quarta-feira, 17 de outubro de 2018

GRUPO “TRANSIÇÃO SOCIALISTA” (EX-NEGAÇÃO DA NEGAÇÃO) DEFENDE O VOTO NULO QUANDO NA VERDADE SIMPATIZA COM BOLSONARO MAS TEM “VERGONHA POLÍTICA” DE APOIAR O NEOFASCISTA


“Lula na Prisão!”, “Todo apoio a Operação Lava Jato!”, “Em defesa do Judiciário e da Polícia Federal!”, “Fora PT!”... Todas essas palavras de ordem empunhadas pelos apoiadores fascistoides de Bolsonaro nos últimos anos em sua sanha reacionária contra o PT (que expressam na verdade o ódio de classe ao conjunto da esquerda, seja ela reformista ou revolucionária) vêm sendo vociferadas também pelo grupo “Transição Socialista” (TS), ex-Negação da Negação. Escória de direita travestida de “esquerda trotskista”, esses revisionistas quinta-colunas estabeleceram no último período uma frente única com os neofascistas mas agora nas eleições, depois de apoiarem a candidatura presidencial do PSTU, defendem o Voto Nulo neste 2º turno. A TS na verdade simpatiza com Bolsonaro, seus textos estão repletos de elogios ao papel de catalisador do “antipetismo” encarnado pelo ex-capitão do Exército e sua base política direitista, porém tem “vergonha política” de apoiar eleitoralmente o neofascista, recorrendo a defesa do “Voto Nulo” apenas como um cínico disfarce para melhor traficar suas posições! Por essa razão declara: “O voto não é a questão primordial para a classe trabalhadora, dado que, de fato, muda poucas coisas em sua vida...Ainda assim, já que é forçada a votar, vez ou outra a classe trabalhadora pensa que, se é possível sacanear e se vingar de um pilantra da política aqui ou outro ali durante a eleição, melhor. Se é possível – neste caso a que assistimos no primeiro turno – desbancar os traidores e vendidos do PT, corruptos que roubam nosso dinheiro para nada, tanto melhor. A classe trabalhadora pensa e age de forma pragmática. Ela não está votando pelo fascismo, mas para dar um pequeno castigo. E é Bolsonaro quem aparece como o melhor castigo.” (“Sobre o voto popular em Bolsonaro e o suposto ‘fascismo’”, 11.10). Em resumo, aplaudem o voto em Bolsonaro para “castigar” eleitoralmente o PT pelas mãos da extrema-direita mas são covardes para apoiar abertamente o neofascista nas urnas. Desta forma, acabam escondendo-se por atrás do chamado despolitizado do “Nulo Neles”, aliado a um programa cada vez mais similar ao da extrema-direita, tudo em nome de combater o suposto “autoritarismo petista” representado pela candidatura de Haddad.

Não nos surpreende essa posição do grupo “Transição Socialista”, este paulatinamente transformou-se em um braço político do justiceiro Moro e sua “Força Tarefa” policial fascista. TS chegou a aplaudir as ações da famigerada Polícia Federal que prendeu e torturou militantes da esquerda. Sobre o pretexto de combater o “lulismo”, colocou-se no campo da reação burguesa e da escalada fascista que tem como objetivo estratégico perseguir o conjunto da esquerda, inclusive as correntes revolucionárias que combatem sem tréguas os governos da Frente Popular. Vejamos o que a TS escreveu no artigo “Absolvição de Lula é caminho para golpe. Às ruas pela condenação!”  (Janeiro-2018), em que conclama o PSTU a ir ao ato convocado pelo neofascista MBL: “Não podemos ser oscilantes como os companheiros do PSTU. Estes afirmam — corretamente — que é errado ir em atos a favor de Lula, mas também afirmam — erroneamente — que não se deve ir em atos pela condenação de Lula...  É preciso ter coragem de defender abertamente a condenação de Lula e defender a mobilização social pela prisão de Lula. É preciso ter coragem de dizer abertamente que eleição COM Lula é fraude. Lula NÃO deve ter o ‘direito’ de se candidatar”. A LBI combateu essa posição reacionária, alertando que a condenação de Lula pelas mãos do imperialismo não tem nada de progressiva e tampouco de democrática, não estão condenando Lula pelos privilégios de um burocrata que tem um padrão de vida de um próspero pequeno burguês, e sim pelo projeto petista de se “esforçar” inutilmente para impulsionar uma burguesia nacional. Sob o pretexto de combater o PT, a TS caiu nos braços do fascistóide Juiz que comanda a “República de Curitiba”, transitaram a adoradores da famigerada Lava Jato e suas ações de perseguição política que avançam para o estabelecimento de um regime de exceção no Brasil, onde o Judiciário em parceria como o Ministério Público prende quem bem entende (sem necessidades mesmo de provas apenas das chamadas “delações premiadas”), servindo diretamente os interesses do imperialismo! Vamos transcrever literalmente a “pérola” que escreveram no artigo “Mais uma vez: RJ como retrato da nação” (TS, 27.11.2017): “O judiciário é o último fio de sustentação do regime democrático-burguês, que está sendo solapado pela inepta proto-burguesia nacional e seus representantes corrompidos. Ao atacar o judiciário nesta conjuntura, PT e asseclas aceleram o estouro de um dos últimos fios de sustentação do regime democrático-burguês e criam as condições para um regime mais violento. É digno de nota, aliás, que o fato de os juízes serem assalariados é uma conquista democrática da luta da classe trabalhadora sob a ordem capitalista.... O fato de os juízes serem assalariados, não faz, é claro, com que sua instituição exista para agir a favor da classe trabalhadora — os juízes seguem leis democrático-burguesas dentro de um Estado burguês. Mas o fato de serem assalariados produz, numa democracia-burguesa, uma relativa autonomia do poder judiciário diante dos demais poderes do Estado. Essa relativa autonomia, amparada materialmente num setor com interesses salariais-corporativos próprios — que é parte dos funcionários públicos —, permite haver dentro dela ressonâncias da luta de classes, algumas a favor do proletariado”. Pasmem, mais esses canalhas se dizem de “esquerda”, balbuciam inclusive o nome de Trotsky! Os genuínos trotskistas lutam pela destruição revolucionária do Estado burguês e para implodir sua justiça de classes em particular, amplamente conhecida pelos trabalhadores como um antro de nababos que negociam sentenças e servem aos patrões e aos governos burgueses para atacar o movimento de massas. Só estúpidos mentais como os membros da “Reação Capitalista” defendem essas teses próprias de adoradores mais empedernidos do Estado burguês!

