quinta-feira, 4 de outubro de 2018

PSTU E SUA “REBELIÃO”... COM MEDO DE DEFENDER A REVOLUÇÃO E SEM RECONHECER A BRUTAL OFENSIVA FASCISTA NEOLIBERAL 



Nestes dias finais da campanha eleitoral o neofascista Bolsonaro tomou artificialmente a dianteira das “fakequisas” eleitorais. Ainda que sejam claramente manipuladas segundo a vontade dos capitalistas que controlam o circo fraudado da democracia dos ricos, a candidatura do ex-capitão do exército galvanizou o sentimento anti-PT e fortaleceu a extrema-direita no Brasil, com grupos neonazistas se organizando abertamente. Tudo aponta que a elite dominante pretende fraudar as eleições e governar com um programa de ajustes neoliberais ultra-ortodoxos, em um cenário de conjuntura de transição para um claro regime bonapartista de exceção. Para o PSTU, entretanto, não existe nenhuma ofensiva neoliberal fascista no país e tampouco no mundo. Os Morenistas só enxergam “revoluções” onde na realidade campeou a barbárie imperialista, como na Líbia. Por isso, o PSTU se integrou ao “#EleNão” com sua tradicional plataforma sindicalista, acusando Bolsonaro simplesmente de “machista e misógino”, propondo uma “rebelião” no sentido mais rebaixado deste termo, ou seja, sem relação alguma com uma ruptura revolucionária que conduza a destruição violenta do Estado burguês. Tanto que no artigo “Contra o machismo, Bolsonaro e a exploração, vamos fazer rebelião!” não há uma única referência ao fascismo expresso pela candidatura do PSL e, muito menos, o chamado ao armamento popular ou a organizar comitês de autodefesa. Os Marxistas sabem muito bem que o terreno de combate frontal ao fascismo não se dá no campo eleitoral e muito menos com a política policlassista da Frente Popular, seja no, movimento de mulheres ou na luta do proletariado, mas não podem deixar de denunciar o avanço de sua representação nas urnas, convocando o seu combate pela luta direta e não pela via do circo eleitoral. O PSTU fez justamente o contrário! No início da campanha denunciamos que “empatizava” com Bolsonaro, caracterizando-o como um candidato “antisistema”, ou seja, o representante do fascismo expressaria um fenômeno progressivo no espectro eleitoral, “contra tudo o que está aí”. Segundo os Morenistas, o eleitorado fascista de Bolsonaro seria uma base política a ser disputada pela “esquerda”, não haveria grandes problemas em sua “consciência”. Chegaram a lamentar que a “esquerda” se encontra presa, de mãos dadas, ao reformismo lulista e não se aproximando da base de Bolsonaro para capitalizar o “sentimento difuso” de rebeldia do eleitorado fascista! Por essa lógica absurda pode-se fazer inclusive unidade de ação com essa direita reacionária contra a esquerda socialdemocrata como o PT, principalmente quando esta última se encontra no governo, no caso por exemplo de uma improvável vitória de Haddad. Desta forma o PSTU apresenta Bolsonaro como um possível aliado no campo da ação contra a Frente Popular, seguindo a linha que a LIT adotou na Líbia, Síria e mais recentemente na Nicarágua, quando se aliou com os grupos patrocinados pelo imperialismo sob o pretexto de que o governo de Daniel Ortega era uma ditatura! A posição do PSTU diante de Bolsonaro revela que esse partido chegou ao cúmulo da adaptação a reação burguesa, só perde para seus aliados da Transição Socialista (ex-Negação da Negação) que já convocou até mesmo atos conjuntos com os fascistas do MBL para exigir a prisão de Lula, saudando a ação da PF e do Juiz Moro. Não por acaso, o PSTU por ser parte do golpe parlamentar que apeou o governo Dilma e também impulsionou objetivamente a ofensiva reacionária contra Lula (defendo sua prisão pelo justiceiro Moro e a Lava Jato), acabou ganhando em um período da campanha fraudada a simpatia dos “institutos” que premiaram Vera com o simbólico 1% nas pesquisas, somente sendo punido quando somou-se as multitudinárias manifestações do “#elenão”, como também o conjunto da “esquerda” (PT, PSOL, PSTU), em um contundente recado político da burguesia para que a esquerda abandonasse as mobilizações populares antifascista ou será castigada eleitoralmente. A “Rebelião” do PSTU limita-se a agitar a necessidade de um “Governo dos Trabalhadores baseado em conselhos populares”. Todos esses elementos revelam que o significado da “Rebelião” propagada nestas eleições não tem qualquer conteúdo revolucionário, segundo os critérios do Marxismo. Os arautos dessa “Revolução” de conteúdo rebaixado nunca defendem a necessidade do armamento operário e muito menos a criação de organismos de poder proletário para se tomar o poder pela via da violência revolucionário como nos ensinaram Lênin e Trotsky! Não há uma única menção a Ditadura do Proletariado no programa do PSTU, ou seja, está ausente o eixo para dotar seu programa de um claro corte de classe proletário e marxista, segundo as tradições da IV Internacional. No máximo, declara “Um programa que aponte a ruptura com o capitalismo, os grandes bancos e empresas, chamando a que a classe operária e a população pobre se rebelem, façam uma revolução que destrua o capitalismo e que construa, na luta, um governo socialista dos trabalhadores, baseado em conselhos populares”. Como demonstrou Trotsky só a Ditadura do Proletariado pode assegurar a realização das tarefas democráticas e de libertação nacional pela via das destruição violenta das instituições burguesas, como o parlamento, a justiça e as FFAA. Por fim recordemos que o PSTU chama de “revolução” ou mesmo “rebelião” o que ocorreu na Líbia ou na Ucrânia, ações de massas orquestradas pelo imperialismo para derrubar governos nacionalistas ou não alinhados diretamente a Casa Branca. Os Morenistas apoiaram entusiasticamente as mobilizações na Líbia, Ucrânia, Síria ou mesmo no Egito contra a Irmandade Muçulmana, qualificando-as de levante popular, rebelião de massas e até revoluções! Lembremos que a LIT saudou as hordas de fascistas que derrubaram as estátuas de Lênin em Kiev no ano de 2014, alegando que tais “confusões” fazem parte do “processo revolucionário”, cabendo os revolucionários disputar a consciência das massas que estão fazendo sua “experiência concreta”, algo muito parecido do que dizem dos eleitores de Bolsonaro! O ilusionismo da realidade, um caso típico de embuste programático que marca o revisionismo do século XXI não passa de uma inútil tentativa de desconsiderar a etapa reacionária da luta de classes em escala mundial. Sem alimentar as falsas ilusões delirantes e oportunistas é necessário afirmar vigorosamente que sem a construção de um partido operário e revolucionário de massas nenhuma revolução socialista ocorrerá e tampouco sem a existência de uma ampla vanguarda anti-imperialista nenhuma “revolução democrática” triunfará em qualquer parte do planeta. Somente com a existência de organismos de poder das massas, dotadas de uma estratégia militar, será possível levar a frente uma verdadeira Revolução. A tentativa de apresentar novas “fórmulas”, como a “Rebelião” agitada pelo PSTU nesta campanha eleitoral, não passa de mais um engodo revisionista para fazer retroceder ainda mais a consciência de classe do proletariado.