRA” VITÓRIA DE BOLSONARO SOBRE O PT: AMBOS SERIAM IGUAIS, MAS O NEOFASCISTA TEM A “VANTAGEM” DE NÃO SER ULTRA-AUTORITÁRIO E NEOLIBERAL!


Quando denunciamos que o grupo Transição Socialista (ex-Negação da Negação) tinha ampla simpatia pela candidatura de Bolsonaro apesar de formalmente chamar o Voto Nulo, alguns leitores do Blog da LBI e mesmo ativistas de esquerda consideraram um “exagero” de nossa parte. Militantes do PSTU chegaram inclusive a ter simpatia com a posição da TS depois do giro político de 180º da direção Morenista em chamar o voto no PT e apoiar a candidatura de Haddad. Explicamos que a linha política da TS de convocar atos comuns como grupos neofascistas como o MBL defendendo a prisão de Lula e seu apoio a Operação Lava Jato do Juiz Moro, saudando a ação policialesca da PF e do Ministério Público, expressavam concretamente essa aproximação política com Bolsonaro e seu eleitorado direitista. Alertamos que a TS só não chamava a votar no ex-capitão do exército por ter “vergonha política” de apoiar o neofascista entre a “esquerda”, ambiente que ainda convive. Agora, o balanço eleitoral da TS confirma plenamente o que afirmamos! Este grupo sequer considera Bolsonaro um representante da extrema-direita e neoliberal, seria apenas um “irmão siamês” do PT... Em seu delírio TS afirma “Bolsonaro não é ‘ultra-liberal’. Este adjetivo só serve para aqueles que queriam capitular ao PT, taxando-o como, pelo menos (ufa!), ‘liberal’. Bolsonaro não é ‘ultra-autoritário’. Este adjetivo só serve para aqueles que preferiam apenas um ‘autoritário’ petista. Os militares estavam com Bolsonaro como estariam com Haddad. E talvez se desmoralizem mais rapidamente com Bolsonaro do que se desmoralizariam com Haddad. Bolsonaro é apenas mais um fantoche da ordem capitalista” (A vitória de Bolsonaro e futuro do Brasil, 30.10). Em resumo, Bolsonaro e Haddad representariam a mesma tendência política “totalitária”, mas segundo a TS o candidato do PT expressaria um espectro ainda mais autoritário porque a Frente Popular controlaria o movimento operário, tendo inclusive o apoio majoritário dos militares nesta campanha. A partir dessa análise alucinada, TS justifica todas suas alianças política com os neofascistas do MBL, Vem Pra Rua e com a extrema-direita para derrotar o PT... esses quinta-colunas apenas “amarelaram” na hora de chamar o voto no energúmeno reacionário. TS tenta “explicar teoricamente” porque Bolsonaro e o Haddad são iguais, porém o PT mais autoritário: “Reafirmamos as nossas análises: há uma tendência de autoritarismo (bonapartismo) crescente no Brasil. Ela se confirma e se encaminha independentemente de Lula(Haddad) ou Bolsonaro. Mas ainda não vivemos sob o bonapartismo. Achar que havia risco do bonapartismo só com Bolsonaro e não com Lula (Haddad) é inocência, é acreditar no dilúvio. A tendência de autoritarismo tem a ver com o fim de um ciclo histórico de dominação da burguesia, especificamente com o enfraquecimento dos mecanismos de controle da classe operária (a saber: falência histórica do PT e de seus braços de retenção dos proletários, demarcadamente após 2013). A luta de classes esquenta e isso empurra a mudança do regime. A superestrutura ideológica/repressora tem de necessariamente recrudescer para acalmar o lento ascenso que o operariado realiza em fábricas — apesar da ausência de direção política, e a despeito dos que acham que a classe operária desapareceu”. Com podemos observar, TS “celebra” a vitória de Bolsonaro sob o argumento estapafúrdio de que este não teria força para deter um inexistente “ascenso operário” atualmente em curso, isso quando a classe operária se encontra em completa defensividade política e social. Sob argumentos idênticos a TS celebrou a intervenção da OTAN na Líbia acusando Kaddaffi de ser um aliado do imperialismo, tanto que celebraram a “vitória da revolução” contra o “ditador sanguinário”! Nesse surto contrarrevolucionário tiveram ao seu lado o PSTU e a CST, por esta razão TS “estranhou” que os Morenistas não estivessem no 2º turno ao seu lado “dialogando” com eleitorado de Bolsonaro nem nos atos pelo impeachment ao lado dos grupos neofascistas como o MBL. A tese política da TS é que PT e Bolsonaro são iguais, expressam “tendências autoritárias bonapartistas” sendo a Frente Popular ainda mais perigosa no quesito do autoritarismo, como textualmente aponta “De um ponto de vista geral, a crise da dominação burguesa se aprofunda com a vitória de Bolsonaro. Não apenas pela sua falta de ‘preparo’, não apenas pela maior pulverização dos partidos no Congresso, não apenas pelo mesmo fenômeno entre os governadores, mas sobretudo porque vão à falência as históricas direções traidoras do proletariado, porque vão à falência as máfias sindicais, porque vão à falência os partidos que vivem de mamata do fundo partidário — mesmo os que se dizem de esquerda. A crise da dominação burguesa também avançaria com o PT, mas este, no governo, ao menos reforçaria seus mecanismos de controle do operariado fabril”. Com este balanço final, ficou ainda mais claro que a TS sempre desejou fazer frente única com a base eleitoral direitista de Bolsonaro contra o PT, sendo seu chamado ao Voto Nulo apenas um disfarce para enganar incautos e ingênuos! Alertar que ambas as candidaturas eram burguesas como fez a LBI, não significa de forma alguma dizer que elas eram iguais e representavam os mesmos setores sociais e políticos da classe dominante como fez a TS. Tanto que neste momento em que o PT chama a formação de uma “Frente Democrática” com setores da burguesia contra Bolsonaro (em rumo oposto político do que afirma a TS), lançamos a tarefa de organizar uma Frente Única de Ação com o proletariado na vanguarda da resistência as investidas de Bolsonaro, formar comitês de base nos sindicatos, fábricas e escolas, preparar a resistência nas ruas. Já os trânsfugas da TS vão seguir seu caminho vergonhoso no papel de escória de direita travestida de “esquerda trotskista”, merecendo o justo ódio de classe dos lutadores do movimento operário, popular e estudantil que buscam enfrentar na luta o neofascista Bolsonaro sem capitular ao PT.