O antigo grupo político “Negação da Negação” não passa de uma “maquiagem borrada” de uma verdadeira horda fascistizante de pequeno burgueses universitários. A TS desbragadamente engajou-se na campanha pelo impeachment da presidente Dilma, participando das manifestações em harmonia de “unidade de ação” com organizações da extrema direita como o MBL entre outras similares. Até então seguia a orientação política dos Morenistas (PSTU, CST...) do “Fora Todos”, cujo eixo também chegou a ser flertado pela ex-LER (hoje MRT). Porém a direção do PSTU vetou a participação direta da organização nos chamados “atos coxinha”, que inundaram a Av. Paulista em 2015 e meados de 2016. A TS resolveu seguir o curso da direita dobrando sua aposta: passaram a defender a prisão de todos os dirigentes do PT e incentivar a “República de Curitiba” a agir com “mão de ferro” contra a esquerda, utilizando ações fascistas da Polícia Federal como um bom exemplo a ser aplicado contra Lula. Nesta altura do campeonato, diante do grau de degeneração ideológica do tal TS, nós da LBI defendemos neste período a exclusão desta horda fascistizante, travestida de “tendência Trotskista”, de todos os fóruns do movimento de massas, particularmente da CONLUTAS, controlada a hegemonicamente pelo PSTU. Desgraçadamente a esquerda revisionista (não só os Morenistas) fizeram “ouvidos moucos” diante da gravíssima denúncia da LBI, e agora assistimos o nome do Trotskismo ser enxovalhado no Brasil por um grupo de vertente fascista como o TS. Mas a miopia da direção do PSTU não parou por aí, aceitou silente o apoio da TS à candidatura do partido à presidência da república, Vera Lúcia, inclusive cedendo legenda para abrigar os representantes desta seita política. Agora a TS “cobra” o mínimo de “coerência” do seu aliado PSTU para que mantenham juntos o “diálogo” com a base eleitoral de Bolsonaro, como ambos fizeram no 1º turno. Tanto que critica a posição dos Morenistas, PSTU e CST, em chamarem o voto em Haddad, com argumentos completamente opostos aos lançados pela LBI, com a TS alegando que os setores mais avançados da classe operária estão apoiando Bolsonaro, sendo esta vanguarda social e política a ser “disputada”, criticando os dois grupos Morenistas:  “Primeiro, porque mostra que os partidos não estão preparados para olhar a realidade de frente, com a frieza que ela exige. Tais partidos deixam-se levar pelos setores pequeno-burgueses e suas pautas identitárias (como na onda do #elenao). Segundo, porque apoiando Haddad se desligam ainda mais da massa proletária, que já provou neste primeiro turno que quer enterrar do PT o quanto antes”. Fica claro que a TS mais uma vez deseja fazer frente única com a base eleitoral direitista de Bolsonaro contra o PT, sendo o Voto Nulo apenas um disfarce para enganar incautos e ingênuos! A LBI não tem qualquer acordo com as posições destes fascistoides covardes travestidos de “esquerda”. Nossa caracterização em nada se aproxima das posições aberrantes do grupo Transição Socialista, nossa defesa do Voto Nulo faz parte do enfrentamento com os neofascistas nas ruas e não para ter um “canal de diálogo” com esses setores que são a base da reação burguesa, como reivindica a TS. A TS defende formalmente o Voto Nulo porque não pode chamar o apoio público a Bolsonaro para derrotar o PT, seus militantes são uma verdadeira quinta-coluna no movimento operário que merecem o justo repúdio dos lutadores classistas. Ao contrário desses trânsfugas, os Marxistas Revolucionários lutamos por derrotar nas ruas e nas fábricas a reação burguesa, sem capitular ao PT e sua moribunda “Frente Democrática” completamente impotente para enfrentar a ascensão de um regime fascista ou do tipo militar congênere que não será produto de uma eleição presidencial e sim de uma derrota profunda do proletariado na correlação de forças entre as classes sociais, uma batalha que travaremos na luta direta do proletariado e não patrocinado ilusões no circo eleitoral fraudado da democracia dos ricos!